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23/06/2005
-
09h24
RANIER BRAGON
SILVIO NAVARRO
da Folha de S.Paulo
Em depoimento a portas fechadas prestado ontem à comissão de sindicância da Corregedoria da Câmara, o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) se negou a dizer o que teria feito com os R$ 4 milhões que teria recebido do PT em 2004 e se recusou até mesmo a confirmar se chegou a distribuir a quantia aos candidatos do PTB.
Hoje será a vez do ex-ministro José Dirceu depor à corregedoria, um dia depois de retornar à Câmara. Dirceu, acusado por Jefferson de chefiar o suposto esquema do "mensalão", depõe hoje às 16h, também a portas fechadas.
Em seu depoimento, Jefferson disse que o seu genro Marcus Vinicius Vasconcelos era o seu "ouvido nas estatais" e lhe informava sobre o que acontecia nos órgãos nos quais o PTB tinha indicados em cargos de comando.
O petebista disse isso ao ser questionado sobre o porquê do trânsito de Ferreira em outras estatais que não a Eletrobras, onde trabalhava. O genro de Jefferson foi acusado de integrar um suposto esquema de corrupção do PTB.
O depoimento de duas horas e meia foi tomado no apartamento de Jefferson, que diz ter feito um acordo com o PT em 2004 para receber R$ 20 milhões, que seriam distribuídos a candidatos petebistas. Só R$ 4 milhões teriam sido repassados. Não há menção aos valores na contabilidade dos dois partidos. O PT nega a história.
Na fala de ontem, de acordo com pessoas que ouviram o depoimento, Jefferson voltou a dizer que só revelará o destino do dinheiro caso o PT apresente o recibo da doação eleitoral e, repetindo o que já havia dito no Conselho de Ética na semana passada, afirmou que o PT pagava mesada a deputados do PL e do PP em troca de apoio no Congresso. Ainda assim, o novo depoimento trouxe novos detalhes e dúvidas.
Uma delas é que algumas de suas declarações não batem com as informações dadas anteontem pelo senador Ney Suassuna (PB), líder do PMDB, à Corregedoria.
Jefferson disse que o peemedebista insistiu, em telefonemas, para que ele recebesse Arlindo Molina, apontado como um dos responsáveis pela gravação do vídeo em que o ex-chefe de departamento dos Correios Maurício Marinho diz haver um esquema de corrupção liderado pelo PTB na estatal. No depoimento, Suassuna negou ser amigo de Molina.
A Corregedoria também ouviu ontem sigilosamente Miro Teixeira (PT-RJ), Valdemar Costa Neto (PL-SP) e Iris Simões (PTB-PR), que confirmou ter recebido de Jefferson a ordem de dizer a Pedro Henry (PP-MT) que o esquema seria denunciado no plenário caso ele, Henry, não parasse de cooptar petebistas com promessa de dinheiro. Henry nega. Valdemar Costa Neto negou participação no suposto esquema.
Especial
Leia a cobertura completa sobre a CPI dos Correios
Leia a cobertura completa sobre o caso da mesada no Congresso
Jefferson recusa-se a dizer se dividiu R$ 4 mi com PTB
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SILVIO NAVARRO
da Folha de S.Paulo
Em depoimento a portas fechadas prestado ontem à comissão de sindicância da Corregedoria da Câmara, o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) se negou a dizer o que teria feito com os R$ 4 milhões que teria recebido do PT em 2004 e se recusou até mesmo a confirmar se chegou a distribuir a quantia aos candidatos do PTB.
Hoje será a vez do ex-ministro José Dirceu depor à corregedoria, um dia depois de retornar à Câmara. Dirceu, acusado por Jefferson de chefiar o suposto esquema do "mensalão", depõe hoje às 16h, também a portas fechadas.
Em seu depoimento, Jefferson disse que o seu genro Marcus Vinicius Vasconcelos era o seu "ouvido nas estatais" e lhe informava sobre o que acontecia nos órgãos nos quais o PTB tinha indicados em cargos de comando.
O petebista disse isso ao ser questionado sobre o porquê do trânsito de Ferreira em outras estatais que não a Eletrobras, onde trabalhava. O genro de Jefferson foi acusado de integrar um suposto esquema de corrupção do PTB.
O depoimento de duas horas e meia foi tomado no apartamento de Jefferson, que diz ter feito um acordo com o PT em 2004 para receber R$ 20 milhões, que seriam distribuídos a candidatos petebistas. Só R$ 4 milhões teriam sido repassados. Não há menção aos valores na contabilidade dos dois partidos. O PT nega a história.
Na fala de ontem, de acordo com pessoas que ouviram o depoimento, Jefferson voltou a dizer que só revelará o destino do dinheiro caso o PT apresente o recibo da doação eleitoral e, repetindo o que já havia dito no Conselho de Ética na semana passada, afirmou que o PT pagava mesada a deputados do PL e do PP em troca de apoio no Congresso. Ainda assim, o novo depoimento trouxe novos detalhes e dúvidas.
Uma delas é que algumas de suas declarações não batem com as informações dadas anteontem pelo senador Ney Suassuna (PB), líder do PMDB, à Corregedoria.
Jefferson disse que o peemedebista insistiu, em telefonemas, para que ele recebesse Arlindo Molina, apontado como um dos responsáveis pela gravação do vídeo em que o ex-chefe de departamento dos Correios Maurício Marinho diz haver um esquema de corrupção liderado pelo PTB na estatal. No depoimento, Suassuna negou ser amigo de Molina.
A Corregedoria também ouviu ontem sigilosamente Miro Teixeira (PT-RJ), Valdemar Costa Neto (PL-SP) e Iris Simões (PTB-PR), que confirmou ter recebido de Jefferson a ordem de dizer a Pedro Henry (PP-MT) que o esquema seria denunciado no plenário caso ele, Henry, não parasse de cooptar petebistas com promessa de dinheiro. Henry nega. Valdemar Costa Neto negou participação no suposto esquema.
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