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10/03/2005 - 09h10

Lula propõe três ministérios ao PMDB por apoio em 2006

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da Folha de S.Paulo, em Brasília

Em conversa com a cúpula do PMDB, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ofereceu ontem a Previdência ao senador Romero Jucá (RR) e a Integração Nacional ao atual ministro das Comunicações, deputado federal Eunício Oliveira (CE), em troca de aliança oficial do partido com o PT para sua reeleição em 2006.

Na reunião, disse ao ex-presidente do Senado José Sarney (PMDB-AP) que sua filha, a senadora Roseana Sarney (PFL-MA), seria ministra, mas não definiu a pasta. Se nomeada, Roseana vai para o PMDB, ainda que não seja imediatamente. Caso o PMDB se comprometa mais com o governo, Lula cumprirá o acerto, deslocando Ciro Gomes da Integração Nacional para a pasta da Saúde. Lula já se entendeu com Ciro a respeito dessa articulação.

Uma possibilidade para Roseana é o Ministério das Cidades, apesar da dificuldade que Lula manifesta nas reuniões em tirar Olívio Dutra do posto.

Após o encontro com o PMDB, Lula recebeu o presidente do PTB, Roberto Jefferson (RJ), e o ministro do Turismo, o deputado federal petebista Walfrido Mares Guia (MG). Repetiu a proposta de aliança para sua reeleição.

Lula disse a Walfrido que o cogitava para Planejamento, mas perguntou se o partido confirmava o desejo manifestado ao ministro José Dirceu (Casa Civil) de continuar com Turismo. Jefferson e Mares Guia disseram que sim. Lula, então, respondeu que ele continuaria no Turismo, excluindo a pasta de mudanças, e prometeu dar uma estatal ao partido --cogita-se a Transpetro, subsidiária da Petrobras. Os petebistas disseram ainda que vão apoiar oficialmente a candidatura Lula em outubro do ano que vem. O PTB sonha em filiar Ciro ao partido e ter duas pastas.

Na seqüência do PMDB e do PTB, Lula chamou no final da noite o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) para conversar. A tendência era nomeá-lo para a pasta da Coordenação Política, em substituição a Aldo Rebelo, que deverá ser remanejado para outro ministério ou virar líder do governo na Câmara. Lula, porém, disse ontem que ainda poderia devolver à Coordenação Política à Casa Civil de José Dirceu. Nesse cenário, João Paulo poderia ir para o Trabalho ou ser líder do governo na Câmara.

Hoje será a vez de o governo tentar se acertar com o PP, fortalecido pela eleição de Severino Cavalcanti (PE) para presidente da Câmara, derrotando o petista Luiz Eduardo Greenhalgh (SP).

A negociação com os pepistas, coordenada por Dirceu, anda complicada. Há dificuldade para achar uma pasta para o partido (cogita-se Comunicações) e um nome da legenda que o governo aceite. Ontem, falou-se no nome do embaixador José Botafogo Gonçalves como indicação do PP para o ministério.

Mirando na reeleição

Além de cobrar mais apoio do PMDB ao governo, principalmente da bancada de 91 deputados, e o compromisso em torno de sua reeleição, Lula disse aos peemedebistas estar disposto a discutir alianças entre o PT e o PMDB nos Estados, onde também quer alianças com o PTB.

Lula decidiu amarrar a reforma ministerial à sua reeleição para evitar que partidos que hoje o apóiam total ou parcialmente, como é o caso do PMDB, caminhem para eventual aliança com os oposicionistas PSDB e PFL em 2006, quando haverá pleitos para presidente, governos dos Estados, um terço dos 81 senadores, deputados federais e deputados estaduais.

Ao se entender bem com o PMDB e o PTB (49 deputados), Lula discute com o PP (51 deputados) em melhor condição. Ainda ganha tempo e evita negociações apenas do chamado varejo político (apoio no Congresso).

O presidente quer o PMDB porque o partido é forte, enraizado nacionalmente. Com o PTB, que chegou a apoiar o governo FHC, solidifica aliança ao centro e à direita, campos nos quais atuam hoje tucanos e pefelistas.

"O presidente disse que queria o PMDB na aliança eleitoral de 2006", disse o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Para ele, a reforma será anunciada na semana que vem.

Hoje, o PMDB está dividido entre governistas e oposicionistas. Para que a sigla apóie Lula oficialmente, será preciso trabalho de recomposição entre as correntes que tende a ser complicado, mas não impossível.

Alguns oposicionistas apoiaram Lula em 2002.

O racha do PMDB ficou evidente na convenção nacional de dezembro, na qual a ala oposicionista aprovou a saída da base de sustentação do governo. Desde então, há guerra jurídica na qual se sucedem fatos positivos ora para um lado, ora para outro.

Renan ficou encarregado de consultar as diversas alas do partido para voltar a conversar com Lula. Segundo o líder do governo, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), que participou da reunião ontem no Planalto, Lula propôs ao PMDB "compromisso político de longo prazo".

Hoje, o PMDB tem Comunicações, comandada por Eunício, e Previdência, nas mãos do senador Amir Lando (RO), que deverá ser alojado numa vaga no TCU (Tribunal de Contas da União).

Dirceu, encarregado por Lula de sondagens, teve conversas ontem com Roseana e Eunício. Em reunião anteontem à noite na Granja do Torto, Lula ouviu de seus principais ministros, por exemplo, a sugestão de tirar Humberto Costa da Saúde e dar a pasta a Ciro.

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