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Lula diz que preço não é fator determinante para escolha de caças
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da Folha Online, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira que o preço dos 36 aviões-caças para renovar a frota da FAB (Força Aérea Brasileira) não é um fator determinante para sua escolha e que sua decisão vai levar em conta a soberania do país, inclusive a tecnológica.
"Essa questão do caça não é uma questão comercial comum, não é um acordo eminentemente econômico, vou comprar um porque é mais barato, estamos tentando mostrar para a sociedade brasileira que estamos discutindo a soberania do nosso país, inclusive a tecnológica. Obviamente, que entra a questão do custo e as propostas estão colocadas em cima da mesa e o ministro [Nelson] Jobim [Defesa] tem a determinação de fazer as discussões com quem deva fazer até que a gente construa uma coisa que vai caminhar para os finalmente", afirmou.
Lula negou que deixará para seu sucessor resolver o assunto. "Pode ser esse ano, obviamente que não posso deixar [para o próximo governo]. O governo passado já deixou para mim. Quando entrei em 2003 tinha que tomar essa decisão, mas acontece que eu tinha que escolher ou combater a fome ou comprar avião e eu preferi combater a fome no país. Por isso, que não dei prioridade", disse.
A Aeronáutica entregou na semana passada o relatório final com avaliação técnica e manteve o ranking antecipado pela Folha para a compra dos 36 caças por até R$ 10 bilhões: o Gripen NG em primeiro lugar, o F-18 da Boeing norte-americana, em segundo, e o Rafale, da Dassault francesa, em terceiro.
O francês é o preferido de Jobim e de Lula, que defendem negócio com a França porque o país é seu "parceiro estratégico", com o qual assinou grande acordo militar em 2009.
Lula disse ainda que está preocupado em fazer o melhor negócio porque o país alcançou outro patamar.
"Mas agora o Brasil ganhou outro perfil. Além da Amazônia poderosa, com relevância no mundo pela questão climática, temos a nossa amazônia azul: são 8.000 quilômetros de costa marítima e ainda com o pré-sal lá dentro. Portanto, aumenta muito a nossa responsabilidade para cuidar dos interesses nacionais. Agora, queremos nos transformar em uma nação grande economicamente, tecnologicamente e em uma nação que tenha no âmbito da defesa o tamanho da própria importância da nação brasileira. É assim que a gente vai agir", disse.
O presidente reafirmou que ele dará a palavra final, mas sugeriu que pode ouvir o Conselho de Defesa Nacional e o Congresso.
"Vou contar uma coisa: o único que ficou em silêncio até agora foi eu. E fiquei em silêncio porque sou eu quem tenho o poder de decidir e quem tem esse poder tem mais responsabilidade, não fala o que quer, fala o que pode. Portanto, disse ao ministro da Defesa que ele vai apresentar um relatório e que a partir disso tomarei a iniciativa de convocar o Conselho de Defesa, poderei tomar a iniciativa de provocar um debate no Congresso Nacional", afirmou.
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Um dos motivos pelos quais o Charles De Gaulle foi construído é a incapacidade de se operar os Rafales a bordo do Sâo Paulo. Eles operariam com tamanha restrição de peso que a sua validade bélica passou a ser duvidosa. Para operá-lo com pleno potencial haveria a necessidade de se reabastecer os Rafales em vôo após a decolagem tornando sua operação mais onerosa do que já é principalmente para um caça embarcado uma vez que haveria a necessidade de outro vetor para reabastecê-lo. A única aeronave de caça embarcada cujo peso máximo de decolagem seria capaz de operar a bordo do São Paulo seria o MiG-29K mas isto exigiria uma extensa reforma no convés da embarcação eliminando inclusive a catapulta uma vez que o convés teria uma rampa como no caso do porta-aviões Almirante Kuznetoz. As primeiras versões do F-18 também poderiam operar a partir do São Paulo mas com alguma perda em relação a carga bélica ou combustível.
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