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11/10/2009 - 09h18

Mídia influenciou em reintegração de posse de fazenda em SP, afirma sem-terra

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MAURÍCIO SIMIONATO
da Agência Folha, em Campinas

Integrante da coordenação nacional do MST, Jaime Amorim afirmou que a decisão judicial de reintegração de posse da fazenda da Cutrale "foi influenciada pelo show midiático", em uma referência às imagens exibidas pela TV que mostraram um trator passando por cima de milhares de pés de laranja na propriedade, em Iaras (SP).

"Por causa da pressão gerada pelo show midiático, com a exibição das cenas de destruição dos pés de laranja, a Justiça da região chamou para si a responsabilidade, mas a competência jurídica não é estadual porque a área é federal", disse Amorim.

Durante a invasão, membros do movimento destruíram pés de laranja com trator da fazenda. Segundo o MST, foram cerca de 3.000 pés. A empresa diz que foram derrubados de 7.000 a dez mil. A fazenda tem cerca de 1 milhão de pés de laranja.

Para o líder dos sem-terra, o MST tentou demonstrar que é "contra a monocultura". "Transformaram suco de laranja em seres humanos, como se nós tivéssemos destruído uma geração. O que o MST quis fazer é demonstrar que somos contra a monocultura", disse.

E emendou: "O que eles [integrantes do MST] fizeram foi demonstrar para o país um sentimento patriótico. Alguém tem que defender este país contra latifúndio e monocultura".

Ao ser questionado sobre as acusações de depredações e furtos por parte do MST, Amorim disse que podem ter ocorrido "excessos", mas que foram causados por pressão da mídia.

"Não sabemos se é verdade. É claro que, na luta do dia a dia, há os excessos e a gente não pode ficar controlando todos. A verdade é que os companheiros ficaram muito indignados e pressionados com o show midiático que fizeram em cima de alguns pés de laranja", disse.

Na sexta-feira, o MST divulgou nota na qual afirma que "repudia a versão construída para responsabilizar o MST pela depredação da fazenda".

Comentários dos leitores
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 18h28
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 18h28
Sr Mauricio de Andrade.
Má distribuição de riquezas e terras são problemas, mas não são mais graves do que o nosso sistema educacional público. Este sim, nosso maior problema, que perpetua o ciclo vicioso da concentração de riquezas. Resolva-se o problema da educação e eliminamos o problema da miséria. Educação dá discernimento, cidadania, melhora a qualidade na escolha de políticos e multiplica as chances de inclusão social e econômica. É a solução mais eficaz e qualquer estatística sobre índices de desenvolvimento humano mostram isso, e isso independe do sujeito pertencer ao campo ou a cidade.
sem opinião
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Marcelo Takara (65) 01/02/2010 17h43
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 17h43
Acho que não me fiz entender direito.Valoriza-se mais as posses materiais do que a formação educacional. A agricultura familiar mudou muito, comparada àquela que se praticava décadas atrás. Sou de origem japonesa, meus avós foram agricultores, meu pai foi agricultor e migrou para cidade, onde conseguiu montar um comércio, graças a algumas boa colheitas. Detalhe: meu pai nunca foi proprietário de terras, sempre arrendou. Tenho alguns tios que continuaram na agricultura, no cultivo de hortaliças, e eles somente conseguem se manter porque se adaptaram, do contrário é difícil manter os custos. Atualmente, mesmo para tocar uma pequena propriedade, é necessário conhecimento técnico e qualificação para manejo sustentável, rotação de culturas, uso correto de fertilizantes e recuperação de solo. Ou seja eis a necessidade da QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL. A má distribuição de riquezas é consequência funesta da incapacidade de nossos governantes em dar uma educação digna à toda população, daí o fato de haver o exército de desempregados nos grandes centros urbanos. Igualmente continuarão a levar uma vida miserável mesmo na posse de uma terra, se não houver capacitação técnica. Por outro lado, tem surgido muitas vagas de empregos em muitas cidades pequenas e médias do interior do Brasil, que não são preenchidas por falta de formação educacional. A distribuição de terras pode até ser uma solução para o campo, mas não é a única. A melhor solução é de longo prazo e é EDUCAÇÃO. sem opinião
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Tiago Garcia (41) 01/02/2010 11h04
Tiago Garcia (41) 01/02/2010 11h04
A lei é para todos sem exceção.
Se a Cutrale grilou ou não fazenda a justiça que resolve, não o MST que eu nunca votei nem autorizei a fazer valer a vontade da lei. MST não tem legitimidade para isso.
A anos atrás quando eu estudei o MST seu principal argumento para invasões sempre era os grandes latifúndios improdutivos, terras paradas nas mãos da especulação. O que aconteceu com essa justificativa do MST?
2 opiniões
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