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01/12/2005
-
15h04
FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília
O deputado cassado José Dirceu disse nesta quinta-feira que não voltará a exercer o mesmo poder que teve quando estava à frente da Casa Civil. "Acho que já cumpri o meu papel na política brasileira. Não acredito que volte a cumprir este papel. Sou ex-deputado, ex-ministro e ex-presidente do PT. Sou apenas José Dirceu", disse.
Um dos principais responsáveis pela campanha vitoriosa do presidente Lula, considerado o "superministro" da gestão petista, Dirceu perdeu prestígio à medida em as denúncias de corrupção envolvendo governistas aprofundaram-se.
Em 30 meses de governo, Dirceu acumulou funções, o que rendeu apelidos como "todo-poderoso" e "capitão do time". Cinco meses depois de deixar o ministério, perdeu o mandato e os direitos políticos por oito anos a contar do término desta legislatura, que se encerra no próximo ano.
Apesar de se dizer vítima de um processo de cassação política e de não haver provas que consubstanciem a perda de mandato, Dirceu afirmou que seus advogados estudam se houve ilegalidades no processo de casacão, mas afirmou que não pretende recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) para reverter a decisão da Câmara.
"Não tenho ânimo para ir ao Supremo. Agora eu preciso trabalhar para me sustentar porque não tenho mais o salário de deputado [cerca de R$ 12,8 mil]. "O povo [a Câmara] paga mal, mas paga em dia", acrescentou. O que vou fazer agora é voltar a trabalhar na vida política como eu puder. Vou defender os meus sonhos com muita paixão e muita fé, porque não tenho mais nada", acrescentou.
A indicação de que desistiu de recorrer à Justiça para garantir seus direito políticos reflete o impacto da cassação e vai de encontro à luta que travou nos últimos meses para manter seu mandato, chegando a recorrer cinco vezes ao Supremo. "[A cassação] é uma violência, como se eu tivesse perdido a minha própria vida", declarou o ex-deputado.
Lula em 2006
Dirceu afirmou que, se chamado, trabalhará na campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição em 2006. "Ele [Lula] terá o meu apoio integral", disse.
Porém, o ex-deputado e ex-ministro descartou a possibilidade de voltar a ocupar um cargo executivo, o que lhe é permitido mesmo tendo os direitos políticos cassados. "Não tenho a intenção de voltar a participar de qualquer governo", disse.
Dirceu disse que continuará no PT e na vida política, mas não vai debater questões internas por não ser dirigente da legenda.
Futuro de Dirceu
Depois da cassação, Dirceu afirmou que passará de 60 a 90 dias nos Estados Unidos e que cuidará de dois projetos: abrir um escritório de advocacia em São Paulo e escrever um livro sobre seus 30 meses na Casa Civil.
Na publicação, Dirceu afirmou que revelará os erros políticos que cometeu no governo, contará segredos de sua gestão, preservando informações sigilosas, e discutirá a situação da política brasileira.
"Eu não vou fazer um livro chapa branca", disse. "Espero que o livro saia o mais cedo possível, porque estou precisando de renda", afirmou Dirceu, dizendo-se bem humorado.
Dirceu adiantou que não vai pedir aposentadoria à Câmara, a exemplo do que fez o ex-deputado Roberto Jefferson, também cassado. Ele disse que vai transferir os 12 anos de contribuição como deputado para o INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) e se aposentar "por volta dos 75 anos".
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da Folha Online, em Brasília
O deputado cassado José Dirceu disse nesta quinta-feira que não voltará a exercer o mesmo poder que teve quando estava à frente da Casa Civil. "Acho que já cumpri o meu papel na política brasileira. Não acredito que volte a cumprir este papel. Sou ex-deputado, ex-ministro e ex-presidente do PT. Sou apenas José Dirceu", disse.
Um dos principais responsáveis pela campanha vitoriosa do presidente Lula, considerado o "superministro" da gestão petista, Dirceu perdeu prestígio à medida em as denúncias de corrupção envolvendo governistas aprofundaram-se.
Em 30 meses de governo, Dirceu acumulou funções, o que rendeu apelidos como "todo-poderoso" e "capitão do time". Cinco meses depois de deixar o ministério, perdeu o mandato e os direitos políticos por oito anos a contar do término desta legislatura, que se encerra no próximo ano.
Apesar de se dizer vítima de um processo de cassação política e de não haver provas que consubstanciem a perda de mandato, Dirceu afirmou que seus advogados estudam se houve ilegalidades no processo de casacão, mas afirmou que não pretende recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) para reverter a decisão da Câmara.
"Não tenho ânimo para ir ao Supremo. Agora eu preciso trabalhar para me sustentar porque não tenho mais o salário de deputado [cerca de R$ 12,8 mil]. "O povo [a Câmara] paga mal, mas paga em dia", acrescentou. O que vou fazer agora é voltar a trabalhar na vida política como eu puder. Vou defender os meus sonhos com muita paixão e muita fé, porque não tenho mais nada", acrescentou.
A indicação de que desistiu de recorrer à Justiça para garantir seus direito políticos reflete o impacto da cassação e vai de encontro à luta que travou nos últimos meses para manter seu mandato, chegando a recorrer cinco vezes ao Supremo. "[A cassação] é uma violência, como se eu tivesse perdido a minha própria vida", declarou o ex-deputado.
Lula em 2006
Dirceu afirmou que, se chamado, trabalhará na campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição em 2006. "Ele [Lula] terá o meu apoio integral", disse.
Porém, o ex-deputado e ex-ministro descartou a possibilidade de voltar a ocupar um cargo executivo, o que lhe é permitido mesmo tendo os direitos políticos cassados. "Não tenho a intenção de voltar a participar de qualquer governo", disse.
Dirceu disse que continuará no PT e na vida política, mas não vai debater questões internas por não ser dirigente da legenda.
Futuro de Dirceu
Depois da cassação, Dirceu afirmou que passará de 60 a 90 dias nos Estados Unidos e que cuidará de dois projetos: abrir um escritório de advocacia em São Paulo e escrever um livro sobre seus 30 meses na Casa Civil.
Na publicação, Dirceu afirmou que revelará os erros políticos que cometeu no governo, contará segredos de sua gestão, preservando informações sigilosas, e discutirá a situação da política brasileira.
"Eu não vou fazer um livro chapa branca", disse. "Espero que o livro saia o mais cedo possível, porque estou precisando de renda", afirmou Dirceu, dizendo-se bem humorado.
Dirceu adiantou que não vai pedir aposentadoria à Câmara, a exemplo do que fez o ex-deputado Roberto Jefferson, também cassado. Ele disse que vai transferir os 12 anos de contribuição como deputado para o INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) e se aposentar "por volta dos 75 anos".
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