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09/12/2004
-
13h19
ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília
Argumentando que não teve condições de finalizar o texto para hoje, o relator da CPI do Banestado, deputado José Mentor (PT-SP), adiou novamente a apresentação do parecer final sobre os trabalhos da comissão. O relatório será apresentado na próxima terça-feira (14).
Mentor disse ter passado as últimas 48 sem dormir, "trabalhando direto" para finalizar o relatório da CPI, mas foi impossível concluir os trabalhos em tempo. As presidências da Câmara e do Senado deram o prazo até o dia 15 de dezembro para o encerramento dos trabalhos da CPI.
A CPI do Banestado investiga o envio de remessa ilegal de dinheiro ao exterior, por meio de contas CC-5. De acordo com Mentor, de US$ 80 bilhões a US$ 150 bilhões foram remetidos ilegalmente para paraísos fiscais por intermédio das contas CC-5.
Mentor disse que parte dos recursos seria proveniente do tráfico de drogas, de mulheres, de armas e do desvio de recursos públicos. "Uma das providências requeridas pela CPI é a repatriação desse dinheiro", disse o parlamentar.
Polêmica
A apresentação do relatório deve opor novamente petistas e tucanos. O relatório aponta como um dos principais responsáveis pela evasão de divisas o ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco. Para os tucanos, o relator quer culpar o representante do governo Fernando Henrique Cardoso.
Segundo o relator, Gustavo Franco é apontado pelas investigações como o principal responsável pelo mecanismo que permitiu o desvio de dinheiro ilegal para o exterior. "Gustavo Franco criou o dispositivo formal para que os bancos enviassem dinheiro ilegalmente ao exterior", disse.
De acordo com o presidente da CPI, senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), o relatório de Mentor não representa uma novidade. "Isto já era esperado", disse o tucano.
A CPI foi alvo de críticas devido ao excesso de sigilos quebrados e a tentativa de uso político com o vazamento de informações.
Os autores destes vazamentos não foram identificados, mas os dados vazados da CPI atingiram figuras importantes do governo, como o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, o ex-presidente do Banco do Brasil, Cassio Casseb, e um dos integrantes da CPI e vice-líder do governo no Senado, Ney Suassuna (PMDB-PB).
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a CPI do Banestado
Mentor adia apresentação do relatório da CPI do Banestado
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da Folha Online, em Brasília
Argumentando que não teve condições de finalizar o texto para hoje, o relator da CPI do Banestado, deputado José Mentor (PT-SP), adiou novamente a apresentação do parecer final sobre os trabalhos da comissão. O relatório será apresentado na próxima terça-feira (14).
Mentor disse ter passado as últimas 48 sem dormir, "trabalhando direto" para finalizar o relatório da CPI, mas foi impossível concluir os trabalhos em tempo. As presidências da Câmara e do Senado deram o prazo até o dia 15 de dezembro para o encerramento dos trabalhos da CPI.
A CPI do Banestado investiga o envio de remessa ilegal de dinheiro ao exterior, por meio de contas CC-5. De acordo com Mentor, de US$ 80 bilhões a US$ 150 bilhões foram remetidos ilegalmente para paraísos fiscais por intermédio das contas CC-5.
Mentor disse que parte dos recursos seria proveniente do tráfico de drogas, de mulheres, de armas e do desvio de recursos públicos. "Uma das providências requeridas pela CPI é a repatriação desse dinheiro", disse o parlamentar.
Polêmica
A apresentação do relatório deve opor novamente petistas e tucanos. O relatório aponta como um dos principais responsáveis pela evasão de divisas o ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco. Para os tucanos, o relator quer culpar o representante do governo Fernando Henrique Cardoso.
Segundo o relator, Gustavo Franco é apontado pelas investigações como o principal responsável pelo mecanismo que permitiu o desvio de dinheiro ilegal para o exterior. "Gustavo Franco criou o dispositivo formal para que os bancos enviassem dinheiro ilegalmente ao exterior", disse.
De acordo com o presidente da CPI, senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), o relatório de Mentor não representa uma novidade. "Isto já era esperado", disse o tucano.
A CPI foi alvo de críticas devido ao excesso de sigilos quebrados e a tentativa de uso político com o vazamento de informações.
Os autores destes vazamentos não foram identificados, mas os dados vazados da CPI atingiram figuras importantes do governo, como o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, o ex-presidente do Banco do Brasil, Cassio Casseb, e um dos integrantes da CPI e vice-líder do governo no Senado, Ney Suassuna (PMDB-PB).
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