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22/06/2004 - 00h47

Veja a repercussão da morte de Leonel Brizola

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da Folha de São Paulo
da Folha Online
da Agência Folha

Morreu na noite desta segunda-feira (21), no Rio de Janeiro, o ex-governador do Rio de Janeiro e atual presidente nacional do PDT, Leonel Brizola. Ele morreu às 21h20, vítima de infarto decorrente de complicações infecciosas.

O ex-governador estava internado desde a tarde desta segunda-feira no Hospital São Lucas, em Copacabana, zona sul do Rio. Brizola foi submetido a uma série de exames quando foi detectado um coágulo em seus pulmões, inicialmente interpretado como insuficiência respiratória aguda. Uma das causas dessa insuficiência poderia ter sido um infarto.

Confira abaixo a repercussão da morte de Brizola:

Ciro Gomes, ministro da Integração Nacional: "Perdeu toda a nação brasileira. É um elemento fundamental da história contemporânea do Brasil, desde que resistiu ao golpe, defendendo com a própria vida, a posse de Jango Goulart"

Tarso Genro, ministro da Educação e ex-prefeito de Porto Alegre: "Nós gaúchos temos um profundo orgulho de Leonel Brizola, por tudo que ele significou para o nosso país e por tudo que ele legou com a sua conduta de homem honrado e probo."

Olívio Dutra, ministro das Cidades e ex-governador do Rio Grande do Sul: "Sempre respeitei sua história, mesmo quando ele tinha posições políticas criticáveis. Foi um homem que viveu intensamente seu tempo. Uma das grandes figuras políticas do século 20."

Ricardo Berzoini, ministro do Trabalho: "Leonel Brizola foi um personagem importantíssimo na história da reconstrução da democracia brasileira. Tem seu lugar na história da política nacional."

Dilma Rousseff, ministra de Minas e Energia: "Brizola teve um papel de destaque na vida social e política do país. Especialmente no movimento da legalidade e no processo de redemocratização. A sua trajetória política é parte indissociável da história do Brasil."

José Serra, 62, ministro da gestão FHC (Planejamento e Saúde): "Fico profundamente chocado com o falecimento de Leonel Brizola. Ontem mesmo (domingo) eu o havia procurado para saber de sua saúde. O Brizola foi um político e um brasileiro que sempre lutou por suas crenças com a máxima dedicação e coerência. De fato dedicou sua vida às causas públicas e ao Brasil. Convivi muito com ele desde o golpe de 64 e sempre mantivemos uma relação de respeito e cordialidade. Recentemente nos aproximamos do ponto de vista político e, apesar dos anos e da idade, pude constatar que ele mantinha a mesma garra de quando era um político jovem."

Arthur Lavigne, advogado criminalista e secretário de Justiça do Rio no segundo governo de Brizola: "Em uma fase do país, Brizola representou um papel muito importante de esperança e reação. Ele tem um papel histórico muito grande. Sempre foi um homem bastante convicto de suas idéias. Nunca cedeu. Foi um símbolo de resistência do país."

Tasso Jereissati, senador (PSDB/CE): "O ex-governador Leonel Brizola teve um papel importante na história política brasileira, participando ativamente do processo de redemocratização do país, destacando-se como uma das lideranças atuantes e presentes nas grandes discussões nacionais, para as quais ofereceu a sua contribuição de incontestável líder e homem público de grande determinação. O seu falecimento deixa, por isso, uma grande lacuna na política partidária brasileira na qual ele atuou sempre com destaque na defesa das suas idéias."

Jefferson Peres, senador pelo PDT (AM), líder do partido no Senado: "Com ele se encerra uma época em que a política era feita com idealismo, com paixão, e até com uma certa dose de romantismo. Ele foi um protagonista da história do Brasil. Hoje nós temos muitos coadjuvantes, mas ele participou de uma geração de homens realmente excepcionais que faziam a história".

Carlos Eduardo Vieira da Cunha (PDT), presidente da Assembléia Legislativa do RS: "Um dos maiores homens públicos que o Brasil já teve, Brizola foi o líder de um dos maiores movimentos cívicos do país --a Campanha da Legalidade [de 1961]. Um homem que nunca se deixou levar pelas benesses do poder."

Miguel Arraes (PE), deputado federal e presidente nacional do PSB: "Brizola foi principalmente um grande brasileiro, um homem que sempre esteve presente nas grandes lutas do nosso povo, ajudando o Brasil a caminhar para a democracia. Toda a sua vida foi uma luta permanente na defesa das grandes causas nacionais e, por isso, deu uma contribuição muito grande em momentos difíceis que o país atravessou."

