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Temer diz que fará debate no plenário da Câmara sobre projeto que libera bingos
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MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília
Em meio à polêmica sobre a legalização dos bingos, o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), afirmou nesta terça-feira que vai realizar uma comissão geral (quando todos os deputados são chamados para debater um tema em plenário com especialistas) para discutir o projeto que libera os bingos e as máquinas caça-níqueis.
A expectativa é de que a comissão ocorra no próximo dia 30. Segundo o peemedebista, só haverá uma definição em relação ao projeto ser levado ao plenário após o debate. "Eu disse aos líderes que só levarei essa proposta ao plenário dependendo dessas manifestações. Quero manifestações oficiais desse assunto", disse.
Devem ser convidados representantes dos Ministérios da Justiça, da Fazenda, técnicos da Receita Federal, além de movimentos a favor da legalização dos jogos.
Segundo reportagem da Folha publicada na segunda-feira, o projeto enfrenta resistência de órgãos do governo porque abre um precedente para práticas como lavagem de dinheiro em razão da falta de estrutura para fiscalização de jogos de azar.
O texto é listado como uma das prioridades do semestre na pauta da Câmara. Apenas DEM, PSDB e PSOL são contrários à votação.
Aprovado pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara em setembro do ano passado, o projeto acaba com a proibição ao funcionamento dos principais jogos de azar no país. O argumento dos deputados favoráveis ao projeto é o de que o fechamento de bingos, cassinos e casas de jogos de azar provocou prejuízos à sociedade e ao Estado brasileiro.
O deputado Régis de Oliveira (PSC-SP), relator do projeto na CCJ, apresentou estudo realizado pela Força Sindical que apontou o fechamento de 320 mil postos de trabalho depois da proibição de funcionamento dos bingos.
Oliveira afirma que, apesar da proibição, algumas casas de bingos continuam funcionamento clandestinamente sem arrecadar impostos ao país.
O projeto também prevê o repasse de 17% das receitas das casas de bingos para a saúde, cultura, esportes e segurança pública --nos percentuais, respectivamente, de 14% e 1% para as demais áreas.
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