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14/09/2005 - 18h27

Jefferson ataca Lula e o PT e diz que não muda "uma vírgula do que disse"

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da Folha Online

O deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) fez nesta quarta-feira um discurso duro contra o PT, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com "farpas" para o relator de seu processo de cassação e a mídia. "Tirei a roupa do rei. Mostrei ao Brasil quem são esses fariseus", gritou, ao final do discurso, em uma provável referência aos integrantes do PT envolvidos no escândalo do "mensalão".

O parlamentar despendeu pelo menos 10 minutos com agradecimentos a sua família e colaboradores. Seu primeiro ataque foi contra o jornal "o Globo", que acusou de "amoral", sem, no entanto, detalhar acusações.

Depois, comentou seu processo de acusação, ironizando o fato de que o relator Jairo Carneiro (PFL-BA) não admitiu a existência do "mensalão". Os ataques mais pesados, no entanto, foram reservados para os políticos do PT, notadamente, o deputado José Dirceu (SP) e o ex-presidente da legenda José Genoino.

Sobre o presidente Lula, classificou de "preguiçoso" e disse que cometeu crime por omissão. Ele comparou o presidente a Genoino, que afirmou ter assinado contratos de empréstimo sem ler.

O primeiro vice-presidente da Câmara, José Thomaz Nonô (PFL-AL), registrou a presença de 482 deputados. São necessários 257 votos para cassar o mandato de Jefferson. Thomaz Nonô prorrogou por 10 minutos o tempo de discurso concedido ao parlamentar e justificou: "a Casa quer ouvi-lo". Mereceu aplausos do plenário. No final, o discurso se estendeu por 41 minutos ante um prazo inicial de 25.

Antes de Jefferson, discursaram o relator de seu processo, o deputado Jairo Carneiro (PFL-BA), e os seus advogados. Carneiro fez uma recapitulação das declarações do parlamentar: o "mensalão", os avisos ao Executivo, as denúncias de corrupção em empresas, a exemplo da Eletronorte e IRB (Instituto de Resseguros do Brasil).

Os advogados Itapuã Messias e Luiz Francisco Correia Barbosa despenderam pouco mais de 30 minutos para fazer a defesa de seu cliente. Messias lembrou as denúncias do parlamentar sobre o "mensalão" e afirmou que "as mentiras contadas por Jefferson têm a mania de se transformarem em verdades". Luiz Francisco falou em inviolabilidade "de palavras e votos" de parlamentares.

Trajetória

Jefferson denunciou, em entrevista publicada pela Folha de S.Paulo, que congressistas aliados recebiam o que chamou de um "mensalão" de R$ 30 mil. Admitiu ter recebido R$ 4 milhões do PT para caixa dois de campanha das mãos de Marcos Valério e foi citado como o líder do esquema de corrupção nos Correios.

Segundo o deputado, o dinheiro do "mensalão" vinha de estatais de empresas privadas e chegava a Brasília "em malas" para ser distribuído em ação comandada pelo ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, com a ajuda de "operadores" como o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza e o deputado José Janene (PP-PR).

O ex-presidente do PTB poupou Lula, mas envolveu o ex-ministro-chefe da Casa Civil, deputado José Dirceu (PT-SP), e outros integrantes do que ele chamou de "cabeça" do PT: José Genoino, Delúbio Soares, Silvio Pereira e Marcelo Sereno.

Antes da entrevista em que falou do "mensalão", Jefferson foi citado em uma gravação em que o ex-funcionário dos Correios Maurício Marinho detalha o funcionamento de um suposto esquema de corrupção na estatal. Na fita, o ex-funcionário afirma que trabalhava com o aval do ex-presidente do PTB e do ex-diretor da empresa, Antônio Osório Batista.

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