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08/03/2006
-
17h48
ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília
O deputado Roberto Brant (PFL-MG) reafirmou nesta quarta-feira, durante a votação de seu processo no plenário da Câmara, sua intenção de deixar a vida pública. "Uma condenação vale para sempre, uma absolvição não, terei que ser absolvido hoje e pelo resto de minha vida. Este episódio maculou de forma definitiva e irrevogável a minha vida pública. Sou um otimista, mas qualquer que seja o resultado destas eleições [de outubro] não serei mais parlamentar."
A sessão na Câmara teve início com a apresentação do parecer de Nelson Trad (PMDB-MS), que recomenda a cassação do mandato de Brant por quebra de decoro parlamentar. Apesar da lista de presença registrar mais de 420 deputados na Casa, o plenário estava vazio.
Brant falou depois do relator e mais uma vez reafirmou sua inocência. "Os recursos que eu peguei eram integralmente privados. Não me apropriei do dinheiro, usei para pagar contas do meu partido e isso é reconhecido pelo nobre relator do Conselho."
"Jamais imaginei que usaria esta tribuna para defender o meu mandato por ato atentatório ao decoro. Estou sereno e orgulhoso, sem um traço de humilhação no coração", reiterou.
Brant ainda alertou aos parlamentares para que estes busquem investigar e fiquem atentos "a quem interessa a paralisia do Congresso, a quem interessa estes escândalos". Segundo ele, existem grupos no Brasil que "não toleram a mediação política". "Vamos investigar a quem serve tudo isso."
Ao encerrar seu discurso, o deputado foi aplaudido pelo plenário, que fez uma fila para cumprimentá-lo.
Valerioduto
Brant foi citado no relatório conjunto das CPIs dos Correios e do Mensalão como beneficiário das contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza.
Ele recebeu, na campanha de 2004, R$ 102.812,76 das contas da SMPB. O dinheiro foi sacado pelo então coordenador político da campanha do deputado à Prefeitura de Belo Horizonte, Nestor Francisco de Oliveira.
Os recursos, de acordo com Brant, seriam originários do caixa da Usiminas. Em sua defesa, o deputado afirmou que, por ser dinheiro privado, gasto na campanha de 2004, o caso se diferenciava das acusações que pesam contra os parlamentares da base governista, que teriam usado recursos públicos.
Conselho de Ética
Por 8 votos a 7, o Conselho de Ética da Câmara aprovou no dia 26 de janeiro o relatório de Trad. Após um empate, o presidente do Conselho, Ricardo Izar (PTB-SP), deu seu "voto de minerva" a favor do parecer de Trad.
No relatório, Trad afirmou que "os fatos apurados assumem o contorno de ilícito eleitoral, a partir do recebimento e utilização de recursos na campanha eleitoral de 2004 sem declaração de origem e destinação na respectiva prestação de contas".
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Brant reafirma sua intenção de deixar a vida pública
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da Folha Online, em Brasília
O deputado Roberto Brant (PFL-MG) reafirmou nesta quarta-feira, durante a votação de seu processo no plenário da Câmara, sua intenção de deixar a vida pública. "Uma condenação vale para sempre, uma absolvição não, terei que ser absolvido hoje e pelo resto de minha vida. Este episódio maculou de forma definitiva e irrevogável a minha vida pública. Sou um otimista, mas qualquer que seja o resultado destas eleições [de outubro] não serei mais parlamentar."
A sessão na Câmara teve início com a apresentação do parecer de Nelson Trad (PMDB-MS), que recomenda a cassação do mandato de Brant por quebra de decoro parlamentar. Apesar da lista de presença registrar mais de 420 deputados na Casa, o plenário estava vazio.
Brant falou depois do relator e mais uma vez reafirmou sua inocência. "Os recursos que eu peguei eram integralmente privados. Não me apropriei do dinheiro, usei para pagar contas do meu partido e isso é reconhecido pelo nobre relator do Conselho."
"Jamais imaginei que usaria esta tribuna para defender o meu mandato por ato atentatório ao decoro. Estou sereno e orgulhoso, sem um traço de humilhação no coração", reiterou.
Brant ainda alertou aos parlamentares para que estes busquem investigar e fiquem atentos "a quem interessa a paralisia do Congresso, a quem interessa estes escândalos". Segundo ele, existem grupos no Brasil que "não toleram a mediação política". "Vamos investigar a quem serve tudo isso."
Ao encerrar seu discurso, o deputado foi aplaudido pelo plenário, que fez uma fila para cumprimentá-lo.
Valerioduto
Brant foi citado no relatório conjunto das CPIs dos Correios e do Mensalão como beneficiário das contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza.
Ele recebeu, na campanha de 2004, R$ 102.812,76 das contas da SMPB. O dinheiro foi sacado pelo então coordenador político da campanha do deputado à Prefeitura de Belo Horizonte, Nestor Francisco de Oliveira.
Os recursos, de acordo com Brant, seriam originários do caixa da Usiminas. Em sua defesa, o deputado afirmou que, por ser dinheiro privado, gasto na campanha de 2004, o caso se diferenciava das acusações que pesam contra os parlamentares da base governista, que teriam usado recursos públicos.
Conselho de Ética
Por 8 votos a 7, o Conselho de Ética da Câmara aprovou no dia 26 de janeiro o relatório de Trad. Após um empate, o presidente do Conselho, Ricardo Izar (PTB-SP), deu seu "voto de minerva" a favor do parecer de Trad.
No relatório, Trad afirmou que "os fatos apurados assumem o contorno de ilícito eleitoral, a partir do recebimento e utilização de recursos na campanha eleitoral de 2004 sem declaração de origem e destinação na respectiva prestação de contas".
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