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26/01/2006 - 17h30

Palocci deixa dúvidas à CPI dos Bingos sobre caso Ribeirão Preto

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ANA PAULA RIBEIRO
FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília

Depois de seis horas de depoimento, o relator da CPI dos Bingos, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), disse que o ministro Antonio Palocci (Fazenda) deixou dúvidas sobre as denúncias que envolvem sua gestão na prefeitura de Ribeirão Preto, mas afirmou que ele esclareceu o caso Gtech e a renovação com a Caixa Econômica.

Ficaram sem explicação, na opinião do relator, as denúncias de corrupção em Ribeirão Preto, o suposto superfaturamento de serviços de limpeza na cidade, o desvio de recursos públicos para o PT e o relacionamento com ex-assessores, acusados de participar de esquemas de pedido de propina.

Mesmo assim, Garibaldi Alves disse ainda não ser possível apontar se Palocci estará no relatório final da comissão, acusado de praticar ou ser conivente com alguma irregularidade. "No momento não quero antecipar isso não", afirmou. O senador disse que pretende confrontar as declarações do ministro com as dúvidas que a CPI pretendia sanar no depoimento.

Questionamentos

Assim como o relator, o presidente da comissão, senador Efraim Morais (PFL-PB), disse que o ministro deixou dúvidas que precisam ser investigadas. "Eu penso e acredito que as dúvidas foram esclarecidas, mas em algumas coisas ele não foi convincente", afirmou.

As opiniões do relator e do presidente da CPI sobre as dúvidas que restaram sobre o relacionamento com ex-assessores reforçam a tese dos oposicionistas, que criticaram o fato de Palocci não processar, por exemplo, o advogado Rogério Buratti, que acusou o ministro de receber propinas e intermediar a internalização de recursos de Cuba para a campanha petista em 2002.

O líder do PFL no Senado, José Agripino (RN) considerou que a postura de Palocci demonstra "conivência" com as irregulares. O mesmo declarou o senador Álvaro Dias (PSDB-PR). "Ele demonstra insensibilidade, frieza e condescendência com o que está ruim ao seu redor."

O relator da comissão discordou da tese de conivência, mas disse considerar que o ministro preferiu não falar sobre ex-funcionários. "Eu não acho que ele tenha sido conivente, mas se omitiu em falar do relacionamento com os auxiliares dele", disse Garibaldi Alves.

Negativas

O ministro negou, nas seis horas de depoimento, ter recebido propina da empresa Leão Leão, ter intermediado contribuições do governo cubano para a campanha do presidente Lula ou ter participado das negociações para a renovação do contrato entre a Gtech e a Caixa Econômica.

Palocci foi enfático ainda ao negar a suposta negociação de recursos para a campanha do presidente Lula em troca da legalização do jogo na gestão Luiz Inácio Lula da Silva.

"A informação é falsa. Não houve compromisso sobre a legalização de bingos. Nunca fiz reunião com empresários para discutir bingos", disse.

Na avaliação do ministro, as denúncias são fruto de disputas políticas na cidade. Palocci disse acreditar que as denúncias surgem porque seus adversários o considerarem um possível candidato.

"Esses assuntos reaparecem toda vez que alguém acha que eu vou ser candidato. Não serei nessa eleição, mas nas próximas eu não sei. O futuro só a Deus pertence. Nessa eleição de 2006 eu não vou ser candidato", afirmou.

Viagens

O ministro admitiu, no entanto, ter viajado no avião do empresário Roberto Colnaghi em uma ocasião. Palocci disse, no entanto, que viajou para cumprir atividades partidárias, mas afirmou que as despesas foram pagas pelo PT.

Colnaghi é dono ainda da aeronave que apontada como a usada para transportar dólares de Cuba ao Brasil. O empresário havia confirmado que dera carona a Palocci em duas ocasiões.

Palocci negou a segunda carona. Disse que, na ocasião citada, uma festa em Ribeirão Preto, viajou em aeronave da FAB (Força Aérea Brasileira).

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