Publicidade
Publicidade
24/11/2004
-
16h55
da Folha Online
Após uma polêmica internacional sobre as ambições brasileiras no campo nuclear, a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) aprovou o funcionamento da fábrica de enriquecimento de urânio de Resende, segundo o ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos.
Com o aval da AIEA, a unidade nuclear de Resende será a primeira fábrica de enriquecimento de urânio no país. A fábrica permitirá o enriquecimento de 60% do urânio que o país precisa. Hoje, o urânio extraído do Brasil é enviado ao Canadá para ser transformado em gás. Depois viaja à Europa para ser enriquecido, antes de retornar para utilização nas usinas nucleares de Angra dos Reis.
A aprovação se deu após a inspeção de técnicos a parte das instalações da fábrica.
Desde abril, a verificação da unidade nuclear por técnicos da AIEA tem sido motivo de conflito entre a agência e o governo brasileiro. O Brasil se negava a permitir a "inspeção visual" das centrífugas da fábrica, alegando preservar a tecnologia nacional --as centrífugas utilizam uma tecnologia de ponta ainda não dominada pelos demais países.
A agência, por sua vez, fazia questão da inspeção para assegurar as intenções pacíficas do programa brasileiro. Um artigo da revista norte-americana "Science" chegou a afirmar que a usina de Resende poderia produzir combustível para até seis ogivas nucleares por ano.
Durante as negociações, o governo brasileiro propôs melhores condições de visibilidade de tubos, válvulas e conexões, por onde entra e sai o material. A agência passou a considerar a hipótese de inspecionar a fábrica sem 'acesso irrestrito' às instalações.
O principal segredo da tecnologia nacional de enriquecimento de urânio permaneceu desconhecido para os visitantes: as centrífugas. Organizadas em grupos denominados cascatas, as centrífugas brasileiras rodam sem eixo, sustentadas por campos eletromagnéticos.
Para que a fábrica entre em funcionamento, resta terminar o licenciamento de segurança por parte da Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear), o que deverá estar concluído até a primeira quinzena de dezembro.
Hoje, os ministérios das Relações Exteriores e de Ciência e Tecnologia divulgaram uma nota conjunta na qual afirmam que a última visita dos técnicos da AIEA ocorrida nos dias 16, 17 e 18 de novembro foi bem sucedida para ambos os lados.
Essa visita teve o objetivo de verificar as informações fornecidas no Questionário de Informação de Desenho, passo necessário à entrada em operação da planta industrial da fábrica das INB de enriquecimento de urânio.
A nota diz ainda que "todos os procedimentos estabelecidos para a visita de verificação foram cumpridos, não tendo sido deixado nada por fazer".
Leia mais
Entenda a polêmica sobre o enriquecimento de Urânio no Brasil
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a AIEA
Leia o que já foi publicado sobre o enriquecimento de urânio em Resende
AIEA aprova fábrica de enriquecimento de urânio no Rio
Publicidade
Após uma polêmica internacional sobre as ambições brasileiras no campo nuclear, a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) aprovou o funcionamento da fábrica de enriquecimento de urânio de Resende, segundo o ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos.
Com o aval da AIEA, a unidade nuclear de Resende será a primeira fábrica de enriquecimento de urânio no país. A fábrica permitirá o enriquecimento de 60% do urânio que o país precisa. Hoje, o urânio extraído do Brasil é enviado ao Canadá para ser transformado em gás. Depois viaja à Europa para ser enriquecido, antes de retornar para utilização nas usinas nucleares de Angra dos Reis.
A aprovação se deu após a inspeção de técnicos a parte das instalações da fábrica.
Desde abril, a verificação da unidade nuclear por técnicos da AIEA tem sido motivo de conflito entre a agência e o governo brasileiro. O Brasil se negava a permitir a "inspeção visual" das centrífugas da fábrica, alegando preservar a tecnologia nacional --as centrífugas utilizam uma tecnologia de ponta ainda não dominada pelos demais países.
A agência, por sua vez, fazia questão da inspeção para assegurar as intenções pacíficas do programa brasileiro. Um artigo da revista norte-americana "Science" chegou a afirmar que a usina de Resende poderia produzir combustível para até seis ogivas nucleares por ano.
Durante as negociações, o governo brasileiro propôs melhores condições de visibilidade de tubos, válvulas e conexões, por onde entra e sai o material. A agência passou a considerar a hipótese de inspecionar a fábrica sem 'acesso irrestrito' às instalações.
O principal segredo da tecnologia nacional de enriquecimento de urânio permaneceu desconhecido para os visitantes: as centrífugas. Organizadas em grupos denominados cascatas, as centrífugas brasileiras rodam sem eixo, sustentadas por campos eletromagnéticos.
Para que a fábrica entre em funcionamento, resta terminar o licenciamento de segurança por parte da Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear), o que deverá estar concluído até a primeira quinzena de dezembro.
Hoje, os ministérios das Relações Exteriores e de Ciência e Tecnologia divulgaram uma nota conjunta na qual afirmam que a última visita dos técnicos da AIEA ocorrida nos dias 16, 17 e 18 de novembro foi bem sucedida para ambos os lados.
Essa visita teve o objetivo de verificar as informações fornecidas no Questionário de Informação de Desenho, passo necessário à entrada em operação da planta industrial da fábrica das INB de enriquecimento de urânio.
A nota diz ainda que "todos os procedimentos estabelecidos para a visita de verificação foram cumpridos, não tendo sido deixado nada por fazer".
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice