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12/08/2005 - 13h17

Oposição diz que discurso de Lula piora situação do governo

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FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília

O discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva piorou a situação do governo na opinião de senadores da oposição e levou o senador Cristovam Buarque (PT-DF) a dizer que deve deixar o partido na próxima segunda-feira.

"Seu discurso foi pífio, pouco corajoso. Não fez nada a não ser ganhar tempo. É o caminho mais rápido para o desastre e para a perdição. Foi a peça mais pífia e mais indigna da história brasileira que escutei um presidente pronunciar", afirmou o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM).

"Foi uma falsa prestação de contas. Se disse traído. Mas traído por quem? Ele não disse. Disse que corrupto tem que ser punido, mas ele não aponta os corruptos", critica. "Se diz de novo mais indignado que os brasileiros. Os brasileiros estão indignados com o seu governo presidente. Seu discurso foi pífio, pouco corajoso, para não dizer que foi covarde", concluiu Virgílio.

O líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), declarou que o presidente Lula se aproxima do fim de seu mandato com o discurso de hoje. "Ele perdeu a oportunidade e se aproximou do fim da linha. Se ficar comprovado que houve crime eleitoral, teremos que chegar lá [no impeachment]", disse. "Ele mais uma vez se fez de autista e fez passar para a sociedade que a crise passa ao largo dele. Não está. Ele está no meio do mal criado por ele", continuou Agripino.

De acordo com ele, a impressão que o pronunciamento passa para a sociedade é de que Lula não apontou o nome dos traidores por medo de depois ser acusado de saber de todo o esquema de corrupção. "O que ele passou é que tem medo do troco", avaliou.

O único petista a assistir ao discurso do presidente na sala anexa ao plenário, juntamente com Agripino, Virgílio, Mão Santa (PMDB-PI) e Luiz Otávio (PMDB-PA), foi Cristovam Buarque.

Ele disse esperar do presidente a declaração de que não disputaria a reeleição à presidência ou informasse que enviaria um projeto para acabar com o instituto da reeleição. Diante das declarações do presidente, Cristovam declarou que deixará o partido, mas só comunicará sua decisão oficialmente na próxima segunda-feira.

"A partir de agora, ninguém mais aqui tem o direito de dizer que não sabe o que se deve fazer para resolver essa crise porque, a partir de agora, nós somos os líderes porque o presidente não apontou os rumos [em seu discurso]", afirmou Cristovam.

Em defesa do presidente, apenas o líder do PT no Senado, Delcídio Amaral (MS), que preside a CPI dos Correios, e Ideli Salvatti (SC). Nenhum foi ao plenário para defender o presidente, mas elogiaram a postura de Lula.

"O presidente mostrou sua indignação e seu compromisso com a ética. Ele mostrou seu compromisso de buscar os responsáveis que nos levaram a essa situação lamentável que hoje vivemos", afirmou Delcídio.

"Ele foi muito claro e contundente. Se manifestou de forma clara com a traição ocorrida", afirmou. Porém, disse que o presidente deve fazer um novo discurso. "No meu ponto de vista, ele deve fazer um pronunciamento mais completo e mais adequado à nação", disse.

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