Roberto Freire, deputado federal e presidente nacional do PPS: "Era uma figura marcante. Marcou a história do país, marcou quem com ele conviveu. Morreu um republicano, um homem que tinha a coisa pública acima de todas as suas convicções porque essa era a maior convicção que ele tinha. Eu não tinha dúvida de que, independente das posições políticas, ele merece ser reverenciado pelo povo brasileiro."

Osmar Dias, senador e presidente do PDT no Paraná: "Aprendi a conviver e a gostar do Brizola depois que entrei no PDT, em 2001. Ele pode ser citado como um exemplo de conduta ética e moral. Ouvi gente discordando do estilo de Brizola, mas nunca ouvi alguém falar contra seu comportamento e sua conduta ética e moral: não há suspeitas sobre sua vida política e, neste momento, ele é referência e exemplo para todos nós. Acho que a melhor homenagem que podemos lhe prestar é trabalhar para que o PDT se consolide. Tive um encontro com ele na semana passada, e, falando sobre o futuro do partido, ele disse que gostaria de ver o Paraná como um Estado de referência nacional do PDT. Falamos também sobre a votação do salário mínimo. Brizola sempre foi, rigorosamente, a favor de um salário digno e jamais admitiria a desvinculação do mínimo da Previdência, porque considerava isso um desrespeito aos aposentados. Para ele, o salário mínimo era um símbolo do trabalhismo e, como tal, bandeira do PDT."

Sereno Chaise, prefeito cassado de Porto Alegre pelo antigo PTB (o mesmo partido de Brizola) e um dos principais amigos e aliados do ex-governador, até deixar o PDT, romper com ele e se filiar ao PT: ''São públicas e notórias nossas diferenças políticas nos últimos seis anos, mas isso não apaga a militância conjunta em 50 anos, de alegres notícias e tristes derrotas. A vida pública tem rosas e espinhos. Que o Senhor, lá em cima, dê a paz para ele, para um homem sempre preocupado com os pobres, os menos favorecidos. O povo gaúcho deve muito a ele, assim como o brasileiro. Que descanse em paz.''

Pedro Simon, senador pelo PMDB-RS: "Nós, brasileiros, perdemos um dos grandes vultos dos últimos 50 anos. Brizola foi governador do Rio Grande do Sul e duas vezes do Rio de Janeiro. Marcou com a legalidade a grande resistência aos militares. Infelizmente depois, na ditadura militar, foi para o exílio e lá ficou 15 anos. Voltou com as mesmas idéias. Foi talvez o homem mais fiel na luta pelo nacionalismo, pela defesa dos direitos sociais. Tinha suas idéias voltadas para a gente mais simples, necessitada. Divergimos muitas vezes, mas não quanto a suas idéias. Sua carreira foi de primeiríssima grandeza."

Oscar Niemeyer, arquiteto: "Não foi perfeito, mas sempre foi uma figura importante para a nação. É uma grande perda porque estava sempre pronto a reagir nos momentos difíceis do país."

Nelson Jobim, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal): "Uma pessoa de importância incontestável na nossa história política recente. Um político controverso, que se alimentava de polêmicas e que teve papel fundamental na redemocratização."

Marta Suplicy (PT), prefeita de São Paulo: "Brizola faz parte da história do Brasil. Enfrentou com grande coragem o golpe de 1964 e sempre foi homem de ação, independentemente de suas convicções. Como aliado ou adversário, sempre mereceu respeito e hoje recebe a homenagem da nação brasileira."

Pelé, ex-jogador de futebol: "Graças a Deus ele não sofreu. Foi para o hospital sem nenhum sofrimento. Isso é bom. Agora é pedir para a família ter um pouco de tranqüilidade e aceitar porque Deus sabe o que faz. Ele era um amigo meu."

Antonio Carlos Magalhães (PFL), senador: "Dele se podia divergir e divergi muitas vezes, mas ninguém podia negar a honestidade comprovada não só no governo do Rio Grande do Sul como uma vez no governo do Rio de Janeiro."

Dom Eugênio Sales, arcebispo emérito do Rio de Janeiro: "Posso declarar tranqüilamente que havia laços de amizade entre nós. Lamento profundamente a perda de um amigo."

Paulo Paim (PT), vice-presidente do Senado: "O Brizola era uma referência muito forte para todos nós. Para o Rio Grande do Sul, era um marco, lembrava Jango, Getúlio e a história trabalhista. Era um homem que mantinha suas convicções."

