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25/08/2005
-
14h32
ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília
O advogado Rogério Tadeu Buratti confirmou à CPI dos Bingos o depoimento prestado na última sexta-feira, em Ribeirão Preto. Na ocasião, Buratti afirmou que a empresa Leão Leão, da área de coleta de lixo, pagava R$ 50 mil por mês em propina em 2001 e 2002 à Prefeitura de Ribeirão Preto, à época administrada pelo ministro Antonio Palocci (Fazenda).
"Confirmo integralmente o depoimento que prestei ao Ministério Público. Eu falei do que vi e ouvi", disse.
Buratti foi assessor do ministro da Fazenda Antonio Palocci durante a gestão do petista na prefeitura de Ribeirão Preto (1993-1997), mas foi exonerado em 1994 devido a suspeitas de corrupção.
O advogado disse que não é exatamente amigo de Palocci, observando que para ser amigo é necessário um relacionamento mais profundo. Mas, segundo ele, tem respeito pelo ministro, ressaltando, no entanto, que tem o compromisso de falar a verdade, ao justificar seu depoimento ao Ministério Público.
Preso na semana passada, Buratti prestou depoimento e revelou um suposto esquema de pagamento de propina na cidade. Em entrevista coletiva, o ministro negou as acusações.
Este é o segundo depoimento que o advogado presta à CPI dos Bingos. Buratti é acusado de ter tentado extorquir R$ 6 milhões da Gtech para garantir à empresa a concessão da exploração das loterias da CEF (Caixa Econômica Federal), um contrato no valor de R$ 650 milhões, acusação já negada pelo advogado.
Ministério Público
A sessão da CPI dos Bingos teve início por volta do meio-dia. Buratti fez uma exposição inicial rápida, na qual tratou somente de assuntos pessoais que foram divulgados na imprensa. Ele criticou a conduta de alguns veículos de comunicação e afirmou que algumas das informações divulgadas não teriam interesse público.
Após a fala, o senador Tião Viana (PT-AC) perguntou se Buratti não estava constrangido com a presença do promotor Aroldo Costa Filho, do Ministério Público de São Paulo, que foi até Brasília entregar à comissão cópia da investigação.
Viana disse ter certeza que o Ministério Público de São Paulo coagiu Buratti em seu depoimento em Ribeirão Preto. A declaração do senador petista provocou um debate na CPI. Governistas queriam que o procurador se retirasse da sessão e membros da oposição se posicionaram contra.
"Não me sinto nem um pouco coagido. Decidi falar o que falei por tudo que passei", afirmou Buratti. Ao final, ficou decidido que o procurador permaneceria no plenário como ouvinte.
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da Folha Online, em Brasília
O advogado Rogério Tadeu Buratti confirmou à CPI dos Bingos o depoimento prestado na última sexta-feira, em Ribeirão Preto. Na ocasião, Buratti afirmou que a empresa Leão Leão, da área de coleta de lixo, pagava R$ 50 mil por mês em propina em 2001 e 2002 à Prefeitura de Ribeirão Preto, à época administrada pelo ministro Antonio Palocci (Fazenda).
"Confirmo integralmente o depoimento que prestei ao Ministério Público. Eu falei do que vi e ouvi", disse.
Lula Marques/Folha Imagem |
O advogado Rogério Tadeu Buratti |
O advogado disse que não é exatamente amigo de Palocci, observando que para ser amigo é necessário um relacionamento mais profundo. Mas, segundo ele, tem respeito pelo ministro, ressaltando, no entanto, que tem o compromisso de falar a verdade, ao justificar seu depoimento ao Ministério Público.
Preso na semana passada, Buratti prestou depoimento e revelou um suposto esquema de pagamento de propina na cidade. Em entrevista coletiva, o ministro negou as acusações.
Este é o segundo depoimento que o advogado presta à CPI dos Bingos. Buratti é acusado de ter tentado extorquir R$ 6 milhões da Gtech para garantir à empresa a concessão da exploração das loterias da CEF (Caixa Econômica Federal), um contrato no valor de R$ 650 milhões, acusação já negada pelo advogado.
Ministério Público
A sessão da CPI dos Bingos teve início por volta do meio-dia. Buratti fez uma exposição inicial rápida, na qual tratou somente de assuntos pessoais que foram divulgados na imprensa. Ele criticou a conduta de alguns veículos de comunicação e afirmou que algumas das informações divulgadas não teriam interesse público.
Após a fala, o senador Tião Viana (PT-AC) perguntou se Buratti não estava constrangido com a presença do promotor Aroldo Costa Filho, do Ministério Público de São Paulo, que foi até Brasília entregar à comissão cópia da investigação.
Viana disse ter certeza que o Ministério Público de São Paulo coagiu Buratti em seu depoimento em Ribeirão Preto. A declaração do senador petista provocou um debate na CPI. Governistas queriam que o procurador se retirasse da sessão e membros da oposição se posicionaram contra.
"Não me sinto nem um pouco coagido. Decidi falar o que falei por tudo que passei", afirmou Buratti. Ao final, ficou decidido que o procurador permaneceria no plenário como ouvinte.
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