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17/06/2005 - 21h16

Shopping de Curitiba ironiza "mensalão" para vender mais

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MARI TORTATO
da Agência Folha, em Curitiba

O escândalo que é causa de tensão e mudanças no governo e no Congresso ganhou viés de humor ao virar tema da campanha publicitária de uma rede de shoppings de Curitiba. "Quem compra no PolloShop não precisa de mensalão", diz a frase que anuncia descontos na rede em cerca de 40 pontos de outdoors da cidade. A frase secundária que completa a idéia do comercial diz "descontos honestos todos os dias".

A campanha foi criada pela agência de publicidade Bronx Comunicação para uma série "tapa-buraco" de cinco dias, que substituiu os anúncios do Dia dos Namorados, mas acabou chamando tanto a atenção que poderia durar mais, não fossem queixas que a agência recebeu de alguns vereadores.

Restrita a outdoors e com um custo de produção de apenas R$ 50 mil, a campanha "está fazendo um barulho tremendo", diz o responsável pela criação e um dos sócios da agência, Alexandre Silveira, 32.

O conjunto da obra inclui mais duas frases que remetem ao escândalo do mensalão. A mensagem que diz "Desconto parece coisa de político. Muitos prometem, mas só a gente cumpre" foi o motivo, segundo Silveira, da insatisfação manifesta por um vereador, diretamente, cujo nome ele preserva. Em comum acordo com o anunciante, o diretor de criação e seu sócio, Cláudio Watanabe, 39, decidiu "matar" essa parte da criação antes da hora. Ontem, uma empresa contratada passou a tapar os cerca de dez outdoors com esse texto.

"Não houve pressão nem censura. Apenas concordamos que a frase generalizava toda a classe política, dando a entender que ela não cumpre suas promessas, quando sabemos que não é assim", disser Watanabe.

A terceira versão do "mensalão" de vendas da rede de shoppings sobe o tom da critica, mas foi mantida: "Mesmo sem esquema político, você sai com um dinheirinho no bolso".

Silveira diz que a agência não sofreu qualquer veto do cliente para essa campanha e que ela segue um tom que é tradicional nos anúncios da rede de shoppings há dez anos. "Trabalhamos em cima da irreverência, com brincadeira, usando a oportunidade, que é um recurso da publicidade. E o assunto que está na mídia é esse."

Ele diz não se incomodar em retirar uma das peças antes da hora. "Meu cliente não tem posição política e seu objetivo é vender. O nosso também é. Se isso [a mensagem publicitária] está prejudicando alguém, retiramos. Mas acho que o público entendeu a brincadeira."

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