João Paulo Cunha (PT), presidente da Câmara dos Deputados: "Ficamos consternados. É um fato politicamente forte para o Brasil. Evidentemente todos os deputados, dos mais diversos partidos, ficam sentidos. Há um clima de tristeza e consternação."

Guido Mantega, ministro do Planejamento:"Brizola foi um homem público muito importante, que merece ser homenageado. Mas ultimamente ele não apresentava um desempenho destacado, pelo menos no governo. Ele estava na oposição. Acho que não muda nada."

Governadores

Geraldo Alckmin (PSDB), governador de São Paulo: "Estou surpreso e muito triste. Brizola escreveu seu nome na história do Brasil pela sua dedicação à causa pública e à democracia. Governador de dois Estados brasileiros, fez sempre política com paixão e coerência."

Rosinha Garotinho (PMDB), governadora do Rio: "Brizola, para nossa família, foi muito mais do que um político. Foi um amigo, orientador, alguém que nos ensinou os valores positivos da política, como o amor pelo Brasil e pelo seu povo."

Eduardo Braga (PPS), governador do Amazonas: "Brizola sempre foi uma personalidade importante na história do país, uma referência na luta em defesa das instituições democráticas. A história saberá reconhecer o importante papel que ele desempenhou pelos direitos do trabalhador brasileiro."

Jarbas Vasconcelos (PMDB), governador de Pernambuco: "Foi um brasileiro ilustre e uma marca de coerência na sua atuação. Marcou a história contemporânea do país". O governador decreta amanhã (22/6) luto oficial de três dias.

Germano Rigotto (PMDB), governador do Rio Grande do Sul: "O Rio Grande do Sul está de luto assim como o todo o Brasil. O ex-governador foi um homem público que marcou a história do país por ser um homem de ação. As suas realizações honraram o nosso Estado."

Aécio Neves (PSDB), governador de Minas Gerais: "Brasil perde um líder e uma de suas mais importantes referências do processo de reconquista da democracia. Independentemente de suas posições políticas, Brizola sempre foi admirável pelas suas convicções, coragem e amor pelo país. Seu nome vai estar eternamente ligado à defesa das liberdades e do respeito à Constituição. É uma perda inestimável, e os mineiros se unem nesse luto aos gaúchos, cariocas e todos os brasileiros."

João Alves (PFL), governador de Sergipe: "Podia-se discordar das suas idéias, mas ninguém poderia desconhecer a sua honestidade, sua lealdade e, principalmente, seu amor pelo Brasil."

Jorge Viana (PT), governador do Acre: "O nome de Leonel Brizola se confunde com a história da luta pela redemocratização do Brasil. Não dá para falar dos últimos 50 anos de política brasileira sem falar da figura de Brizola. Ele, aliás, foi um estimulador de meu ingresso na política."

Wellington Dias (PT), governador do Piauí: "Brizola foi uma das peças fundamentais para o restabelecimento da democracia nacional após o regime militar que se instalou no Brasil em 1964."

Zeca do PT, governador de Mato Grosso do Sul: "Com a morte do ex-governador Leonel Brizola, o Brasil perde um grande civilista, um combatente da democracia que se postou sempre com firmeza contra o arbítrio. Em momentos decisivos da história nacional, nos últimos 50 anos, Brizola sempre mostrou um desassombro próprio dos que, ainda sob o risco eventual de parecerem temerários, jamais silenciaram diante do autoritarismo. A história da reconquista das liberdades no país reservará, certamente, um capítulo importante para Leonel Brizola que, certamente, não será julgado por eventuais atitudes voluntaristas, mas pelo conjunto de sua trajetória."

Lúcio Alcântara (PSDB), governador do Ceará: "Perde-se um grande homem público, com suas características muitas vezes polêmicas, mas um homem que sempre teve um grande espírito público. O que mais eu admirava era sua grande dedicação com as questões de educação e porque tinha grande consciência da importância do papel do Estado. Em tempos em que há um certo clima de fragilidade do aparelho estatal, ele era uma grande referência por ter um faro muito grande para saber o que era institucionalmente importante. Ele fez história. Aprendi muito com ele."

Marconi Perillo (PSDB), governador de Goiás: "Por mais de meio século, Leonel Brizola foi personagem importante da história política deste país. Com sua morte, o Brasil perde muito do contraditório que estimula e consagra a democracia."

Ronaldo Lessa (PSB), governador de Alagoas: "Não se pode escrever a história do Brasil sem falar de Leonel Brizola. O país deve prestar uma homenagem a ele pela contribuição dada ao processo de consolidação da democracia brasileira. Um homem de partido, polêmico, cuja presença foi marcante na vida política brasileira."

