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15/07/2004
-
09h34
do enviado especial da Folha de S.Paulo a Campinas
da Folha de S.Paulo, em Campinas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não recebeu ontem a viúva do prefeito Toninho do PT, Roseana Garcia, durante visita a Campinas (SP). Roseana e a ONG Quem Matou Toninho pedem a intervenção federal nas investigações e a reabertura do caso.
Alguma coisa mudou radicalmente na relação entre Lula e Roseana desde a posse do presidente. Naquele dia, a viúva de Toninho mereceu um abraço especial e emocionado de Lula. Ontem, os dois estavam em lados opostos.
Na cerimônia de posse, Lula e a mulher, Marisa, atravessavam o salão para descer a rampa e deixar o palácio. De repente, ele parou no meio do empurra-empurra e determinou aos seguranças que abrissem o cordão de isolamento em torno dele: "Abram! Quero abraçar esta mulher aqui".
"Esta mulher" era Roseana, que chorava muito. Lula a abraçou, alisando seus cabelos. Dezenove meses depois, em visita a Campinas, nem Lula rendeu homenagem ao prefeito assassinado, nem Roseana rendeu ao presidente.
Ontem, a viúva de Antonio da Costa Santos, morto em 2001, distribuiu 10 mil exemplares de uma carta aberta e instalou 20 faixas que questionavam o por que de o caso não ser reaberto. A viúva não concorda com a tese do Ministério Público Estadual e da Polícia Civil de que Toninho teria sido morto "por acaso", pois seu carro teria atrapalhado uma fuga.
Segundo Roseana, Lula declarou, em Campinas, na última campanha para a Presidência, que a primeira medida, se eleito, seria reabrir o caso Toninho.
"O Toninho foi tirado do poder a bala. Fico decepcionada e entristecida. Esperava muito mais politicamente do governo Lula, pois Toninho ficou neste partido durante 20 anos", disse.
Elogios
Em sua primeira visita oficial a um município após o início da campanha eleitoral, Lula elogiou no palanque ontem o trabalho do deputado federal Luciano Zica (PT) --candidato a prefeito de Campinas-- e da atual prefeita, Izalene Tiene, que assumiu o posto após a morte de Toninho.
Em razão da proibição imposta pela Lei Eleitoral, Zica não pôde participar ao lado de Lula da inauguração da estação de tratamento de esgoto Piçarrão, em comemoração do aniversário de 230 anos da cidade. "Não posso deixar de reconhecer o trabalho que os deputados federais e, sobretudo, o companheiro Zica têm feito pela cidade de Campinas", disse Lula, diante de cerca de 3.000 pessoas.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, utilizou um trecho da Bíblia para descrever o momento em que três crianças tentaram cumprimentar o presidente.
Uma delas pulou a cerca que separava o público das autoridades e correu para o palanque para abraçar o presidente. Logo depois, outras duas tentaram fazer o mesmo, mas foram contidas pelos seguranças. "A cena foi muito bonita", começou a ministra. "Porque Jesus Cristo, certa vez, quando as crianças fizeram o mesmo gesto e alguns discípulos tentaram impedir, disse: "Deixai vir a mim as criancinhas'".
Colaborou ELIANE CANTANHÊDE, da Folha de S.Paulo, em Brasília
Especial
Arquivo: veja o que já foi publicado sobre Toninho do PT
Lula não recebe viúva do ex-prefeito de Campinas
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da Folha de S.Paulo, em Campinas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não recebeu ontem a viúva do prefeito Toninho do PT, Roseana Garcia, durante visita a Campinas (SP). Roseana e a ONG Quem Matou Toninho pedem a intervenção federal nas investigações e a reabertura do caso.
Alguma coisa mudou radicalmente na relação entre Lula e Roseana desde a posse do presidente. Naquele dia, a viúva de Toninho mereceu um abraço especial e emocionado de Lula. Ontem, os dois estavam em lados opostos.
Na cerimônia de posse, Lula e a mulher, Marisa, atravessavam o salão para descer a rampa e deixar o palácio. De repente, ele parou no meio do empurra-empurra e determinou aos seguranças que abrissem o cordão de isolamento em torno dele: "Abram! Quero abraçar esta mulher aqui".
"Esta mulher" era Roseana, que chorava muito. Lula a abraçou, alisando seus cabelos. Dezenove meses depois, em visita a Campinas, nem Lula rendeu homenagem ao prefeito assassinado, nem Roseana rendeu ao presidente.
Ontem, a viúva de Antonio da Costa Santos, morto em 2001, distribuiu 10 mil exemplares de uma carta aberta e instalou 20 faixas que questionavam o por que de o caso não ser reaberto. A viúva não concorda com a tese do Ministério Público Estadual e da Polícia Civil de que Toninho teria sido morto "por acaso", pois seu carro teria atrapalhado uma fuga.
Segundo Roseana, Lula declarou, em Campinas, na última campanha para a Presidência, que a primeira medida, se eleito, seria reabrir o caso Toninho.
"O Toninho foi tirado do poder a bala. Fico decepcionada e entristecida. Esperava muito mais politicamente do governo Lula, pois Toninho ficou neste partido durante 20 anos", disse.
Elogios
Em sua primeira visita oficial a um município após o início da campanha eleitoral, Lula elogiou no palanque ontem o trabalho do deputado federal Luciano Zica (PT) --candidato a prefeito de Campinas-- e da atual prefeita, Izalene Tiene, que assumiu o posto após a morte de Toninho.
Em razão da proibição imposta pela Lei Eleitoral, Zica não pôde participar ao lado de Lula da inauguração da estação de tratamento de esgoto Piçarrão, em comemoração do aniversário de 230 anos da cidade. "Não posso deixar de reconhecer o trabalho que os deputados federais e, sobretudo, o companheiro Zica têm feito pela cidade de Campinas", disse Lula, diante de cerca de 3.000 pessoas.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, utilizou um trecho da Bíblia para descrever o momento em que três crianças tentaram cumprimentar o presidente.
Uma delas pulou a cerca que separava o público das autoridades e correu para o palanque para abraçar o presidente. Logo depois, outras duas tentaram fazer o mesmo, mas foram contidas pelos seguranças. "A cena foi muito bonita", começou a ministra. "Porque Jesus Cristo, certa vez, quando as crianças fizeram o mesmo gesto e alguns discípulos tentaram impedir, disse: "Deixai vir a mim as criancinhas'".
Colaborou ELIANE CANTANHÊDE, da Folha de S.Paulo, em Brasília
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