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30/10/2005 - 10h36

Oposição prepara ação para minar o PT

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da Folha de S.Paulo, em Brasília

Lideranças da oposição ao governo prometem acirrar a disputa contra o PT e acionar o Ministério Público, a Justiça Eleitoral e a CPI dos Bingos com respeito à denúncia de que a campanha que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva presidente recebeu recursos de Cuba.

Para isso, advertem para a possibilidade de cassação do registro do PT e para a decorrente impossibilidade de eleição de qualquer petista em 2006, no caso de a acusação ser verdadeira.

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), disse que a oposição convocará os citados na reportagem da revista "Veja" para depor na CPI dos Bingos.

"A denúncia é muito grave. Não prego a precipitação, mas vou querer ouvir os citados na CPI dos Bingos. Também vamos entrar com representação no Ministério Público e na Justiça Eleitoral. A legislação não permite dinheiro estrangeiro em campanha. Isso pode dar cassação de registro."

O líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Alberto Goldman (SP), também defende que deva ser aberto um processo de investigação no Ministério Público. Ele entende, assim como Virgílio, que, caso o registo partidário do PT seja cassado, os petistas não poderão se candidatar em 2006.

"Segunda-feira vamos avaliar o que o Congresso pode fazer. Se for confirmado, o PT perde o registro e, como já acabou o prazo para filiação partidária para as próximas eleições, seus filiados não poderão se candidatar", afirmou.

Sobre a hipótese de extinção do PT, Virgílio disse que "seria algo ruim": "A população tem de ter o direito de dar uma surra eleitoral no PT. Primeiro foi o dinheiro sujo da cueca, agora é o dinheiro bêbado", disse o líder do PSDB, referindo-se ao fato de o dinheiro ter, supostamente, vindo para o Brasil em caixas de rum e uísque.

O senador Eduardo Paes (RJ) é outro tucano que entende ser ruim para o PSDB uma possível "extinção" do PT: "É ruim para todo o país. Pode abrir espaço para lideranças demagógicas".

"Fantasiosa"

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) considerou a denúncia "fantasiosa" e afirmou nunca ter ouvido falar nada a respeito. Disse, entretanto, que "o presidente Lula deve tomar as providências necessárias para que a verdade apareça sem obstáculos".

"O PT deve ser o primeiro a colaborar para que a verdade venha à luz", seja para comprovar ou para desmentir a reportagem publicada pela "Veja".

Sobre o que o ministro Palocci deve fazer, disse: "No lugar dele, estaria de pronto me dispondo a comparecer ao Congresso Nacional, mesmo sem ser convocado".

Outro que cobrou que o PT e o presidente Lula esclareçam as denúncias foi o deputado Roberto Freire (PPS-PE).

"Se até agora Lula achava que podia se omitir e posar de bom moço, desta vez não vai poder."

O deputado afirmou ainda que "para o bem da democracia brasileira", preferia que tudo fosse desmentido e provado ser algo fantasioso: "Isso para não assanhar ainda mais setores da direita. Já basta o enxovalhamento que ele [Lula] fez, vinculando a esquerda à corrupção", reagiu.

Freire fez também um alerta para que o governo não siga "o script adotado até agora e que não tem dado certo", de só se defender depois que os estragos políticos estão confirmados.

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