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24/05/2005 - 16h30

Gil assume Cultura sob vaias, mas é elogiado por divulgar cultura no exterior

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da Folha Online

Músico de prestígio internacional, mas com pouca experiência na política, Gilberto Gil coleciona elogios e críticas dentro e fora do governo desde que assumiu o comando do Ministério da Cultura há dois anos e meio.

Dono de uma sinceridade desconcertante, Gil causou mal-estar no governo por reclamar de verbas. Arrancou aplausos, porém, por divulgar o país no exterior usando de seu carisma e sensibilidade artística.

A indicação de Gil para o ministério foi uma das mais polêmicas e criticadas durante a formação da equipe de Luiz Inácio Lula da Silva. Na ocasião, grupos petistas bombardearam Gil por não ter familiaridade com as idéias petistas para a cultura.

Respeitaram, no entanto, a escolha inicialmente tratada como política, pois Gil vinha do PV. À época, ventilou-se a informação de que o presidente havia se irritado com Gil, que aceitou o convite por meio da imprensa.

O próprio Gil polemizou quando disse que não poderia se sustentar com o salário de R$ 8.500 de ministro. Para complementar sua renda, o ministro concilia seus horários entre suas obrigações públicas e sua agenda de shows.

Mesmo com a saída do PV da base aliada, o ministro decidiu permanecer no cargo. Na época do desligamento da sigla, membros do partido alegaram que a indicação de Gil para a pasta não foi política, mas uma escolha do presidente Lula, que é amigo do cantor.

Pelé de Lula

A indicação de Gil chegou a ser tratada como puro marketing do governo --muitos disseram que Gil seria o Pelé do governo Lula (Pelé foi ministro dos Esportes de Fernando Henrique Cardoso).

Gilberto Gil comprou a briga com a classe artística ao defender proposta de criação da Agência Nacional de Cinema e Audiovisual. Também polemizou por seu um dos principais defensores do software livre.

No início do ano, o ministro disse que o governo não tinha um plano fechado para cuidar do país e que a gestão Lula não chegou ao poder com uma visão "fechada" e "verticalizada" sobre as coisas.

Grammy

Nascido em 26 de junho de 1942 em Salvador, Gil passou a infância em Ituaçu e recebeu os ensinamentos equivalentes aos quatro primeiros anos do ensino fundamental em casa.

Aos 9 anos, mudou-se para Salvador com a irmã para terminar o colégio. Nessa época começou a aprender acordeon e a aprofundar-se nos estudos musicais. Aos 18 anos, formou o conjunto Os Desafinados. No fim dos anos 50 Gil começou a tocar violão.

Antes de dedicar-se somente à carreira musical, Gil trabalhou na empresa Gessy-Lever. Nessa época, o ministro conheceu Chico Buarque, Torquato Neto e Capinam e participou do programa "O Fino da Bossa", comandado por Elis Regina.

Em 1999, Gil ganhou o Grammy de World Music e, em 2001, levou o Grammy Latino.

Tropicalista

Integrante do movimento tropicalista, Gil foi preso em 1968, depois da decretação do AI-5. No ano seguinte, o cantor viajou para Londres, onde ficou exilado até 1972.

Em 1976, já de volta ao Brasil, Gil e o baterista Chiquinho Azevedo foram presos por porte de maconha em Florianópolis, durante a passagem do show "Doces Bárbaros" em Santa Catarina.

Dois dias depois da prisão, a Justiça determinou a internação dos dois no Instituto Psiquiátrico São José.

Vereador

Gil tentou disputar a prefeitura de Salvador em 1988 pelo PMDB, mas não conseguiu viabilizar a candidatura. Acabou se conformando com uma vaga de vereador.

No ano anterior, o ministro havia ocupado a presidência da Fundação Gregório de Matos.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre Gilberto Gil
  • Leia o que foi publicado sobre as sabatinas anteriores
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