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13/10/2004
-
18h25
GABRIELA MANZINI
da Folha Online
O ex-prefeito Paulo Maluf (PP) e o vereador Brasil Vita (PP) prestaram hoje depoimentos no Ministério Público Estadual sobre as acusações de envolvimentos numa suposta tentativa de subornar uma testemunha para prejudicar o candidato à Prefeitura José Serra (PSDB).
Segundo o promotor José Reinaldo Guimarães Carneiro, que acompanhou os depoimentos, todas as perguntas foram respondidas "com tranqüilidade". De acordo com ele, Vita disse que sabia que estava sendo gravado e, por isso, não contestou a autenticidade das gravações.
O promotor avalia que as gravações apresentadas pelo ex-presidente da Câmara "são legítimas" e podem ser usadas como provas em uma futura acusação formal pois "trata-se da gravação de uma conversa feita por um dos interlocutores".
Maluf e Vita são investigados desde a divulgação de uma fita na qual o vereador aparece negociando com o ex-presidente da Câmara Municipal de São Paulo Armando Mellão. A negociata envolveria troca de dinheiro por uma declaração de Mellão contra Serra.
Pelo teor das conversas gravadas, Mellão deveria convocar a imprensa para dizer que as acusações que fez contra Maluf eram falsas e que recebeu dinheiro de Serra para atacar o ex-prefeito. Em troca, ainda segundo os diálogos, Mellão receberia pelo menos R$ 200 mil de Maluf.
Nos diálogos Vita insinua que Maluf cobrou propina de empresários de ônibus durante a gestão dele, entre 1993 a 1996, negociou diamantes no exterior e comprou obras de artes com dinheiro ilícito. O vereador, no entanto, disse tê-las "imaginado" com a intenção de "ver até onde o Mellão iria". A possível veracidade destas suspeitas será investigada.
A maior contradição registrada até o momento, ainda segundo o promotor, é que Vita afirma ter sido procurado por Mellão enquanto o ex-presidente da Câmara diz o contrário. As circunstâncias dos encontros também serão averigüadas.
Outro lado
Em entrevista aos jornalistas logo após seu depoimento, Maluf negou que tivesse conhecimento dos encontros entre ambos. "Os dois é que têm que dizer porque se encontraram", disse. O vereador confirma as condições e disse ter mencionado o nome do ex-prefeito apenas como "garantia de credibilidade".
A hipótese de que Mellão tenha sido instruído por promotores a gravar os encontros com Vita foi considerada "lamentável" pelo advogado de Maluf, Ricardo Tosto.
De acordo com José Reinalo do Carneiro, "não partiu do Gaeco [Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado] qualquer orientação neste sentido".
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Paulo Maluf
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À Promotoria, vereador Brasil Vita confirma autoria de gravação contra Serra
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da Folha Online
O ex-prefeito Paulo Maluf (PP) e o vereador Brasil Vita (PP) prestaram hoje depoimentos no Ministério Público Estadual sobre as acusações de envolvimentos numa suposta tentativa de subornar uma testemunha para prejudicar o candidato à Prefeitura José Serra (PSDB).
Segundo o promotor José Reinaldo Guimarães Carneiro, que acompanhou os depoimentos, todas as perguntas foram respondidas "com tranqüilidade". De acordo com ele, Vita disse que sabia que estava sendo gravado e, por isso, não contestou a autenticidade das gravações.
O promotor avalia que as gravações apresentadas pelo ex-presidente da Câmara "são legítimas" e podem ser usadas como provas em uma futura acusação formal pois "trata-se da gravação de uma conversa feita por um dos interlocutores".
Maluf e Vita são investigados desde a divulgação de uma fita na qual o vereador aparece negociando com o ex-presidente da Câmara Municipal de São Paulo Armando Mellão. A negociata envolveria troca de dinheiro por uma declaração de Mellão contra Serra.
Pelo teor das conversas gravadas, Mellão deveria convocar a imprensa para dizer que as acusações que fez contra Maluf eram falsas e que recebeu dinheiro de Serra para atacar o ex-prefeito. Em troca, ainda segundo os diálogos, Mellão receberia pelo menos R$ 200 mil de Maluf.
Nos diálogos Vita insinua que Maluf cobrou propina de empresários de ônibus durante a gestão dele, entre 1993 a 1996, negociou diamantes no exterior e comprou obras de artes com dinheiro ilícito. O vereador, no entanto, disse tê-las "imaginado" com a intenção de "ver até onde o Mellão iria". A possível veracidade destas suspeitas será investigada.
A maior contradição registrada até o momento, ainda segundo o promotor, é que Vita afirma ter sido procurado por Mellão enquanto o ex-presidente da Câmara diz o contrário. As circunstâncias dos encontros também serão averigüadas.
Outro lado
Em entrevista aos jornalistas logo após seu depoimento, Maluf negou que tivesse conhecimento dos encontros entre ambos. "Os dois é que têm que dizer porque se encontraram", disse. O vereador confirma as condições e disse ter mencionado o nome do ex-prefeito apenas como "garantia de credibilidade".
A hipótese de que Mellão tenha sido instruído por promotores a gravar os encontros com Vita foi considerada "lamentável" pelo advogado de Maluf, Ricardo Tosto.
De acordo com José Reinalo do Carneiro, "não partiu do Gaeco [Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado] qualquer orientação neste sentido".
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