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29/08/2004 - 05h44

Vice é cabo eleitoral do próprio pai

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da Folha de S.Paulo

Além de abrigar o Instituto J.Andrade, sob investigação, a pequena Juatuba, terra natal de Clésio Andrade (PL), a cerca de 50 km de Belo Horizonte, vive uma disputa eleitoral em que o vice-governador é o mais importante cabo eleitoral da cidade.

O candidato que ele apóia é o seu pai, o pecuarista Oscar Soares de Andrade, 78, que na última quinta tirou um peso dos ombros quando o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) reverteu a impugnação da sua candidatura por ele não ter passado no teste de alfabetização do juiz local.

"Na declaração que foi prestada em audiência de aferição, constava do texto 28 palavras, sendo que o candidato grafou corretamente 21, e os erros que cometeu no restante não comprometeram de todo a leitura", escreveu o juiz-relator do processo, Antônio Pereira.

"Seu" Oscar (PL), como é chamado, não é debutante na política. Com apenas três anos de estudo, foi vereador nos anos 60 e prefeito de Juatuba duas vezes.

Sua carreira política foi levada em conta na decisão do TRE, mas o episódio deixou Oscar "constrangido, mas não abatido", conforme disse ele, na manhã da última sexta, em campanha a pé pelo bairro Bela Vista.

A campanha é na base de santinhos e conversas, mas Oscar inovou. Alugou um caminhão com um telão que todas as noites sai pela cidade de 17 mil habitantes. O caminhão-cinema é a novidade daquela eleição municipal.

Antes da exibição de filme escolhido pela comunidade, é apresentado um vídeo da campanha, que tem como estrelas o governador Aécio Neves (PSDB) e Clésio, que dão depoimentos.

Oscar não esconde que o cargo do filho mais velho é o trunfo da campanha. "Eu tenho muita certeza disso", afirmou ele, que espera "mais recursos e facilidades para administrar", já dando como certo um investimento de "R$ 16 milhões" da Copasa, a companhia de saneamento do Estado, para levar água e esgoto a 14 bairros da cidade.

O grupo do opositor Pedro Magesty (PMDB), que tenta se reeleger prefeito, reclama que existe um contrato pronto de R$ 8,7 milhões para as mesmas obras desde dezembro de 2003, mas que não foi assinado. "Por que isso não foi autorizado? Nós achamos que é uma questão política", reclama Wagner Silveira, secretário de governo.

No comitê de Oscar, que se coligou com PT, PTB, PC do B e PPS, é distribuído um boletim sobre a vida de Clésio. "Este é o vice de Aécio Neves", diz o enunciado. Também há um jornal tipo tablóide com uma foto de Clésio, Aécio e Oscar estampada em quase toda a primeira página: "Aécio Neves apóia Oscar e sinaliza dias melhores para Juatuba", diz.

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