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08/03/2006
-
19h18
ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília
Os deputados terminaram de depositar os votos do processo de cassação contra o deputado Roberto Brant (PFL-MG) por volta das 19h. O painel do plenário mostrou que 458 deputados participaram da votação. A expectativa é que a sessão seja finalizada por volta das 20h.
Em sua defesa, Brant pediu hoje a seus colegas de plenário coragem para vencer o "monstro" da opinião pública. Brant foi aplaudido pelos colegas de plenário ao encerrar seu discuso.
"A opinião pública não é o povo, é muito menor que o povo. A opinião pública não acerta sempre", disse Brant em sua defesa.
Brant foi citado no relatório conjunto das CPIs dos Correios e do Mensalão como beneficiário das contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza.
Ele recebeu R$ 102.812,76 na campanha de 2004 das contas da SMPB. O dinheiro foi sacado pelo então coordenador político da campanha do deputado à Prefeitura de Belo Horizonte, Nestor Francisco de Oliveira.
Os recursos, de acordo com Brant, seriam originários do caixa da Usiminas. Em sua defesa, o deputado afirmou que, por ser dinheiro privado, gasto na campanha de 2004, o caso se diferenciava das acusações que pesam contra os parlamentares da base governista, que teriam usado recursos públicos.
A sessão na Câmara teve início com a apresentação do parecer de Nelson Trad (PMDB-MS), que recomenda a cassação do mandato de Brant por quebra de decoro parlamentar. Apesar da lista de presença registrar mais de 420 deputados na Casa, o plenário estava vazio.
Brant falou depois do relator e mais uma vez reafirmou sua inocência. 'Os recursos que eu peguei eram integralmente privados. Não me apropriei do dinheiro, usei para pagar contas do meu partido e isso é reconhecido pelo nobre relator do Conselho.'
"Jamais imaginei que usaria esta tribuna para defender o meu mandato por ato atentatório ao decoro. Estou sereno e orgulhoso, sem um traço de humilhação no coração", reiterou.
Brant ainda alertou aos parlamentares para que estes busquem investigar e fiquem atentos 'a quem interessa a paralisia do Congresso, a quem interessa estes escândalos'. Segundo ele, existem grupos no Brasil que 'não toleram a mediação política'. 'Vamos investigar a quem serve tudo isso.'
Ao encerrar seu discurso, o deputado foi aplaudido pelo plenário, que fez uma fila para cumprimentá-lo.
Luizinho
A expectativa é que Brant seja absolvido. Logo depois entrará em votação no plenário o processo contra o deputado Professor Luizinho (PT-SP). Neste caso, os parlamentares estão divididos. Alguns apostam na condenação de Luizinho. Outros, acreditam que a votação será adiada.
Luizinho foi acusado de ser beneficiário de R$ 20 mil do esquema montado por Marcos Valério Fernandes de Souza.
O dinheiro foi sacado por um assessor do seu gabinete. O petista diz que não sabia da operação e que os recursos abasteceram campanhas de vereadores do PT no ABC paulista, sua base eleitoral.
O deputado Cezar Schirmer (PMDB-RS), que integra o Conselho de Ética, reconhece a tendência do plenário em absolver Roberto Brant e se diz preocupado com a possibilidade de resultados diferentes para os dois processos.
"Seria o pior dos mundos absolver um e condenar o outro. Nós sabemos que cada caso é um caso, mas a opinião pública não vê assim. A fonte do dinheiro (valerioduto) é a mesma. Os dois têm casos iguais. O melhor seria que os dois fossem absolvidos juntos ou condenados", afirmou o deputado gaúcho.
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458 votaram em processo contra Brant; apuração deve terminar às 20h
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da Folha Online, em Brasília
Os deputados terminaram de depositar os votos do processo de cassação contra o deputado Roberto Brant (PFL-MG) por volta das 19h. O painel do plenário mostrou que 458 deputados participaram da votação. A expectativa é que a sessão seja finalizada por volta das 20h.
Em sua defesa, Brant pediu hoje a seus colegas de plenário coragem para vencer o "monstro" da opinião pública. Brant foi aplaudido pelos colegas de plenário ao encerrar seu discuso.
"A opinião pública não é o povo, é muito menor que o povo. A opinião pública não acerta sempre", disse Brant em sua defesa.
Brant foi citado no relatório conjunto das CPIs dos Correios e do Mensalão como beneficiário das contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza.
Ele recebeu R$ 102.812,76 na campanha de 2004 das contas da SMPB. O dinheiro foi sacado pelo então coordenador político da campanha do deputado à Prefeitura de Belo Horizonte, Nestor Francisco de Oliveira.
Os recursos, de acordo com Brant, seriam originários do caixa da Usiminas. Em sua defesa, o deputado afirmou que, por ser dinheiro privado, gasto na campanha de 2004, o caso se diferenciava das acusações que pesam contra os parlamentares da base governista, que teriam usado recursos públicos.
A sessão na Câmara teve início com a apresentação do parecer de Nelson Trad (PMDB-MS), que recomenda a cassação do mandato de Brant por quebra de decoro parlamentar. Apesar da lista de presença registrar mais de 420 deputados na Casa, o plenário estava vazio.
Brant falou depois do relator e mais uma vez reafirmou sua inocência. 'Os recursos que eu peguei eram integralmente privados. Não me apropriei do dinheiro, usei para pagar contas do meu partido e isso é reconhecido pelo nobre relator do Conselho.'
"Jamais imaginei que usaria esta tribuna para defender o meu mandato por ato atentatório ao decoro. Estou sereno e orgulhoso, sem um traço de humilhação no coração", reiterou.
Brant ainda alertou aos parlamentares para que estes busquem investigar e fiquem atentos 'a quem interessa a paralisia do Congresso, a quem interessa estes escândalos'. Segundo ele, existem grupos no Brasil que 'não toleram a mediação política'. 'Vamos investigar a quem serve tudo isso.'
Ao encerrar seu discurso, o deputado foi aplaudido pelo plenário, que fez uma fila para cumprimentá-lo.
Luizinho
A expectativa é que Brant seja absolvido. Logo depois entrará em votação no plenário o processo contra o deputado Professor Luizinho (PT-SP). Neste caso, os parlamentares estão divididos. Alguns apostam na condenação de Luizinho. Outros, acreditam que a votação será adiada.
Luizinho foi acusado de ser beneficiário de R$ 20 mil do esquema montado por Marcos Valério Fernandes de Souza.
O dinheiro foi sacado por um assessor do seu gabinete. O petista diz que não sabia da operação e que os recursos abasteceram campanhas de vereadores do PT no ABC paulista, sua base eleitoral.
O deputado Cezar Schirmer (PMDB-RS), que integra o Conselho de Ética, reconhece a tendência do plenário em absolver Roberto Brant e se diz preocupado com a possibilidade de resultados diferentes para os dois processos.
"Seria o pior dos mundos absolver um e condenar o outro. Nós sabemos que cada caso é um caso, mas a opinião pública não vê assim. A fonte do dinheiro (valerioduto) é a mesma. Os dois têm casos iguais. O melhor seria que os dois fossem absolvidos juntos ou condenados", afirmou o deputado gaúcho.
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