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04/04/2006 - 10h06

Divergências devem adiar votação do relatório da CPI para quarta

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FELIPE RECONDO
da Folha Online

As divergências entre governistas e oposicionistas adiaram para esta quarta-feira a votação do relatório final da CPI dos Correios. Hoje, deputados e senadores iniciam a discussão sobre as propostas de alteração no texto apresentado na semana passada pelo relator deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR).

O dia extra de prazo será usado pelos partidos para compor maioria no plenário da comissão. Até o momento, os governistas têm a maioria dos 32 votos da CPI e poderiam aprovar as mudanças que pretendem fazer no relatório.

Os oposicionistas apostam na fragilidade da maioria construída pelo PT e buscam apoio de deputados e senadores que, no decorrer das investigações, atuaram de forma independente.

Os dois lados admitem que, independente de serem razoáveis ou não as propostas de alteração no texto do relator, mais importante para ambos é ter voto. Quem tiver mais votos, disseram ontem deputados do PT e do PFL, pode encerrar a discussão a qualquer momento e aprovar até um relatório paralelo.

PSDB e PFL pretendem incluir no relatório final o nome do filho do presidente Lula, Fábio Luiz Lula da Silva, dono da empresa de jogos Gamecorp, que recebeu recursos da Telemar, e querem responsabilizar o presidente pelo suposto esquema de pagamento de deputados da base aliada em troca de votos, conhecido como "mensalão".

Os petistas têm uma lista extensa de sugestões. A mais importante e difícil seria retirar do texto as menções à existência do mensalão. Os parlamentares do PT querem trocar a versão de compra de votos pela tese de que os recursos destinados a parlamentares tinham como objetivo pagar dívidas de campanha.

O segundo ponto polêmico refere-se a indiciamentos. Os petistas querem mudar a tipificação dos crimes supostamente cometidos pelos ex-ministros José Dirceu e Luiz Gushiken. O relatório acusa ambos de corrupção ativa.

Também no rol de mudanças está o nome do lobista mineiro Nilton Monteiro, apontado como responsável pela lista de Furnas, que contém o nome de 156 políticos, entre eles governadores e candidatos do PSDB, que teriam recebido recursos desviados da estatal.

O lobista foi indiciado por falsidade ideológica, falsificação de selo e calúnia. A acusação baseia-se em um laudo do INC (Instituto Nacional de Criminalística) da Polícia Federal, que aponta a montagem do documento. Os petistas, contudo, argumentam que o laudo não é conclusivo e por isso os indiciamentos seriam frágeis.

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