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17/11/2004
-
21h35
da Folha Online
A Polícia Federal de São Paulo indiciou nesta quarta-feira Lígia Maluf e Maurílio Curi, respectivamente filha e genro do ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf (PP). Eles são acusados dos crimes de evasão de divisas, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, peculato (apropriação de bem público por servidor) e formação de quadrilha.
No interrogatório, ambos foram questionados sobre envio de dinheiro para o exterior, mas se reservaram o direito de só falarem na Justiça. Interrogada, a mulher do ex-prefeito, Sylvia Maluf, afirmou que não participa dos negócios da família e que apenas assina documentos a pedido do marido, sem conhecimento do seu teor.
A assessoria de Maluf informou que o ex-prefeito não tem contas no exterior e que sua mulher tem uma conta bancária na França, declarada no Imposto de Renda.
Indiciamento
No Brasil, há duas frentes de trabalho que investigam a remessa de dólares para o exterior, uma na esfera criminal e outra na cível.
Na penal, Maluf e o filho Flávio já foram indiciados pela Polícia Federal sob a acusação de evasão de divisas, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, sonegação e peculato (apropriação de bem público). O ato de indiciar significa que a PF acredita ter reunido indícios suficientes para o Ministério Público entrar na Justiça. A pena mínima prevista é de dez anos de prisão.
Os crimes estão relacionados à investigação sobre o envio não declarado de milhões de dólares para a Suíça --apesar de o governo brasileiro ter informações sobre movimentações da família Maluf em outros países, só a Suíça enviou documentos ao Brasil.
Caso seja condenado pela Justiça, Maluf pode ser beneficiado pela sua idade --73 anos. Uma norma do Código Penal brasileiro sobre a prescrição do crime (fim da possibilidade de punição) beneficia quem tem mais de 70 anos com prazos menores para prescrição de penas condenatórias.
Na área cível, a ação contra Maluf e outros 36 acusados é por improbidade administrativa (má gestão pública). A Promotoria pede a devolução dos US$ 446 milhões aos cofres públicos e o pagamento de uma multa equivalente a três vezes o valor.
Investigações
As investigações contra o ex-prefeito começaram em junho de 2001, quando a Promotoria teria descoberto indícios da existência de ao menos US$ 200 milhões em contas bancárias de Maluf e de seus familiares em Jersey, um paraíso fiscal no canal da Mancha.
Segundo Silvio Marques e Sérgio Turra, dois dos oito promotores que entraram com a ação, Maluf recebeu propina de dinheiro desviado da construção da avenida Água Espraiada e do túnel Ayrton Senna, enquanto ele era prefeito (1993-1996). O esquema, afirmam, teria continuado na gestão Celso Pitta (1997-2000).
Quando a denúncia foi apresentada, Silvio Marques disse que Maluf recebia de 20% a 30% do valor de cada obra. As duas custaram, segundo promotores, US$ 1,2 bilhão.
Segundo o promotor, a maioria do dinheiro passava pelos Estados Unidos via Banestado e seguia até a Suíça. Marques afirmou ter recebido documentos de Jersey, Estados Unidos e Suíça, que estão sob sigilo.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Paulo Maluf
Leia o que já foi publicado sobre Lígia Maluf
Leia o que já foi publicado sobre Maurílio Curi
Leia o que já foi publicado sobre envio de dinheiro ao exterior
PF indicia filha e genro de Maluf
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A Polícia Federal de São Paulo indiciou nesta quarta-feira Lígia Maluf e Maurílio Curi, respectivamente filha e genro do ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf (PP). Eles são acusados dos crimes de evasão de divisas, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, peculato (apropriação de bem público por servidor) e formação de quadrilha.
No interrogatório, ambos foram questionados sobre envio de dinheiro para o exterior, mas se reservaram o direito de só falarem na Justiça. Interrogada, a mulher do ex-prefeito, Sylvia Maluf, afirmou que não participa dos negócios da família e que apenas assina documentos a pedido do marido, sem conhecimento do seu teor.
A assessoria de Maluf informou que o ex-prefeito não tem contas no exterior e que sua mulher tem uma conta bancária na França, declarada no Imposto de Renda.
Indiciamento
No Brasil, há duas frentes de trabalho que investigam a remessa de dólares para o exterior, uma na esfera criminal e outra na cível.
Na penal, Maluf e o filho Flávio já foram indiciados pela Polícia Federal sob a acusação de evasão de divisas, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, sonegação e peculato (apropriação de bem público). O ato de indiciar significa que a PF acredita ter reunido indícios suficientes para o Ministério Público entrar na Justiça. A pena mínima prevista é de dez anos de prisão.
Os crimes estão relacionados à investigação sobre o envio não declarado de milhões de dólares para a Suíça --apesar de o governo brasileiro ter informações sobre movimentações da família Maluf em outros países, só a Suíça enviou documentos ao Brasil.
Caso seja condenado pela Justiça, Maluf pode ser beneficiado pela sua idade --73 anos. Uma norma do Código Penal brasileiro sobre a prescrição do crime (fim da possibilidade de punição) beneficia quem tem mais de 70 anos com prazos menores para prescrição de penas condenatórias.
Na área cível, a ação contra Maluf e outros 36 acusados é por improbidade administrativa (má gestão pública). A Promotoria pede a devolução dos US$ 446 milhões aos cofres públicos e o pagamento de uma multa equivalente a três vezes o valor.
Investigações
As investigações contra o ex-prefeito começaram em junho de 2001, quando a Promotoria teria descoberto indícios da existência de ao menos US$ 200 milhões em contas bancárias de Maluf e de seus familiares em Jersey, um paraíso fiscal no canal da Mancha.
Segundo Silvio Marques e Sérgio Turra, dois dos oito promotores que entraram com a ação, Maluf recebeu propina de dinheiro desviado da construção da avenida Água Espraiada e do túnel Ayrton Senna, enquanto ele era prefeito (1993-1996). O esquema, afirmam, teria continuado na gestão Celso Pitta (1997-2000).
Quando a denúncia foi apresentada, Silvio Marques disse que Maluf recebia de 20% a 30% do valor de cada obra. As duas custaram, segundo promotores, US$ 1,2 bilhão.
Segundo o promotor, a maioria do dinheiro passava pelos Estados Unidos via Banestado e seguia até a Suíça. Marques afirmou ter recebido documentos de Jersey, Estados Unidos e Suíça, que estão sob sigilo.
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