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25/08/2005
-
15h52
ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília
O ex-assessor da Prefeitura de Ribeirão Preto Rogério Tadeu Buratti frustrou os petistas integrantes da CPI dos Bingos nesta quinta-feira ao dizer que estava "lúcido" ao dar o depoimento ao Ministério Público de São Paulo, no qual acusou o recebimento de propina na gestão do então prefeito e atual ministro Antonio Palocci (Fazenda).
Durante os 15 minutos a que teve direito para interrogar Buratti, o senador Tião Viana (PT-AC) tentou fazer com que o ex-assessor de Palocci afirmasse que seu depoimento ao Ministério Público não foi válido. Em resposta a Viana, Buratti afirmou que a sua prisão "teve requintes de crueldade". "Sabia a dimensão do que eu dizia", acrescentou.
"Não sou amigo de Palocci, mas o respeito. Sem dúvida, falar o que eu sabia ao Ministério Público criou o maior conflito que tive em minha vida, mas tenho compromisso com a verdade. Eu prestei depoimento preso, coagido, mas não perdi a lucidez. Não tinha dúvidas do que ia fazer", afirmou Buratti.
Buratti reafirmou que a Prefeitura de Ribeirão Preto, então comandada por Palocci, recebia propina no valor de R$ 50 mil da empresa Leão Leão, que ganhou a licitação para a coleta de lixo na cidade.
Indagado pelo senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) se estava na prefeitura ou na empresa quando o contrato foi firmado, Buratti declarou que na época já trabalhava na Leão Leão.
Ele detalhou como eram feitas as licitações irregulares. "A empresa participava da elaboração do edital e do cronograma. Depois de ganhar a licitação, ela começava a pagar uma ajuda para os prefeitos. Pelo que eu sei, as cidades onde isto ocorreu foram Matão, Sertãozinho, Monte Alto e Ribeirão."
Palocci
Para a surpresa dos petistas presentes, além de confirmar seu depoimento ao Ministério Público, Buratti afirmou acreditar que o ministro da Fazenda sabia das negociações entre a Gtech e a Caixa Econômica Federal.
O advogado confirmou que manteve encontros com representantes da Multinacional Gtech, que detém o monopólio na exploração da concessão das loterias da Caixa. Segundo Buratti, ele compareceu aos encontros a mando de Ralf Barquete Santos, outro ex-assessor de Palocci, morto em 2004.
"Acredito que o ministro sabia das negociações a partir do momento que a Gtech procurou a Caixa e avisou que queria um contato com o Ministério da Fazenda e eles lhe indicaram o Ralf. Ele me procurou e pediu para eu me encontrar com o pessoal da Gtech. Eu fui, recebi a proposta, transmiti e recebi a resposta negativa de volta. A informação era de que o Ministério não iria interferir na renovação do contrato."
O advogado informou que não foi ele quem cobrou propina da Gtech, mas sim o contrário ele recebeu uma proposta de pagamento de propina, que variava de R$ 500 mil a R$ 15 milhões, para que negociasse e garantisse a renovação do contrato entre a Gtech e a CEF.
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da Folha Online, em Brasília
O ex-assessor da Prefeitura de Ribeirão Preto Rogério Tadeu Buratti frustrou os petistas integrantes da CPI dos Bingos nesta quinta-feira ao dizer que estava "lúcido" ao dar o depoimento ao Ministério Público de São Paulo, no qual acusou o recebimento de propina na gestão do então prefeito e atual ministro Antonio Palocci (Fazenda).
Durante os 15 minutos a que teve direito para interrogar Buratti, o senador Tião Viana (PT-AC) tentou fazer com que o ex-assessor de Palocci afirmasse que seu depoimento ao Ministério Público não foi válido. Em resposta a Viana, Buratti afirmou que a sua prisão "teve requintes de crueldade". "Sabia a dimensão do que eu dizia", acrescentou.
Lula Marques/Folha Imagem |
O advogado Rogério Tadeu Buratti |
Buratti reafirmou que a Prefeitura de Ribeirão Preto, então comandada por Palocci, recebia propina no valor de R$ 50 mil da empresa Leão Leão, que ganhou a licitação para a coleta de lixo na cidade.
Indagado pelo senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) se estava na prefeitura ou na empresa quando o contrato foi firmado, Buratti declarou que na época já trabalhava na Leão Leão.
Ele detalhou como eram feitas as licitações irregulares. "A empresa participava da elaboração do edital e do cronograma. Depois de ganhar a licitação, ela começava a pagar uma ajuda para os prefeitos. Pelo que eu sei, as cidades onde isto ocorreu foram Matão, Sertãozinho, Monte Alto e Ribeirão."
Palocci
Para a surpresa dos petistas presentes, além de confirmar seu depoimento ao Ministério Público, Buratti afirmou acreditar que o ministro da Fazenda sabia das negociações entre a Gtech e a Caixa Econômica Federal.
O advogado confirmou que manteve encontros com representantes da Multinacional Gtech, que detém o monopólio na exploração da concessão das loterias da Caixa. Segundo Buratti, ele compareceu aos encontros a mando de Ralf Barquete Santos, outro ex-assessor de Palocci, morto em 2004.
"Acredito que o ministro sabia das negociações a partir do momento que a Gtech procurou a Caixa e avisou que queria um contato com o Ministério da Fazenda e eles lhe indicaram o Ralf. Ele me procurou e pediu para eu me encontrar com o pessoal da Gtech. Eu fui, recebi a proposta, transmiti e recebi a resposta negativa de volta. A informação era de que o Ministério não iria interferir na renovação do contrato."
O advogado informou que não foi ele quem cobrou propina da Gtech, mas sim o contrário ele recebeu uma proposta de pagamento de propina, que variava de R$ 500 mil a R$ 15 milhões, para que negociasse e garantisse a renovação do contrato entre a Gtech e a CEF.
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