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23/02/2010 - 17h28

Deputado da meia descarta renúncia e diz que espera ser absolvido em processo

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MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília

Flagrado colocando dinheiro de suposta propina nas meias, o deputado distrital Leonardo Prudente (sem partido) descartou nesta terça-feira renunciar ao cargo para evitar ser cassado. Ex-presidente da Câmara Legislativa, Prudente disse que vai enfrentar o processo por quebra de decoro parlamentar --que foi apresentado pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) por sua suposta participação no esquema de corrupção-- e espera ser absolvido.

Na defesa entregue à Corregedoria da Câmara, Prudente alegou que o dinheiro que aparece recebendo das mãos de Durval Barbosa, delator do esquema, era uma doação para a campanha eleitoral de 2006 que não foi declarada a Justiça, portanto, o que caracterizaria caixa dois, mas o crime já estaria prescrito.

"Não existe essa possibilidade [de renúncia]. Estou preparado para enfrentar o processo. Vou me defender aqui na Casa", disse.

O corregedor, deputado Raimundo Ribeiro (PSDB), deve apresentar na quarta-feira seu parecer sobre os processos por quebra de decoro parlamentar contra oito deputados suspeitos de participação no esquema de arrecadação e pagamento de propina que envolve o governador afastado, José Roberto Arruda (sem partido).

A expectativa é de que Ribeiro se manifeste pela abertura de processo contra todos os parlamentares denunciados e deixe para a Comissão de Ética da Casa a decisão de cassá-los ou não.

Em conversas com aliados, Ribeiro teria revelado que a intenção inicial era que fossem acolhidos apenas os processos contra Eurides Brito (PMDB), Leonardo Prudente (sem partido) e Júnior Brunelli (PSC), que foram flagrados em vídeos recebendo dinheiro de suposta propina das mãos de Durval Barbosa, delator do esquema.

Após o pedido de intervenção federal defendido pela Procuradoria Geral da República, a prisão de Arruda e o receio de um possível desgaste para as eleições de outubro, o deputado teria mudado de ideia e decidido deixar a análise para a Comissão de Ética.

No parecer sobre os pedidos de cassação apresentados pela OAB, Ribeiro não deve fazer análise sobre as denúncias, mas apenas apontar que os processos respondem aos critérios exigidos para a investigação.

Na Câmara, as cassações de Eurides, flagrada colocando dinheiro na bolsa; Prudente, colocando dinheiro nas meias; e Brunelli, que aparece rezando em agradecimento a suposta propina; são dadas como certa. Os parlamentares já teriam sido orientados a renunciar ao mandato para evitar a cassação e a perda dos direitos políticos.

Nas defesas apresentadas ao corregedor, os deputados argumentam que o dinheiro era de caixa dois, uma doação de campanha não declarada durante as eleições de 2006. Outros argumentaram que foram citados inadequadamente por investigados do esquema e que, portanto, não podem ser cassados.

Também são alvo de pedidos de cassação os deputados Rogério Ulysses (sem partido), Benedito Domingos (PP), Benício Tavares (PMDB), Rôney Nemer (PMDB) e Aylton Gomes (PRP).

Os oitos parlamentares continuam atuando na Câmara, mas foram afastados pela Justiça do Distrito Federal da análise dos pedidos de impeachment contra Arruda. A Casa, no entanto, recorreu ao STF (Supremo Tribunal Federal) para manter os deputados na análise dos processos e evitar a posse de suplentes.

 

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