Waldez Góes (PDT), governador do Amapá: "Leonel Brizola foi um gigante na vida pública brasileira. Um homem singular, cuja trajetória de vida está profundamente associada à própria trajetória da nossa história política. Era cheio de energia e disposição quando se tratava de defender as causas da nação brasileira. Assumia com orgulho sua identidade de nacionalista fervoroso, ciente de que o Brasil só poderá ter participação competitiva no mundo globalizado se assumir sua identidade e valorizar suas riquezas."

Wilma de Faria (PSB), governadora do Rio Grande do Norte: "O país perde um grande líder trabalhista e um grande defensor da democracia. Todo Brasil reconhece sua luta pelos trabalhadores. Neste momento, toda família norte-rio-grandense está consternada e se solidariza com os que amam e admiram Leonel Brizola."

Ex-governadores

Jaime Lerner (PSB), ex-governador do Paraná pelo PDT: "Mesmo quando saí do partido [o PDT, em 1997), meu respeito por ele nunca deixou de existir, pelo contrário. Era uma pessoa de uma coerência muito grande. Podia, às vezes, estar equivocado, mas seus sentimentos nunca eram pequenos. Essa postura sempre presente só trouxe respeito a ele. Brizola é uma parte importante da história política deste país."

Alceu Collares (PDT-RS), deputado federal e ex-governador do Rio Grande do Sul: "A nação vai sentir o amargor da ausência de um líder que lutou pela emancipação, pelo crescimento e pelo desenvolvimento do nosso Brasil. Foi o homem público que mais realizou obras para os trabalhadores, crianças e marginalizados, principalmente na área da educação. É por isso que Leonel Brizola conseguiu o feito raro de se eleger governador em dois Estados diferentes, e os dois mais politizados do Brasil."

Paulo Maluf, 72, ex-governador e prefeito do Estado e cidade de São Paulo: "O Brizola deixou um exemplo bastante longo de vida pública, que ele começou aos 20 anos e terminou aos 82. Ele lutou muito pela democracia. O grande exemplo que ele deixou foi de coragem e perseverança. Mesmo ganhando ou perdendo, ele continuava lutando dentro da democracia."

Moreira Franco, 59, deputado federal (PMDB), ex-governador do Rio (1987-1990), derrotado por Brizola na eleição para governador, em 1982: "Ontem (domingo) à noite, tivemos uma reunião com ele em sua casa. Exatamente para falar do futuro do Brasil e o papel que ele poderia exercer na construção deste futuro. Em que pese ele estar adoentado, demonstrou entusiasmo, vigor e confiança, sobretudo determinação de luta. E nós temos que conviver com perda desta natureza em um momento em que o Brasil precisa de pessoas com experiência, com compreensão democrática e popular para enfrentar as dificuldades. O ex-governador Brizola era um lutador."

Marcello Alencar, ex-governador do Rio pelo PSDB (1995-1998), ex-prefeito do Rio pelo PDT (1989-1992): "O Brizola é uma personalidade da história do nosso país. Ele, na verdade, foi um homem de muitas convicções e a elas se dedicou, às vezes com desespero. Fez muita coisa equívoca, justamente devido a essas convicções, e se tornou um homem raro, não é um homem qualquer."

"É um político que merece ocupar os espaços que ocupou na nossa história. Ele sofreu e pagou um preço por suas convicções. Estou muito sensibilizado com a morte dele e acho que merece todo o nosso respeito. O Brizola tinha a vantagem de ser um eterno lutador. Lutava e não queria saber contra quem. Era um sujeito vocacionado para o confronto e viveu grande parte da vida no confronto. Ele sentia falta dos confrontos e ia procurá-los. E o povo via isso como um comportamento muito particular dele e isso lhe deu a glória de ser considerado um político respeitado tanto nacionalmente como internacionalmente."

Benedita da Silva, ex-governadora do Rio pelo PT: "A política brasileira perde muito. Brizola contribuiu com a política brasileira. Brigou muito. Construiu um partido. O Estado do Rio, que foi governado por ele, certamente estará de luto."

Anthony Garotinho (PMDB), secretário da Segurança Pública do Rio e ex-governador do Estado: "Brizola em momento algum abriu mão de seu sonho de um Brasil para todos os brasileiros. Ainda ontem (domingo) à noite, quando estive com ele, conversando sobre os problemas do Brasil, ele continuava o mesmo: um idealista, um patriota, um apaixonado pelo povo."

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