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27/02/2005
-
21h51
da Agência Folha
Um menino indígena morreu ontem na região de Dourados (218 km de Campo Grande, MS). A Funasa (Fundação Nacional de Saúde) confirmou o caso na tarde deste domingo e descartava a hipótese de desnutrição. Desde 11 de janeiro, cinco crianças morreram na comunidade indígena do município por desnutrição.
No atestado de óbito, a causa da morte da criança é apontada como desconhecida. Róbson Garcia Fernandes, de dois anos e quatro meses, foi encontrado morto pelo médico da Funasa Jaime Henrique Castro Valência, por volta das 17h de ontem, em um acampamento de uma fazenda a 12 km de Dourados, fora dos limites da área indígena.
"Ele apresentava edemas no rosto e tinha peso e altura compatíveis com a idade", afirmou Valência à Folha. A criança não chegou a ser pesada pelo médico, em razão de seu corpo já estar enrijecido. O atestado médico descarta que a criança tenha sido vítima de algum tipo de violência.
Para o médico, a morte pode ter ocorrido em razão de uma infecção renal crônica ou de uma diarréia aguda. "Moradores da fazenda disseram que o menino apresentava, havia alguns dias, diarréia com sangue, acompanhada por vômitos."
Conforme relatos de habitantes do acampamento a funcionários da Funasa, a mãe da criança, Neusa Fernandes, relutava em buscar atendimento médico ao filho, acreditando que ele tivesse sido atingido por um feitiço.
A criança caiuá tinha deixado a terra indígena Bororó havia cerca de 30 dias, informou o coordenador do gabinete do departamento de saúde indígena da Funasa, Antônio Fernandes Costa. Na tarde deste domingo, o menino foi enterrado na área indígena.
Ainda de acordo com Costa, o garoto chegou a ser atendido em um posto médico, há cerca de 15 dias. "A partir de amanhã buscaremos dados nos postos da rede de saúde para termos acesso a informações mais elaboradas sobre o estado de saúde que ele apresentava. A desnutrição está totalmente descartada."
Em outubro, segundo a Funasa, as informações que constavam do cartão de controle da saúde do menino apontavam que ele estava dentro dos padrões normais de nutrição.
Levantamento
O coordenador do departamento de saúde indígena da Funasa relatou ainda que 192 crianças índias de Dourados tiveram a saúde avaliada por equipes médicas do órgão nos últimos dias. Duas delas, apresentando quadro clínico de possível desnutrição, foram internadas.
Aproximadamente outras 50 crianças terão de receber cuidados especiais e acompanhamento diário de funcionários da instituição por apresentarem riscos de desnutrição. Entre as medidas adotadas para as crianças indígenas com riscos de desnutrição está o reforço na alimentação.
A quinta morte em conseqüência de desnutrição em Dourados aconteceu na quinta-feira. Durante o enterro da menina Jenifer Duarte Gonçalves, que tinha um ano e três meses, mães indígenas reclamaram da falta de médicos para atender crianças doentes.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a Funasa
Funasa confirma morte de menino indígena em MS
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Um menino indígena morreu ontem na região de Dourados (218 km de Campo Grande, MS). A Funasa (Fundação Nacional de Saúde) confirmou o caso na tarde deste domingo e descartava a hipótese de desnutrição. Desde 11 de janeiro, cinco crianças morreram na comunidade indígena do município por desnutrição.
No atestado de óbito, a causa da morte da criança é apontada como desconhecida. Róbson Garcia Fernandes, de dois anos e quatro meses, foi encontrado morto pelo médico da Funasa Jaime Henrique Castro Valência, por volta das 17h de ontem, em um acampamento de uma fazenda a 12 km de Dourados, fora dos limites da área indígena.
"Ele apresentava edemas no rosto e tinha peso e altura compatíveis com a idade", afirmou Valência à Folha. A criança não chegou a ser pesada pelo médico, em razão de seu corpo já estar enrijecido. O atestado médico descarta que a criança tenha sido vítima de algum tipo de violência.
Para o médico, a morte pode ter ocorrido em razão de uma infecção renal crônica ou de uma diarréia aguda. "Moradores da fazenda disseram que o menino apresentava, havia alguns dias, diarréia com sangue, acompanhada por vômitos."
Conforme relatos de habitantes do acampamento a funcionários da Funasa, a mãe da criança, Neusa Fernandes, relutava em buscar atendimento médico ao filho, acreditando que ele tivesse sido atingido por um feitiço.
A criança caiuá tinha deixado a terra indígena Bororó havia cerca de 30 dias, informou o coordenador do gabinete do departamento de saúde indígena da Funasa, Antônio Fernandes Costa. Na tarde deste domingo, o menino foi enterrado na área indígena.
Ainda de acordo com Costa, o garoto chegou a ser atendido em um posto médico, há cerca de 15 dias. "A partir de amanhã buscaremos dados nos postos da rede de saúde para termos acesso a informações mais elaboradas sobre o estado de saúde que ele apresentava. A desnutrição está totalmente descartada."
Em outubro, segundo a Funasa, as informações que constavam do cartão de controle da saúde do menino apontavam que ele estava dentro dos padrões normais de nutrição.
Levantamento
O coordenador do departamento de saúde indígena da Funasa relatou ainda que 192 crianças índias de Dourados tiveram a saúde avaliada por equipes médicas do órgão nos últimos dias. Duas delas, apresentando quadro clínico de possível desnutrição, foram internadas.
Aproximadamente outras 50 crianças terão de receber cuidados especiais e acompanhamento diário de funcionários da instituição por apresentarem riscos de desnutrição. Entre as medidas adotadas para as crianças indígenas com riscos de desnutrição está o reforço na alimentação.
A quinta morte em conseqüência de desnutrição em Dourados aconteceu na quinta-feira. Durante o enterro da menina Jenifer Duarte Gonçalves, que tinha um ano e três meses, mães indígenas reclamaram da falta de médicos para atender crianças doentes.
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