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27/09/2004 - 09h34

Ministros passam 713 dias fora do Brasil

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JULIA DUAILIBI
EDUARDO SCOLESE
da Folha de S. Paulo, em Brasília

Alguns ministros têm tido especial atenção quanto à recomendação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de vender o país no exterior: neste ano, titulares das pastas somaram pelo menos 713 dias no exterior somente em viagens autorizadas pelo Planalto.

O ministro Gilberto Gil (Cultura) é quem lidera o ranking entre os 29 titulares da Esplanada dos Ministérios que tiveram autorização de Lula para deixar o país. Ao todo, passou 75 dias fora do Brasil, o que representa quase um terço do ano no exterior.

A conclusão vem de levantamento feito pela Folha com base no "Diário Oficial" da União, onde constam todas as autorizações de Lula, de janeiro até a semana passada, para que os ministros se afastem do país. Não incluem, portanto, viagens em comitivas presidenciais, mas a autorização do presidente para o ministro participar de parte da viagem, o que ocorre quando há agendas, datas e custos distintos.

O chanceler Celso Amorim não entra no ranking, pela natureza de sua função exigir as viagens.

A grande maioria das viagens ocorreu com ônus para os cofres públicos, ou seja, a União paga as passagens e as diárias dos ministros fora do país. Em quase todos os casos, os ministros viajam acompanhados de assessores.

No caso dos titulares de pastas da área econômica, as viagens dão-se para contatos com empresários e departamentos comerciais dos países. Já os da área social, para ida a fóruns e palestras.

Gil, por exemplo, está em viagem desde o dia 18. Passou por Nova York, onde também deu palestra, com viagem paga pelo governo, e emendou uma ida ao México, onde faz shows, sem custo para o governo. Terminará o tour de 11 dias em Paris, onde se encontrará com representantes da área cultural do país.

No mês passado, quando se discutia o polêmico projeto da Ancinav (criação da agência do audiovisual), a agenda de Gil inflou. Passou quatro dias no México, custeado pelo governo, para a reunião de ministros da Cultura. De lá foi a Lisboa para "compromissos particulares" e encontro com a ministra da Cultura do país, sem ônus para o governo. Nos três dias finais, esteve em Berlim, com ônus governamental de novo, para participar de reuniões com personalidades da cultura. Ainda fez três shows no Brasil.

Depois de Gil, no ranking dos viajantes, vem a ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, com 58 dias fora --segundo o ministério, foi desmarcada uma viagem de três dias para Austrália, mas o cancelamento ainda não saiu no "Diário Oficial".

Das idas ao exterior, Dilma ficou cerca de uma semana na China, onde participou de exposição e se reuniu com autoridades.

Secretários

Secretários especiais, com status de ministros, viajaram mais que titulares de ministérios.

O secretário especial dos Direitos Humanos, Nilmário Miranda, computa 57 dias em viagens internacionais, sendo 10 dias entre Suíça e Espanha, países onde proferiu palestras. José Fritsch, secretário especial de Aqüicultura e Pesca, viajou mais que o ministro do Desenvolvimento, Luiz
Fernando Furlan, que ficou 55 dias fora.

Ao todo, Fritsch esteve 57 dias no exterior, sendo 16 dias na Europa, segundo o "Diário Oficial".

Márcio Thomaz Bastos (Justiça) deixou o país por apenas cinco dias. Matilde Ribeiro, secretária especial de Políticas de Promoção de Igualdade Racial, viajou seis vezes mais que o titular da Justiça.

O governo federal não divulga os custos das viagens, que contemplam diárias e passagens.

Especial
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