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12/08/2006
-
09h14
RAPHAEL GOMIDE
da Folha de S.Paulo, no Rio
Emendas de 29 deputados federais --15 com cassação pedida pela CPI dos Sanguessugas-- destinaram R$ 17,6 milhões em 2005 e 2006 a projetos de compra de ônibus com computadores para inclusão digital.
O empresário Luiz Antonio Vedoin, um dos chefes da máfia das ambulâncias, disse em depoimento que suas empresas atuavam também no segmento.
Ao menos 11 das propostas reproduzem literalmente a mesma justificativa, em texto de sete linhas, explicando por que comprar os ônibus. Dessas, 8 são de deputados listados pela CPI. Outras nove justificativas contêm ao menos duas frases exatamente iguais à justificativa padrão usada pelos colegas.
O deputado João Correia (PMDB-AC) disse que o empresário Darci Vedoin, dono da Planam, ia de gabinete em gabinete oferecer o projeto dos ônibus digitais, com panfletos do programa, mas não soube afirmar se o texto de todos foi copiado do folder da Planam.
O MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia) analisou os projetos e repassou R$ 13,5 milhões para as emendas em novembro e dezembro do ano passado. Só em 10 de maio, seis dias depois da eclosão do escândalo, cancelou o pagamento da maior parte desse valor.
Do total, R$ 2,7 milhões foram gastos e três ônibus comprados. Todos foram adquiridos de empresas dos Vedoin.
A Finep --órgão do MCT sediado no Rio-- pagou às empresas por meio de três ONGs: Ibrae (Instituto Brasileiro de Cultura e Educação), Intedeq (Instituto de Tecnologia e Desenvolvimento de Qualidade) e Instituto Amor pela Vida.
O Ibrae teve como diretor Nylton Simões, representante da Planam no Rio.
O Intedeq receberia pelo menos mais sete emendas, de R$ 6,4 milhões.
Parlamentares do Estado do Rio são responsáveis por R$ 5,43 milhões em emendas para os ônibus digitais. Os únicos ônibus digitais efetivamente comprados e pagos pelo governo federal foram no Estado.
O deputado Paulo Baltazar (PSB-RJ), outro incluído na lista da CPI, destinou R$ 1,08 milhão para a compra de cinco ônibus para municípios do Rio. A Finep liberou R$ 1,6 milhão, mas só dois ônibus --usados-- foram comprados e até hoje nunca utilizados.
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da Folha de S.Paulo, no Rio
Emendas de 29 deputados federais --15 com cassação pedida pela CPI dos Sanguessugas-- destinaram R$ 17,6 milhões em 2005 e 2006 a projetos de compra de ônibus com computadores para inclusão digital.
O empresário Luiz Antonio Vedoin, um dos chefes da máfia das ambulâncias, disse em depoimento que suas empresas atuavam também no segmento.
Ao menos 11 das propostas reproduzem literalmente a mesma justificativa, em texto de sete linhas, explicando por que comprar os ônibus. Dessas, 8 são de deputados listados pela CPI. Outras nove justificativas contêm ao menos duas frases exatamente iguais à justificativa padrão usada pelos colegas.
O deputado João Correia (PMDB-AC) disse que o empresário Darci Vedoin, dono da Planam, ia de gabinete em gabinete oferecer o projeto dos ônibus digitais, com panfletos do programa, mas não soube afirmar se o texto de todos foi copiado do folder da Planam.
O MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia) analisou os projetos e repassou R$ 13,5 milhões para as emendas em novembro e dezembro do ano passado. Só em 10 de maio, seis dias depois da eclosão do escândalo, cancelou o pagamento da maior parte desse valor.
Do total, R$ 2,7 milhões foram gastos e três ônibus comprados. Todos foram adquiridos de empresas dos Vedoin.
A Finep --órgão do MCT sediado no Rio-- pagou às empresas por meio de três ONGs: Ibrae (Instituto Brasileiro de Cultura e Educação), Intedeq (Instituto de Tecnologia e Desenvolvimento de Qualidade) e Instituto Amor pela Vida.
O Ibrae teve como diretor Nylton Simões, representante da Planam no Rio.
O Intedeq receberia pelo menos mais sete emendas, de R$ 6,4 milhões.
Parlamentares do Estado do Rio são responsáveis por R$ 5,43 milhões em emendas para os ônibus digitais. Os únicos ônibus digitais efetivamente comprados e pagos pelo governo federal foram no Estado.
O deputado Paulo Baltazar (PSB-RJ), outro incluído na lista da CPI, destinou R$ 1,08 milhão para a compra de cinco ônibus para municípios do Rio. A Finep liberou R$ 1,6 milhão, mas só dois ônibus --usados-- foram comprados e até hoje nunca utilizados.
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