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23/08/2005
-
09h26
KENNEDY ALENCAR
EDUARDO SCOLESE
ANA FLOR
da Folha de S.Paulo
Avaliando que a entrevista na qual o ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) rebateu as acusações de corrupção deu novo fôlego ao governo federal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu que vai voltar a se pronunciar a respeito da crise política e pediu aos ministros Jaques Wagner (Relações Institucionais) e Márcio Thomaz Bastos (Justiça) que articulem uma reunião dos chefes dos três poderes da República.
A data de uma nova abordagem pública da crise política não está definida. Lula resiste, por exemplo, a conceder uma entrevista coletiva. Ele está analisando o tom, o mérito e a forma da fala. Pode, por exemplo, fazer novo pronunciamento em cadeia de TV e rádio.
A reunião com os chefes do poderes Legislativo e Judiciário tem o objetivo de discutir o que Lula considera "abusos e leviandades" na crise política e reafirmar que o governo deseja investigar "todas as acusações de corrupção com tranqüilidade e observando a lei", diz um auxiliar do presidente.
Ao final do dia de ontem, quando o fechamento do mercado financeiro mostrou que surtira efeito a entrevista de Palocci e após seu programa de rádio cacifando o ministro da Fazenda, Lula se mostrou aliviado. "Ganhamos uma chance para respirar", disse, segundo relato de interlocutores.
No domingo, numa entrevista de mais de duas horas, Palocci negou a acusação do advogado e ex-assessor Rogério Tadeu Buratti de que autorizou a entrega de R$ 50 mil mensais ao PT quando prefeito de Ribeirão Preto. Respondeu ainda detalhadamente a informações sobre a relação com Buratti.
O dólar caiu 2,65%, fechando em R$ 2,385, e a Bolsa subiu. Na sexta-feira passada, dia em que o ministro da Fazenda foi acusado, o dólar subiu e a Bolsa caiu.
Aos ministros, Lula disse que esse "respiro" pode ser temporário e que, portanto, não bastava "abafar" a crise seguidas vezes. O presidente concordou com o diagnóstico de seus auxiliares de que o governo deve aproveitar o momento para tentar gerar outros fatos positivos. Lula afirmou ser necessário trabalhar com urgência os projetos prioritários do governo para apresentá-los à população no período eleitoral do ano que vem. O presidente alimenta o sonho de recuperar cacife e se candidatar à reeleição.
O presidente discutiu anteontem e ontem suas prioridades no Orçamento da União para 2006, como algumas PPPs (Parcerias Público Privadas), o aumento de atendimentos na área social (Bolsa-Família) e alguns projetos específicos (transposição das águas do rio São Francisco).
A intenção do presidente é falar ainda nesta semana, mas o mais provável é que ele o faça somente após o novo depoimento de Buratti à CPI dos Bingos, previsto para amanhã. Se Buratti não trouxer fatos novos contra Palocci, a avaliação do governo é que o ministro da Fazenda conseguirá se afastar de vez do centro da crise.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a crise no governo Lula
Após Palocci, Lula planeja voltar a falar da crise na TV
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EDUARDO SCOLESE
ANA FLOR
da Folha de S.Paulo
Avaliando que a entrevista na qual o ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) rebateu as acusações de corrupção deu novo fôlego ao governo federal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu que vai voltar a se pronunciar a respeito da crise política e pediu aos ministros Jaques Wagner (Relações Institucionais) e Márcio Thomaz Bastos (Justiça) que articulem uma reunião dos chefes dos três poderes da República.
A data de uma nova abordagem pública da crise política não está definida. Lula resiste, por exemplo, a conceder uma entrevista coletiva. Ele está analisando o tom, o mérito e a forma da fala. Pode, por exemplo, fazer novo pronunciamento em cadeia de TV e rádio.
A reunião com os chefes do poderes Legislativo e Judiciário tem o objetivo de discutir o que Lula considera "abusos e leviandades" na crise política e reafirmar que o governo deseja investigar "todas as acusações de corrupção com tranqüilidade e observando a lei", diz um auxiliar do presidente.
Ao final do dia de ontem, quando o fechamento do mercado financeiro mostrou que surtira efeito a entrevista de Palocci e após seu programa de rádio cacifando o ministro da Fazenda, Lula se mostrou aliviado. "Ganhamos uma chance para respirar", disse, segundo relato de interlocutores.
No domingo, numa entrevista de mais de duas horas, Palocci negou a acusação do advogado e ex-assessor Rogério Tadeu Buratti de que autorizou a entrega de R$ 50 mil mensais ao PT quando prefeito de Ribeirão Preto. Respondeu ainda detalhadamente a informações sobre a relação com Buratti.
O dólar caiu 2,65%, fechando em R$ 2,385, e a Bolsa subiu. Na sexta-feira passada, dia em que o ministro da Fazenda foi acusado, o dólar subiu e a Bolsa caiu.
Aos ministros, Lula disse que esse "respiro" pode ser temporário e que, portanto, não bastava "abafar" a crise seguidas vezes. O presidente concordou com o diagnóstico de seus auxiliares de que o governo deve aproveitar o momento para tentar gerar outros fatos positivos. Lula afirmou ser necessário trabalhar com urgência os projetos prioritários do governo para apresentá-los à população no período eleitoral do ano que vem. O presidente alimenta o sonho de recuperar cacife e se candidatar à reeleição.
O presidente discutiu anteontem e ontem suas prioridades no Orçamento da União para 2006, como algumas PPPs (Parcerias Público Privadas), o aumento de atendimentos na área social (Bolsa-Família) e alguns projetos específicos (transposição das águas do rio São Francisco).
A intenção do presidente é falar ainda nesta semana, mas o mais provável é que ele o faça somente após o novo depoimento de Buratti à CPI dos Bingos, previsto para amanhã. Se Buratti não trouxer fatos novos contra Palocci, a avaliação do governo é que o ministro da Fazenda conseguirá se afastar de vez do centro da crise.
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