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19/03/2010 - 04h39

Relatório de ONG critica situação de índios em MS

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RODRIGO VIZEU
da Agência Folha

A ONG Survival International, sediada em Londres, enviou à ONU um relatório com críticas às condições de vida dos índios guaranis de Mato Grosso do Sul. O documento será analisado pelo Comitê para Eliminação da Discriminação Racial das Nações Unidas, em Genebra.

Questionada duas vezes pela reportagem ontem, a Funai (Fundação Nacional do Índio) não retornou as ligações. O governo de MS informou que não comentaria até tomar conhecimento oficial do relatório.

A ONG afirma que a situação dos guaranis no Estado "é uma das piores entre todos os povos indígenas das Américas" e cita casos de violência, preconceito, fome e exploração do trabalho nas comunidades.

A entidade apurou dados por conta própria e por meio de fontes oficiais, de outras ONGs e da imprensa. Entre os números apresentados, um aponta que, em 2008, dos 60 casos de assassinatos de índios no país, 42 foram de guaranis de MS. Os algozes, diz a ONG, costumam ser pistoleiros e seguranças contratados por fazendeiros insatisfeitos com a presença dos índios em suas propriedades.

Outro dado citado é a taxa de suicídios da etnia. Em 2005, foram 86,3 por 100 mil habitantes. A taxa geral do Estado era de 8,6 por 100 mil. A média nacional, de 4,5. Há até mesmo o registro de uma menina de nove anos que se matou.

A ONG denuncia ainda as mortes de crianças por desnutrição e a expansão da lavoura de cana-de-açúcar, atraindo os índios para fora de suas atividades típicas.

Razões

A Survival International atribui os problemas à falta de terras e à expulsão dos guaranis de seus territórios tradicionais.

A ONG cobra do governo brasileiro o cumprimento da Constituição e de recomendações da ONU, terminando de identificar e demarcar as terras indígenas no Estado.

A entidade acusa a Funai de não se empenhar para cumprir o prazo de devolver os guaranis às suas terras até abril deste ano, conforme acordo firmado com o Ministério Público há três anos.

O governo estadual é acusado de, ao lado dos proprietários rurais, opor-se "ferozmente" a demarcação total das terras indígenas e de acirrar os ânimos no campo.

 

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