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20/08/2006
-
09h07
SILVIO NAVARRO
RANIER BRAGON
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Mesmo com os problemas nas campanhas, alguns dos envolvidos nos mais recentes escândalos de corrupção ganharam distinção em seus partidos para agir como "puxadores de voto" na disputa pela Câmara.
Legendas como PP, PL, PTB, PMDB, PFL e PT elegeram como os seus puxadores em vários Estados supostos "sanguessugas" e acusados de envolvimento com o mensalão.
O voto para deputado federal se dará por meio de quatro algarismos. Os dois primeiros são obrigatoriamente os da legenda. Os dois últimos são de livre escolha. A "candidatura nobre", com a qual o partido sonha obter grande votação, é a que faz dobradinha com a dezena da legenda --2222, por exemplo, número distribuído pelo PL, em diferentes Estados, a seis deputados acusados de ligação com os sanguessugas.
João Caldas, que tem um depósito de R$ 6.000 na sua conta feito pela Planam, empresa que encabeça a fraude das ambulâncias, é o candidato 2222 em Alagoas. Ele nega envolvimento com irregularidades (diz ter mandado estornar o depósito).
Outros supostos envolvidos com o esquema e que vão tentar a reeleição com o número são Heleno Silva (SE), Júnior Betão (AC), Amauri Gasques (SP), Maurício Rabelo (TO) e Wellington Roberto (PB).
O PL, por meio de sua assessoria, informou que a Executiva do partido não vai tomar iniciativa preliminar, sobre os sanguessugas, antes do julgamento final dos casos.
O PP agraciou com o 1111 não só supostos "sanguessugas" mas também políticos contra os quais pesam outras acusações. A maior esperança de votos da legenda é o ex-prefeito Paulo Maluf, que ficou 40 dias preso em 2005 acusado de intimidar uma testemunha.
Outra aposta de votos é Severino Cavalcanti, que concorre pelo 1111 em Pernambuco. Ele renunciou ao mandato e à presidência da Câmara por ser acusado de receber um "mensalinho" de um concessionário de restaurante da Casa.
O PP, também por meio de sua assessoria, disse que o partido, no caso sanguessugas, vai esperar o final das investigações para tomar medidas contra os filiados que são acusados.
Já o PFL afastou dos programas eleitorais os sete acusados de integrar a fraude dos sanguessugas. O único deles que concorrer com a chapa "dobradinha" é Laura Carneiro (RJ).
Já o PT, reservou o 1313 em São Paulo para o seu ex-presidente José Genoino, que se afastou do cargo após ser acusado de envolvimento no escândalo do mensalão.
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Envolvidos em escândalos são usados para puxar votos
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RANIER BRAGON
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Mesmo com os problemas nas campanhas, alguns dos envolvidos nos mais recentes escândalos de corrupção ganharam distinção em seus partidos para agir como "puxadores de voto" na disputa pela Câmara.
Legendas como PP, PL, PTB, PMDB, PFL e PT elegeram como os seus puxadores em vários Estados supostos "sanguessugas" e acusados de envolvimento com o mensalão.
O voto para deputado federal se dará por meio de quatro algarismos. Os dois primeiros são obrigatoriamente os da legenda. Os dois últimos são de livre escolha. A "candidatura nobre", com a qual o partido sonha obter grande votação, é a que faz dobradinha com a dezena da legenda --2222, por exemplo, número distribuído pelo PL, em diferentes Estados, a seis deputados acusados de ligação com os sanguessugas.
João Caldas, que tem um depósito de R$ 6.000 na sua conta feito pela Planam, empresa que encabeça a fraude das ambulâncias, é o candidato 2222 em Alagoas. Ele nega envolvimento com irregularidades (diz ter mandado estornar o depósito).
Outros supostos envolvidos com o esquema e que vão tentar a reeleição com o número são Heleno Silva (SE), Júnior Betão (AC), Amauri Gasques (SP), Maurício Rabelo (TO) e Wellington Roberto (PB).
O PL, por meio de sua assessoria, informou que a Executiva do partido não vai tomar iniciativa preliminar, sobre os sanguessugas, antes do julgamento final dos casos.
O PP agraciou com o 1111 não só supostos "sanguessugas" mas também políticos contra os quais pesam outras acusações. A maior esperança de votos da legenda é o ex-prefeito Paulo Maluf, que ficou 40 dias preso em 2005 acusado de intimidar uma testemunha.
Outra aposta de votos é Severino Cavalcanti, que concorre pelo 1111 em Pernambuco. Ele renunciou ao mandato e à presidência da Câmara por ser acusado de receber um "mensalinho" de um concessionário de restaurante da Casa.
O PP, também por meio de sua assessoria, disse que o partido, no caso sanguessugas, vai esperar o final das investigações para tomar medidas contra os filiados que são acusados.
Já o PFL afastou dos programas eleitorais os sete acusados de integrar a fraude dos sanguessugas. O único deles que concorrer com a chapa "dobradinha" é Laura Carneiro (RJ).
Já o PT, reservou o 1313 em São Paulo para o seu ex-presidente José Genoino, que se afastou do cargo após ser acusado de envolvimento no escândalo do mensalão.
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