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07/09/2005 - 22h03

Advogado diz que presidente da DNA prestou depoimento como testemunha na PF

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PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte

O presidente da DNA Propaganda, Francisco Marcos Castilho Santos, prestou depoimento nesta quarta-feira na sede da Polícia Federal em Belo Horizonte, por cerca de duas horas, para explicar saques em dinheiro realizados na conta da agência de publicidade no Banco Rural. O próprio Castilho, presidente da DNA, aparece na quebra de sigilo do Rural, como tendo sacado R$ 100 mil.

Ele não deu entrevistas ao final do depoimento. O seu advogado, Leonardo Isaac Yarochewsky, disse que o saque feito pelo seu cliente era para divisão de lucro entre os sócios da DNA e da Graffiti Participações, empresa que tinha 50% das cotas da DNA e pertence ao empresário Marcos Valério Fernandes de Souza e a Ramon Cardoso.

"O sr. Francisco Castilho veio aqui como testemunha", disse o advogado, acrescentando que os saques também tiveram como destino empréstimo que a DNA fez à SMPB, a outra agência em que Marcos Valério era sócio. Yarochewsky disse que não competia a seu cliente saber o destino dos recursos que a DNA repassava para Valério.

Ontem, os dois delegados da PF de Brasília que estão tomando os depoimentos de 16 pessoas que fizeram saques nas contas da SMPB e DNA ouviram mais dois funcionários da agência presidida por Castilho.

Júlio César Marques Cassão e Wagner Monteiro, gerente financeiro da agência, disseram que os saques foram feitos a pedido do diretor financeiro Paulino Alves Ribeiro Júnior, que também será ouvido. Cassão fez seis saques que somam R$ 900 mil. Na ocasião, o advogado deu como justificativa divisão de lucros entre os sócios e empréstimo para a SMPB.

Tucano

No final da tarde de hoje, foi a vez do ex-prefeito de Contagem (MG) Ademir Lucas (PSDB) dar as suas explicações à PF. Assessor político do governo de Minas desde fevereiro --dois meses após deixar a prefeitura por não se reeleger-- o tucano tinha como agência da sua gestão a SMPB, mas assessores dele apareceram na quebra de sigilo do Rural sacando na conta da agência.

Foram ao menos R$ 512 mil sacados da conta da SMPB Comunicação no Rural por Cristiano Paiva Neves e Valquíria de Oliveira Dias, marido e mulher. Ele era servidor comissionado na Secretaria de Planejamento da Prefeitura de Contagem. Sacou R$ 300 mil no dia 05 de outubro do ano passado. Em depoimento na PF no mês passado, Neves negou o saque.

Valquíria, que também depôs hoje, aparece como sacadora de R$ 212 mil, em 26 de setembro de 2003. Ela é irmã da mulher de Lucas, a deputada estadual Vanessa Lucas (PSDB). O nome dela apareceu entre os sacadores relacionados pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), órgão do Ministério da Fazenda. Desde março deste ano, a deputada emprega Cristiano Neves no seu gabinete.

O Ministério Público em Contagem abriu inquérito civil para apurar a relação entre a SMPB e a gestão de Ademir Lucas de 2001 a 2004. A prefeitura assinou com a agência de Valério contrato de R$ 2 milhões.

Desde que estourou a crise, o ex-prefeito não deu nenhuma explicação pública para os saques. Nesta quarta-feira, ele e Valquíria deixaram a PF sem dar declarações. Segundo o delegado Cláudio Ribeiro, que tomou os depoimentos, os dois negaram terem recebido recursos. Valquíria disse ainda que, na época do suposto saque, estava com gravidez de risco e, portanto, impossibilitada de andar.

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