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27/12/2004 - 21h23

Líder da Assembléia de Deus acusa PF de "perseguição religiosa"

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KÁTIA BRASIL
daAgência Folha, em Manaus

O presidente da Igreja Assembléia de Deus no Amazonas, pastor Jonathás Câmara, classificou como "perseguição religiosa" a operação de busca e apreensão de documentos promovida pela Polícia Federal, na quinta-feira.

Durante a operação, agentes federais apreenderam computadores, livros de contabilidade, extratos bancários e de cartões de crédito nos escritórios em três estabelecimentos, sendo um a emissora de TV Rede Boas Novas, coordenados pela igreja.

"Eles [os agentes] chegaram com muita arrogância para cumprir os mandados. Disse a eles que podiam ver o que quisessem, pois não tinha nada a temer. É [a operação da PF] uma perseguição religiosa que nos causa estranheza", disse o pastor. Ele comanda mais de 350 mil fiéis no Amazonas, onde existem 729 templos.

Desdobramentos

Segundo a PF, a operação determinada pelo juiz federal Bruno Silveira foi um desdobramento das investigações das operações Farol da Colina e CPI do Banestado, que investigam lavagem de dinheiro e remessa ilegal de recursos para o exterior.

A Farol da Colina aconteceu em julho. Até hoje continuam presos quatro doleiros acusados de movimentar na agência nova-iorquina do Banestado US$ 663 milhões. Em Manaus, os doleiros são sócios da casa de câmbio Cortez.

Documentos apreendidos na casa de câmbio e em mais duas empresas dos doleiros levaram a PF a abrir mais de cem inquéritos no Amazonas. Alguns deles são referentes a gestores da igreja, abertos no dia 2 de dezembro.

Ontem, o delegado Sérgio Fontes disse que os inquéritos relacionados a gestores da igreja investigam crimes contra o sistema financeiro nacional. "A operação foi necessária e autorizada judicialmente, todos têm que se submeter às leis. A acusação de perseguição religiosa não tem fundamento", afirmou.

A Igreja Assembléia de Deus do Amazonas é presidida pelo pastor Jonathás Câmara, irmão do deputado federal Silas Câmara (PTB-AM). O deputado disse que desconhecia a operação da PF nos estabelecimentos da instituição.

O pastor Jonathás Câmara negou ter contas no exterior e ter feito operações com doleiros, mas disse que seu sigilo bancário foi quebrado. "Não temos conta em banco do exterior e não enviamos dinheiro para fora do país, abriram meu sigilo bancário, não tenho nada a temer, nossas contas sempre foram aprovadas pelos conselhos de fundações e pelos membros da igreja", disse.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre a operação Farol da Colina
  • Leia o que já foi publicado sobre a CPI do Banestado
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