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02/08/2006
-
09h04
MARTA SALOMON
ADRIANO CEOLIN
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Em depoimento à Justiça Federal, o empresário Ronildo Pereira Medeiros, integrante da máfia dos sanguessugas, complicou a situação do atual secretário de gestão estratégica e participativa do Ministério da Saúde, Antonio Alves de Souza.
Segundo Medeiros, Souza seria "a pessoa de contato" do esquema no Ministério da Saúde quando ocupava a chefia de gabinete do então ministro Humberto Costa, hoje candidato do PT ao governo de Pernambuco.
Medeiros reiterou o que o empresário Luiz Antonio Vedoin, um dos líderes do esquema, disse sobre a suposta participação de Souza na liberação de quase R$ 8 milhões de pagamentos bloqueados no início do governo Lula para a compra de ambulâncias autorizada na gestão Fernando Henrique. No primeiro momento, Humberto Costa teria recusado o pagamento e encaminhado o assunto ao chefe-de-gabinete.
Segundo Medeiros, Souza, pessoa de "extrema confiança" do então presidente do PT no Ceará, José Airton Cirilo, teria se hospedado no hotel Caesar Park, em Fortaleza. Na ocasião, foram negociados projetos e licitações com prefeitos. O chefe da máfia das ambulâncias, Darci Vedoin, disse que o ex-chefe-de-gabinete da Saúde teve suas despesas pagas pelas empresas que comandavam a fraude.
Ontem, Souza reafirmou desconhecer os empresários que chefiavam a máfia: "Não conheço os acusados Darci Vedoin, Luiz Antonio Vedoin e Ronildo Medeiros. Nunca os vi nem os recebi no Ministério da Saúde. Não tratei de liberação de emendas. Não estive em Fortaleza em julho de 2003 e nunca recebi qualquer vantagem ou pagamento de viagem por parte dos acusados".
Até ontem à noite, o ministro da Saúde, Agenor Álvares, dizia que não há motivos para afastar Souza: "Ele não tem nada a ver com isso, está até muito revoltado e deprimido. As denúncias não têm a menor procedência".
Os depoimentos tomados pela Justiça Federal de Mato Grosso detalham o valor das "comissões" que teriam sido pagas a funcionários da Saúde contatados pela servidora Maria da Penha Lino. Dois ex-funcionários de um departamento do ministério no Rio são acusados de receber, inicialmente, R$ 1.500 por mês. Mas o valor teria alcançado R$ 2.500.
Os depoimentos de Medeiros e Darci Vedoin também envolvem o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), nas negociações. O governador teria participado de reunião com Medeiros e Luiz Antonio Vedoin sobre a destinação de R$ 10 milhões ao Estado para a compra de ambulâncias.
Medeiros afirma ter estado no gabinete de Dias "umas duas ou três vezes para tratar do assunto dos projetos e licitações". O negócio ainda não teria sido pago. O governador nega envolvimento com com o esquema.
No depoimento, Darci Vedoin disse que, em 2000, o então ministro da Saúde José Serra teria participado da entrega de cerca de 50 ambulâncias compradas da Planam, mas não fez nenhuma acusação a Serra.
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ADRIANO CEOLIN
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Em depoimento à Justiça Federal, o empresário Ronildo Pereira Medeiros, integrante da máfia dos sanguessugas, complicou a situação do atual secretário de gestão estratégica e participativa do Ministério da Saúde, Antonio Alves de Souza.
Segundo Medeiros, Souza seria "a pessoa de contato" do esquema no Ministério da Saúde quando ocupava a chefia de gabinete do então ministro Humberto Costa, hoje candidato do PT ao governo de Pernambuco.
Medeiros reiterou o que o empresário Luiz Antonio Vedoin, um dos líderes do esquema, disse sobre a suposta participação de Souza na liberação de quase R$ 8 milhões de pagamentos bloqueados no início do governo Lula para a compra de ambulâncias autorizada na gestão Fernando Henrique. No primeiro momento, Humberto Costa teria recusado o pagamento e encaminhado o assunto ao chefe-de-gabinete.
Segundo Medeiros, Souza, pessoa de "extrema confiança" do então presidente do PT no Ceará, José Airton Cirilo, teria se hospedado no hotel Caesar Park, em Fortaleza. Na ocasião, foram negociados projetos e licitações com prefeitos. O chefe da máfia das ambulâncias, Darci Vedoin, disse que o ex-chefe-de-gabinete da Saúde teve suas despesas pagas pelas empresas que comandavam a fraude.
Ontem, Souza reafirmou desconhecer os empresários que chefiavam a máfia: "Não conheço os acusados Darci Vedoin, Luiz Antonio Vedoin e Ronildo Medeiros. Nunca os vi nem os recebi no Ministério da Saúde. Não tratei de liberação de emendas. Não estive em Fortaleza em julho de 2003 e nunca recebi qualquer vantagem ou pagamento de viagem por parte dos acusados".
Até ontem à noite, o ministro da Saúde, Agenor Álvares, dizia que não há motivos para afastar Souza: "Ele não tem nada a ver com isso, está até muito revoltado e deprimido. As denúncias não têm a menor procedência".
Os depoimentos tomados pela Justiça Federal de Mato Grosso detalham o valor das "comissões" que teriam sido pagas a funcionários da Saúde contatados pela servidora Maria da Penha Lino. Dois ex-funcionários de um departamento do ministério no Rio são acusados de receber, inicialmente, R$ 1.500 por mês. Mas o valor teria alcançado R$ 2.500.
Os depoimentos de Medeiros e Darci Vedoin também envolvem o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), nas negociações. O governador teria participado de reunião com Medeiros e Luiz Antonio Vedoin sobre a destinação de R$ 10 milhões ao Estado para a compra de ambulâncias.
Medeiros afirma ter estado no gabinete de Dias "umas duas ou três vezes para tratar do assunto dos projetos e licitações". O negócio ainda não teria sido pago. O governador nega envolvimento com com o esquema.
No depoimento, Darci Vedoin disse que, em 2000, o então ministro da Saúde José Serra teria participado da entrega de cerca de 50 ambulâncias compradas da Planam, mas não fez nenhuma acusação a Serra.
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