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14/12/2004 - 21h14

Relatório da CPI do Banestado provoca críticas da oposição e de aliados

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ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília

A CPI do Banestado terá dificuldade de votar na próxima semana o relatório apresentado nesta terça-feira pelo deputado José Mentor (PT-SP). A avaliação é um consenso entre os integrantes da CPI.

O relatório provocou duras críticas por parte do PSDB. O líder do partido no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), afirma que este é "um documento mesquinho", que "poupa os amigos do governo" e "tenta achar culpados no antigo governo do PSDB".

Irritado, Arthur Virgílio cobrou providências por parte do governo. "Estou com minha paciência literalmente no fim para lidar com essa gente. Meu tanque não tem mais combustível para aturá-los", disse Virgílio.

O líder tucano aproveitou para atacar o corregedor-geral da União, Waldir Pires, a quem chamou de "Waldir Moleza". "Exijo que o governo se manifeste sobre a molequeira que aprontou esse relator", disse o senador, referindo-se ao deputado José Mentor (PT-SP).

Nem mesmo os parlamentares petistas pouparam críticas ao documento final apresentado por Mentor.

"Infelizmente vamos ficar sem saber quem se beneficiou desta movimentação financeira", disse o deputado Eduardo Valverde (PT-RO).

"Vivo aqui a maior frustração da minha vida parlamentar. Foi um ano de trabalho em que essa comissão praticamente nada fez. Dos políticos que eu conheço, só vejo o nome do Pitta. Não sei se o relatório é racista, porque ele é negro. De todos os citados, não vejo o nome de mais ninguém. É um resultado triste", afirmou o senador gaúcho, Pedro Simon (PMDB).

O presidente da CPI, senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), estranhou o fato de o documento, de 1.400 páginas, ter suprimido oito capítulos.

Antero chama a atenção de que a retirada destes oito capítulos não foi corrigida no índice do relatório final, o que aponta, na sua opinião, que o relator sofreu pressões para modificar o texto.

Em seu relatório final, José Mentor pede o indiciamento de 88 pessoas, sendo que no total são pedidos 91 indiciamentos, já que uma mesma pessoa foi alvo de mais de uma acusação. O relatório causou estranheza ao omitir nomes de pessoas investigadas e atualmente denunciadas pela polícia, como o comendador João Arcanjo Ribeiro e o ex-prefeito de São Paulo, Paulo Maluf.

Nos dois casos, Mentor justifica a falta de material suficiente para o indiciamento devido à falta de documentos. O mesmo caso se aplica às denúncias contra o vice-líder do governo no Senado, Ney Suassuna (PMDB-PB), que segundo Mentor, não foi devidamente investigado por falta de tempo.

Sobre as investigações quanto ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, ao ex-diretor do BC, Luiz Augusto Candiota, do ex-presidente do Bando do Brasil, Cássio Casseb, Mentor afirma em seu relatório que todas as denúncias são infundadas e que eles obedeceram a Justiça.

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