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25/01/2006
-
17h02
da Efe, em Caracas
Defensores dos direitos dos migrantes disseram hoje no 6º Fórum Social Mundial que o chamado "muro da vergonha" que os EUA querem erguer na fronteira com o México tenta esconder o barateamento da mão-de-obra ilegal no país.
As organizações sociais que participam dos debates sobre emigração do FSM apontaram à EFE que os planos de Washington para conter a imigração ilegal pretendem reduzir os direitos dos trabalhadores ilegais latinos que moram nos Estados Unidos.
"É degradante que os EUA busquem seu desenvolvimento pisoteando ainda mais a dignidade dos pobres dos países subdesenvolvidos, embora também nestes as políticas migratórias estejam se endurecendo", disse à EFE o dominicano José Nuñez, do Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados para a América Latina e o Caribe.
Embora ainda deva ser analisado pelo Senado, o projeto de lei aprovado em 16 de dezembro pela Câmara de Representantes dos EUA, que prevê a construção do muro, transformará em criminosos os imigrantes ilegais e aqueles que os ajudem.
Também eliminará o sorteio anual de vistos e permitirá à Polícia local de cada estado --em particular dos 29 condados na faixa de fronteira com o México-- que atue como agentes de imigração para prender imigrantes clandestinos.
Na opinião de Nuñez, as atuais políticas restritivas à emigração estão ligadas ao capitalismo, por meio dos tratados de livre comércio e da globalização, que "precisa de mão-de-obra barata que não exija nenhum direito".
Também criticou que seu país siga o exemplo e denunciou que a chancelaria da República Dominicana construiu seu escritório de Migração "com mão-de-obra ilegal haitiana".
De acordo com os organizadores do FSM, que acontece na Venezuela, nos debates sobre emigração será "denunciada e identificada esta dupla moral, a fim de formular propostas comuns de luta contra este novo tipo de geração de pobreza".
O chileno Diego Carrasco, presidente do Observatório Interamericano dos Direitos dos Migrantes, disse à EFE que o México também ergueu um muro em sua fronteira com a Guatemala.
"O endurecimento americano gerou endurecimentos migratórios também na fronteira com a Guatemala e o mesmo em outros pontos da região: as fronteiras da Colômbia com o Equador, Venezuela, Panamá e Brasil; a do Haiti com a República Dominicana; a do Brasil com o Paraguai e Argentina, e a do Chile com a Bolívia e Peru", insistiu o ativista chileno.
As organizações de defesa de direitos dos migrantes e de direitos humanos em geral presentes no FSM determinarão em Caracas que, no tema da integração regional, a sociedade civil tenha como eixo de mobilização a denúncia de "todos esses muros", antecipou Carrasco.
Defensores de migrantes protestam contra "muro da vergonha"
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Defensores dos direitos dos migrantes disseram hoje no 6º Fórum Social Mundial que o chamado "muro da vergonha" que os EUA querem erguer na fronteira com o México tenta esconder o barateamento da mão-de-obra ilegal no país.
As organizações sociais que participam dos debates sobre emigração do FSM apontaram à EFE que os planos de Washington para conter a imigração ilegal pretendem reduzir os direitos dos trabalhadores ilegais latinos que moram nos Estados Unidos.
"É degradante que os EUA busquem seu desenvolvimento pisoteando ainda mais a dignidade dos pobres dos países subdesenvolvidos, embora também nestes as políticas migratórias estejam se endurecendo", disse à EFE o dominicano José Nuñez, do Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados para a América Latina e o Caribe.
Embora ainda deva ser analisado pelo Senado, o projeto de lei aprovado em 16 de dezembro pela Câmara de Representantes dos EUA, que prevê a construção do muro, transformará em criminosos os imigrantes ilegais e aqueles que os ajudem.
Também eliminará o sorteio anual de vistos e permitirá à Polícia local de cada estado --em particular dos 29 condados na faixa de fronteira com o México-- que atue como agentes de imigração para prender imigrantes clandestinos.
Na opinião de Nuñez, as atuais políticas restritivas à emigração estão ligadas ao capitalismo, por meio dos tratados de livre comércio e da globalização, que "precisa de mão-de-obra barata que não exija nenhum direito".
Também criticou que seu país siga o exemplo e denunciou que a chancelaria da República Dominicana construiu seu escritório de Migração "com mão-de-obra ilegal haitiana".
De acordo com os organizadores do FSM, que acontece na Venezuela, nos debates sobre emigração será "denunciada e identificada esta dupla moral, a fim de formular propostas comuns de luta contra este novo tipo de geração de pobreza".
O chileno Diego Carrasco, presidente do Observatório Interamericano dos Direitos dos Migrantes, disse à EFE que o México também ergueu um muro em sua fronteira com a Guatemala.
"O endurecimento americano gerou endurecimentos migratórios também na fronteira com a Guatemala e o mesmo em outros pontos da região: as fronteiras da Colômbia com o Equador, Venezuela, Panamá e Brasil; a do Haiti com a República Dominicana; a do Brasil com o Paraguai e Argentina, e a do Chile com a Bolívia e Peru", insistiu o ativista chileno.
As organizações de defesa de direitos dos migrantes e de direitos humanos em geral presentes no FSM determinarão em Caracas que, no tema da integração regional, a sociedade civil tenha como eixo de mobilização a denúncia de "todos esses muros", antecipou Carrasco.
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