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22/03/2006 - 09h37

Polícia de Minas indicia lobista e militante petista por calúnia

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PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte

A Polícia Civil de Minas Gerais indiciou por calúnia e difamação o lobista Nilton Monteiro e Luiz Fernando Carceroni, militante petista que tem um cargo de assessor na Administração Regional Oeste da Prefeitura de Belo Horizonte. O motivo do indiciamento, já encaminhado à Justiça, é a chamada lista de Furnas. Os dois foram acusados por sete deputados estaduais de divulgarem a lista com os nomes deles.

A lista é investigada pela Polícia Federal no inquérito que apura irregularidades na estatal Furnas Centrais Elétricas. A PF apura se haveria arrecadação de caixa dois sob a coordenação do ex-diretor da estatal Dimas Toledo, que, em depoimento à CPI dos Bingos, negou a acusação. A suposta contabilidade paralela indica o nome de 156 políticos de 12 partidos que teriam recebido o dinheiro ilegal.

A lista foi entregue à Polícia Federal pelo lobista Monteiro. Recentemente, laudo do INC (Instituto Nacional de Criminalística), órgão da Polícia Federal, afirmou haver indícios de "montagem", "alterações" ou "implantes" na última página do documento.

A análise foi feita a partir de cópia autenticada da suposta lista, mas Monteiro nunca apresentou o original, apesar de ter dito algumas vezes que o tinha em seu poder e que o entregaria à PF.

Como isso não ocorreu, o lobista pode passar da condição de colaborador para investigado.

Paralelamente a esse inquérito, sete deputados estaduais de Minas Gerais, cujos nomes estariam na lista, procuraram a polícia mineira para denunciar estarem sendo vítimas de calúnia. "Nós solicitamos à polícia que apurasse. Eu nunca recebi dinheiro de Furnas e nem conheço o Dimas Toledo", disse o deputado estadual João Leite (PSDB).

Carceroni foi indiciado pelo delegado João Octacílio Silva Neto sob a acusação de distribuir a lista pela internet. O delegado deixou para os indiciados comprovarem ou não perante a Justiça a veracidade do documento.

Em diligência ontem pelo interior, o delegado não foi encontrado para falar sobre a investigação que realizou. A assessoria de imprensa da Polícia Civil mineira apenas confirmou a conclusão do inquérito e o indiciamento.

Carceroni negou ter dado publicidade à lista e acusou o delegado de ter feito a investigação com "idéia pré-fixada". Ele disse que teve acesso à lista em dezembro do ano passado e que a encaminhou para a Procuradoria Geral da República, Polícia Federal e Controladoria Geral da União, pedindo apuração. Ele disse ter recebido a lista do deputado estadual Rogério Correia (PT).

O petista disse ainda que enviou carta por e-mail para o jornalista Elio Gaspari, colunista da Folha, relatando o teor da lista e que essa carta depois circulou pela internet. Disse que uma cópia dela lhe foi apresentada na polícia de forma "adulterada".

Carceroni, no entanto, disse que também pode ter enviado essa carta "para alguns amigos". Disse não se lembrar direito disso e nem sequer do e-mail utilizado para fazer contato com o jornalista. E também não tem certeza se o e-mail chegou a ele.

O lobista Nilton Monteiro não foi localizado pela reportagem, que deixou recado no seu celular, mas não houve resposta.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre a lista de Furnas
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