Publicidade
Publicidade
19/01/2006
-
10h04
SILVIO NAVARRO
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Integrantes do Conselho de Ética da Câmara articulavam ontem, nos bastidores, um acordo para derrubar o parecer do processo de cassação do deputado Professor Luizinho (PT-SP) se o relator do caso, Pedro Canedo (PP-GO), confirmar sua decisão pela absolvição do petista.
O parecer de Canedo será apresentado hoje à tarde, após a leitura do relatório sobre o caso de Roberto Brant (PFL-MG), o segundo da fila dos 11 processos de cassação de parlamentares envolvidos no escândalo do "mensalão".
Segundo integrantes do conselho, o primeiro parecer do dia, elaborado pelo deputado Nelson Trad (PMDB-MS), recomendará a perda do mandato de Brant por uso de caixa dois em campanha. O segundo, sobre o caso de Luizinho, permanece em aberto.
Pressionado de um lado pelo conselho e de outro por seu partido, Pedro Canedo buscava uma saída para o impasse. Consultou membros do conselho e o corregedor da Câmara, Ciro Nogueira (PP-PI), em busca de amparo jurídico para recomendar pena mais branda a Luizinho.
A tendência é que siga a orientação do partido, que tem três deputados ameaçados de cassação --Pedro Corrêa (PE), Pedro Henry (MT) e Vadão Gomes (SP)--, e peça a absolvição de Luizinho, incluindo no parecer recomendação pela suspensão do mandato do petista.
Primeiro deputado do PT a ser julgado após a cassação de José Dirceu (PT-SP), Luizinho é acusado de ser beneficiário de R$ 20 mil do esquema montado por Marcos Valério de Souza. O dinheiro foi sacado por um assessor do seu gabinete. O petista diz que não sabia da operação e que os recursos abasteceram campanhas de vereadores do PT no ABC paulista, sua base eleitoral.
O argumento do relator para poupar o petista é que ele não tomou conhecimento dos saques e não usou o dinheiro em causa própria. No fim de 2005, Canedo votou contra o pedido de cassação de Romeu Queiroz (PTB-MG), que admitiu caixa dois.
Ontem, o pepista foi alertado por três membros do conselho de que, se mantiver a disposição de poupar Luizinho, terá o parecer rejeitado. Se o relatório não for aprovado, um integrante do conselho apresentaria um parecer alternativo pela cassação, que, se tiver maioria de votos, vale como conclusão do processo.
Em conversa com aliados nos corredores da Câmara, Luizinho dava como certa sua absolvição e chegou a afirmar que não falaria para Ângela Guadagnin (PT-SP), única petista no conselho, pedir vista do relatório, o que adiaria a votação para a próxima semana.
Amanhã, o conselho votará o relatório que pede a cassação de Wanderval Santos (PL-SP). A tendência é que seja aprovado.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Professor Luizinho
Leia a cobertura completa sobre a crise em Brasília
Conselho ameaça barrar parecer pró-Luizinho
Publicidade
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Integrantes do Conselho de Ética da Câmara articulavam ontem, nos bastidores, um acordo para derrubar o parecer do processo de cassação do deputado Professor Luizinho (PT-SP) se o relator do caso, Pedro Canedo (PP-GO), confirmar sua decisão pela absolvição do petista.
O parecer de Canedo será apresentado hoje à tarde, após a leitura do relatório sobre o caso de Roberto Brant (PFL-MG), o segundo da fila dos 11 processos de cassação de parlamentares envolvidos no escândalo do "mensalão".
Segundo integrantes do conselho, o primeiro parecer do dia, elaborado pelo deputado Nelson Trad (PMDB-MS), recomendará a perda do mandato de Brant por uso de caixa dois em campanha. O segundo, sobre o caso de Luizinho, permanece em aberto.
Pressionado de um lado pelo conselho e de outro por seu partido, Pedro Canedo buscava uma saída para o impasse. Consultou membros do conselho e o corregedor da Câmara, Ciro Nogueira (PP-PI), em busca de amparo jurídico para recomendar pena mais branda a Luizinho.
A tendência é que siga a orientação do partido, que tem três deputados ameaçados de cassação --Pedro Corrêa (PE), Pedro Henry (MT) e Vadão Gomes (SP)--, e peça a absolvição de Luizinho, incluindo no parecer recomendação pela suspensão do mandato do petista.
Primeiro deputado do PT a ser julgado após a cassação de José Dirceu (PT-SP), Luizinho é acusado de ser beneficiário de R$ 20 mil do esquema montado por Marcos Valério de Souza. O dinheiro foi sacado por um assessor do seu gabinete. O petista diz que não sabia da operação e que os recursos abasteceram campanhas de vereadores do PT no ABC paulista, sua base eleitoral.
O argumento do relator para poupar o petista é que ele não tomou conhecimento dos saques e não usou o dinheiro em causa própria. No fim de 2005, Canedo votou contra o pedido de cassação de Romeu Queiroz (PTB-MG), que admitiu caixa dois.
Ontem, o pepista foi alertado por três membros do conselho de que, se mantiver a disposição de poupar Luizinho, terá o parecer rejeitado. Se o relatório não for aprovado, um integrante do conselho apresentaria um parecer alternativo pela cassação, que, se tiver maioria de votos, vale como conclusão do processo.
Em conversa com aliados nos corredores da Câmara, Luizinho dava como certa sua absolvição e chegou a afirmar que não falaria para Ângela Guadagnin (PT-SP), única petista no conselho, pedir vista do relatório, o que adiaria a votação para a próxima semana.
Amanhã, o conselho votará o relatório que pede a cassação de Wanderval Santos (PL-SP). A tendência é que seja aprovado.
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice