29/12/2004 - 18h24

No primeiro escalão, Serra fez pelo menos cinco indicações "políticas"

CAIO JUNQUEIRA
da Folha Online

Com a indicação de Eduardo Jorge para a Secretaria de Verde e Meio Ambiente, o prefeito eleito de São Paulo termina as indicações de caráter político no primeiro escalão de sua futura gestão.

Ex-petista, Eduardo Jorge, hoje no PV, foi o primeiro secretário da Saúde da prefeita Marta Suplicy (PT). Ele foi a alternativa encontrada por Serra para contemplar o PV com um cargo, já que o partido o apoiou no segundo turno das eleições.

O presidente estadual do PV, Domingos Fernandes, chegou a dizer que Serra teria "encenado" o acordo de conceder ao partido a Secretaria do Meio Ambiente em troca do apoio ao tucano no segundo turno das eleições.

O PFL, partido do vice de Serra, Gilberto Kassab, indicou os nomes de duas secretarias: Orlando de Almeida (Habitação) e Aristodemo Pinotti (Educação).

Já o PPS --que também fez parte da coligação que elegeu o tucano--, ficou com a pasta de Esportes, que será comandada pelo professor de educação física e deputado Marquinhos Tortorello.

A futura secretária de Relações Internacionais, Helena Maria Gasparian, 50, embora seja diplomata há 20 anos, é casada com o deputado Arnaldo Jardim (PPS), o principal articulador do partido com o PSDB e responsável pela indicação de Tortorello.

O PDT recebeu a pasta do Trabalho, com a nomeação do cientista político Gilmar Vianna. Ele foi indicado por Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, candidato derrotado do partido nas eleições municipais deste ano e que declarou apoio a Serra no segundo turno.

Técnicos

Nas áreas estratégicas, como finanças e transporte, Serra indicou técnicos. A anunciada "pequena equipe econômica", conforme definiu o prefeito eleito quando apresentou os primeiros nomes para seu governo, no dia 26 de novembro, é composta pelo economista Francisco Luna (Planejamento) e o auditor-fiscal, que classificou como "durão", Mauro Ricardo Costa (Finanças). O economista José Roberto Afonso também auxiliará a Secretaria de Finanças na questão tributária.

Na área de transportes, todos os indicados também foram nomes técnicos. A secretaria ficará com o engenheiro e economista Frederico Bussinger, e a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) com o engenheiro Roberto Salvador Scaringella, que fundou a instituição.

Um órgão novo será criado, o GEM (Grupo Executivo da Mobilidade), que será responsável pela integração e coordenação das ações de trânsito e transporte. Para chefiá-lo, o escolhido foi o também engenheiro Rogério Belda, assessor da diretoria de planejamento do metrô de São Paulo e vice-presidente da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos).

Para chefiar a SPtrans, empresa que gerencia o transporte coletivo na cidade, o futuro prefeito escalou outro engenheiro: Ulrich Hoffmann, formado pelo ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica). Ele já foi diretor de planejamento e desenvolvimento da Ceagesp.

Outros nomes

Além desses nomes, já foram indicados os deputados federais Walter Feldman (Subprefeituras) e Aloysio Nunes Ferreira (Governo); o filósofo Floriano Pesaro, atual adjunto da Casa Civil do governo Geraldo Alckmin (PSDB), para chefiar a pasta do Desenvolvimento Social; o artista plástico Emanuel Araújo, ex-diretor da Pinacoteca do Estado e curador do Museu Afro-Brasil, para a Cultura

Na saúde, Serra escolheu o presidente do hospital Albert Einstein, Cláudio Luiz Lottenberg. O engenheiro Antonio Arnaldo de Queiroz e Silva, 70, será secretário de Infra-Estrutura Urbana. Ele foi secretário de Abastecimento do ex-governador Orestes Quércia (PMDB) e chefiou a pasta de Vias Públicas na gestão de Mário Covas (morto em 2001) na Prefeitura de São Paulo.

O ex-procurador-geral do Estado Luiz Antônio Marrey foi nomeado para a Secretaria de Negócios Jurídicos.

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