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14/09/2005 - 22h21

Para PF, versão de Buani é mais consistente que defesa de Severino

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FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília

Depois de ouvir por cerca sete horas a secretária Gabriela Kenia Martins, a Polícia Federal avaliou que a versão apresentada pelo empresário Sebastião Buani tem mais materialidade do que a defesa do presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE).

A apresentação do cheque de R$ 7,5 mil com a assinatura de Gabriela pesa em favor de Buani. Segundo o empresário, o dinheiro seria a garantia para o funcionamento por mais três anos do restaurante Fiorella, no 10º andar do anexo 4 da Câmara.

Por outro lado, a argumentação de que o dinheiro seria usado para pagar gastos de campanha do filho do presidente da Câmara, Severino Cavalcanti Júnior, morto em 2002, não foi suficiente para convencer a PF.

À PF, Gabriela confirmou a versão de que o dinheiro seria usado para a campanha de Júnior. Ela disse que viu Buani preencher o cheque e depois foi até uma agência do Bradesco em Brasília que já estava fechada e foi atendida pessoalmente pela gerente, Jane Albuquerque. A secretaria disse que recebeu por volta de R$ 6,8 mil em um envelope, mas não explicou o que foi feito com o restante do recurso.

Segundo a versão da secretária, o dinheiro foi entregue ao filho de Severino no gabinete da primeira-secretaria da Câmara, cargo que Severino ocupava na época.

A PF considerou que Gabriela entrou em contradição quando afirmou inicialmente que a operação havia sido o único serviço prestado à campanha de Júnior. Depois, ela relatou que outra secretária de Severino sabia que ela fazia pequenos trabalhos para Júnior.

No depoimento, ela disse ainda que o dinheiro foi usado para comprar material de campanha e citou o nome de uma gráfica, cujo nome não foi divulgado.

A Polícia Federal vai agora voltar a ouvir Buani para saber o motivo pelo qual ele afirmou inicialmente que o pagamento foi feito em 2003 --a data do cheque é de 31 de julho de 2002.

Jane também deverá prestar outro depoimento, já que ela disse à PF não se lembrar de ter compensado o cheque por tratar-se de uma operação corriqueira. Com as declarações de Gabriela, a operação foi considerada atípica por ter sido feita depois do expediente bancário.

Gisele Buani, filha de Buani e responsável pelo setor financeiro da empresa, também deverá falar à PF.

Depois de concluírem os depoimentos, o delegado Sergio Menezes, responsável pelo inquérito, irá preparar um relatório parcial e encaminhar para o STF (Supremo Tribunal Federal) com a sugestão da quebra do sigilo bancário de Buani.

Como Severino, que tem foro privilegiado por ser deputado, passou da condição de acusador para investigado, o inquérito deverá passar para o Supremo.

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