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Justiça condena empresários por empréstimos fraudulentos do Banestado
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DIMITRI DO VALLE
da Agência Folha, em Curitiba
O juiz Sérgio Moro, da 2ª Vara Federal Criminal de Curitiba, condenou três empresários a penas entre 7 e 8 anos de prisão por realizar empréstimos fraudulentos de US$ 3,5 milhões do extinto Banestado (Banco do Estado do Paraná).
Segundo a decisão, parte dos recursos (US$ 331 mil) foi para a campanha à reeleição do então governador do Paraná (1995-2002), Jaime Lerner (na época do PFL), em 1998.
As condenações por crimes de gestão fraudulenta corrupção dos empresários José Maria Muller, da Tucumann Engenharia e Empreendimentos, Sérgio Marder, da Redram Construtora de Obras, e Maria Cristina Ibraim Jabur, da Jabur Toyopar Importação e Comércio de Veículos, foram possíveis por meio da delação premiada, auxiliadas também por investigações da Polícia Federal e Banco Central. Todos poderão recorrer em liberdade.
O doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor do banco Gabriel Pires Neto colaboraram com as investigações. Pires Neto, que autorizou os empréstimos, disse que o dinheiro para a campanha de Lerner foi solicitado por Giovani Gionédis, à época secretário estadual da Fazenda e presidente do conselho de administração do Banestado.
Como a informação se baseou em conversa verbal entre eles, o juiz entendeu não haver provas contra Gionédis.
O advogado Rene Dotti, que representa a Tucumann e a Jabur no processo, disse que as penas foram altas para pessoas sem antecedentes criminais.
Ele afirmou que Moro decidiu agir assim para evitar a prescrição do caso. Dotti disse que um dos clientes já quitou o empréstimo e o outro está pagando a dívida. O advogado Carlos Alberto Farracha de Castro, que atua em nome da Redram, disse que a empresa tinha patrimônio para cobrir o empréstimo e que ele foi legal.
Os dois advogados questionaram o fato de o processo ter sido baseado na delação premiada de pessoas que respondem a processos criminais. Citaram o caso de Youssef, réu em outros processos.
Jaime Lerner não foi localizado. Uma funcionária de seu escritório de arquitetura em Curitiba disse que ele estava em viagem ao exterior e não poderia ser contatado.
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