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20/12/2005
-
09h48
ROGÉRIO PAGNAN
da Folha de S.Paulo, em Ribeirão Preto
Saques de cerca de R$ 660 mil feitos por meio de cheques seqüenciados ocorridos na boca do caixa da empresa Leão Leão podem ter sido feitos por meio de documentos falsos.
A suspeita foi apresentada pela empresa Twister Químicos Ltda., de São Paulo, uma das três que aparecem na lista das sacadoras de cerca de R$ 2,8 milhões das contas da empreiteira de Ribeirão Preto.
Além da Twister, também foram apontadas como sacadoras a Comercial Luizinho, de Dois Córregos (SP), e a KAF Brasil --esta sem identificação.
O ex-vice-presidente do grupo Leão Rogério Tadeu Buratti apontou as três empresas como integrantes do esquema de vendas de notas ficais. Com esses documentos, a Leão justificaria o dinheiro desviado para o pagamento de propina. As vendedoras receberiam porcentagem correspondente ao valor da nota.
Esse esquema foi apresentado por Buratti para explicar a denúncia que fez do pagamento de propina mensal de R$ 50 mil ao ministro Antonio Palocci (Fazenda), quando era prefeito de Ribeirão.
Segundo o advogado da Twister, Eduardo Pizarro Carnelós, a empresa teve relações comerciais com a Leão entre maio e novembro de 2002, na venda de produtos petroquímicos (Solbrax QP), e por isso não poderia ter feito os saques apontados pela quebra de sigilo bancário da Leão, alguns entre março e abril daquele ano. "Não há possibilidade de esses documentos serem legítimos."
Na lista dos saques feitos em nome da Twister, 12 são do dia 10 de abril, todos no valor de R$ 13,2 mil. No dia 11 de março, outros 12 saques de cheques seqüenciados no valor de R$ 13,5 mil cada um. Para o Ministério Público, os saques eram feitos por orientação dos bancos para dificultar a identificação dessas movimentações.
Ainda segundo Carnelós, todas vendas feitas para a Leão, no valor total de R$ 353,1 mil, foram feitas por telefone e pagas em depósito em conta. "A empresa não tinha nenhum representante em Ribeirão para fazer esses saques. A venda de notas efetivamente não ocorreu. Não tem esse esquema com a Twister", afirmou.
O promotor Aroldo Costa Filho, do Gaerco (Grupo de Atuação Especial Regional para a Prevenção e Repressão ao Crime Organizado) de Ribeirão disse que os documentos apresentados para o saque dos valores serão analisados. "Se isso realmente aconteceu, a situação é ainda mais grave do que já é", disse ele.
A Leão não quis comentar o assunto (leia texto nesta página).
A Twister Químicos foi identificada pelo CPI dos Bingos através do número do CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica), apresentado ao banco pelos sacadores dos cheques.
Figuram como sócios da empresa os empresários Salvio Casson, Luiz Paulo Lima Viana e Luís Edmundo Varella Meirelles.
Segundo a Junta Comercial do Estado de São Paulo, a Twister funciona no número 2.366 da rua Augusta, em São Paulo. A Folha esteve no local, mas não encontrou nenhuma sala da empresa. O advogado disse que a empresa funcionou na Augusta até 2002.
Vizinhos do endereço disseram nunca ter ouvido falar da existência da Twister.
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da Folha de S.Paulo, em Ribeirão Preto
Saques de cerca de R$ 660 mil feitos por meio de cheques seqüenciados ocorridos na boca do caixa da empresa Leão Leão podem ter sido feitos por meio de documentos falsos.
A suspeita foi apresentada pela empresa Twister Químicos Ltda., de São Paulo, uma das três que aparecem na lista das sacadoras de cerca de R$ 2,8 milhões das contas da empreiteira de Ribeirão Preto.
Além da Twister, também foram apontadas como sacadoras a Comercial Luizinho, de Dois Córregos (SP), e a KAF Brasil --esta sem identificação.
O ex-vice-presidente do grupo Leão Rogério Tadeu Buratti apontou as três empresas como integrantes do esquema de vendas de notas ficais. Com esses documentos, a Leão justificaria o dinheiro desviado para o pagamento de propina. As vendedoras receberiam porcentagem correspondente ao valor da nota.
Esse esquema foi apresentado por Buratti para explicar a denúncia que fez do pagamento de propina mensal de R$ 50 mil ao ministro Antonio Palocci (Fazenda), quando era prefeito de Ribeirão.
Segundo o advogado da Twister, Eduardo Pizarro Carnelós, a empresa teve relações comerciais com a Leão entre maio e novembro de 2002, na venda de produtos petroquímicos (Solbrax QP), e por isso não poderia ter feito os saques apontados pela quebra de sigilo bancário da Leão, alguns entre março e abril daquele ano. "Não há possibilidade de esses documentos serem legítimos."
Na lista dos saques feitos em nome da Twister, 12 são do dia 10 de abril, todos no valor de R$ 13,2 mil. No dia 11 de março, outros 12 saques de cheques seqüenciados no valor de R$ 13,5 mil cada um. Para o Ministério Público, os saques eram feitos por orientação dos bancos para dificultar a identificação dessas movimentações.
Ainda segundo Carnelós, todas vendas feitas para a Leão, no valor total de R$ 353,1 mil, foram feitas por telefone e pagas em depósito em conta. "A empresa não tinha nenhum representante em Ribeirão para fazer esses saques. A venda de notas efetivamente não ocorreu. Não tem esse esquema com a Twister", afirmou.
O promotor Aroldo Costa Filho, do Gaerco (Grupo de Atuação Especial Regional para a Prevenção e Repressão ao Crime Organizado) de Ribeirão disse que os documentos apresentados para o saque dos valores serão analisados. "Se isso realmente aconteceu, a situação é ainda mais grave do que já é", disse ele.
A Leão não quis comentar o assunto (leia texto nesta página).
A Twister Químicos foi identificada pelo CPI dos Bingos através do número do CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica), apresentado ao banco pelos sacadores dos cheques.
Figuram como sócios da empresa os empresários Salvio Casson, Luiz Paulo Lima Viana e Luís Edmundo Varella Meirelles.
Segundo a Junta Comercial do Estado de São Paulo, a Twister funciona no número 2.366 da rua Augusta, em São Paulo. A Folha esteve no local, mas não encontrou nenhuma sala da empresa. O advogado disse que a empresa funcionou na Augusta até 2002.
Vizinhos do endereço disseram nunca ter ouvido falar da existência da Twister.
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