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21/08/2006
-
20h18
HUDSON CORRÊA
da Agência Folha, em Campo Grande
O deputado Lino Rossi (PP-MT), acusado de ser o campeão no recebimento de propina (R$ 3 milhões) da máfia dos sanguessugas, isentou hoje o senador Antero Paes de Barros (PSDB), candidato a governador de Mato Grosso, de participação no esquema.
Em entrevista publicada no fim de semana pela revista "Veja", o empresário Luiz Antonio Vedoin, apontado como chefe da máfia dos sanguessugas, envolveu o senador tucano, que não apareceu na lista de 90 congressistas investigados pela CPI dos Sanguessugas.
"O acordo era para a totalidade das emendas da bancada, que somavam R$ 3,8 milhões. Antero apresentou R$ 400 mil e tínhamos de dar R$ 40 mil de comissão. Ele pediu para passarmos o dinheiro diretamente para o Lino Rossi, que, naquele tempo, era do mesmo partido que ele (PSDB). Todos ali tinham consciência do que estava sendo feito", disse Vedoin. Antero nega o acordo.
Rossi convocou hoje uma entrevista com a imprensa em Cuiabá (MT) para defender o tucano. "Eu não apoio o Antero [para governador], eu apoio o Blairo [Maggi, do PPS, candidato à reeleição]. Eu vim defender o Antero por livre e espontânea vontade porque eu não gosto de injustiça", afirmou Rossi. "Nunca peguei dinheiro para dar ao Antero e nunca recebi nada por ele."
Rossi nega que tenha recebido propina e afirma que não vai renunciar. "Eu não vou renunciar o mandato. Vou enfrentar esse trem", disse.
É a segunda vez que Rossi sai em defesa de um congressista acusado por Vedoin. No início do mês, o deputado fez um comunicado por escrito dizendo que era de sua propriedade uma Van Fiat Dukato, a qual ficou na posse do senador Magno Malta (PL-ES) de setembro de 2003 a julho de 2005.
Vedoin afirma que o carro foi um adiantamento de propina ao senador. Magno Malta nega. A Van foi comprada por Vedoin e entregue a Rossi em janeiro de 2002.
"Eu estou na Serasa desde 2001. Eu não tenho vergonha nenhuma disso. Disputei uma campanha em 2000 e nunca mais consegui pagar minhas dívidas. Se eu fosse um cara do esquema, você acha que eu, um parlamentar, teria o nome na Serasa?", perguntou o deputado.
À Folha, Antero reiterou hoje que acha estranha a citação de seu nome só na entrevista à "Veja". O senador disse também que as emendas de 2001 para comprar ambulância foram canceladas depois de conversar com o então secretário de Saúde de Mato Grosso, que lhe disse que a compra de unidades móveis de Saúde não era uma boa política.
Segundo Antero, o dinheiro acabou indo, entre outras ações, para a construção de centros de saúde. "Essa propina é uma propina à portuguesa. Mandou uma propina para mim por que eu cancelei a emenda?", ironizou.
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Lino Rossi sai em defesa de senador tucano no caso sanguessuga
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da Agência Folha, em Campo Grande
O deputado Lino Rossi (PP-MT), acusado de ser o campeão no recebimento de propina (R$ 3 milhões) da máfia dos sanguessugas, isentou hoje o senador Antero Paes de Barros (PSDB), candidato a governador de Mato Grosso, de participação no esquema.
Em entrevista publicada no fim de semana pela revista "Veja", o empresário Luiz Antonio Vedoin, apontado como chefe da máfia dos sanguessugas, envolveu o senador tucano, que não apareceu na lista de 90 congressistas investigados pela CPI dos Sanguessugas.
"O acordo era para a totalidade das emendas da bancada, que somavam R$ 3,8 milhões. Antero apresentou R$ 400 mil e tínhamos de dar R$ 40 mil de comissão. Ele pediu para passarmos o dinheiro diretamente para o Lino Rossi, que, naquele tempo, era do mesmo partido que ele (PSDB). Todos ali tinham consciência do que estava sendo feito", disse Vedoin. Antero nega o acordo.
Rossi convocou hoje uma entrevista com a imprensa em Cuiabá (MT) para defender o tucano. "Eu não apoio o Antero [para governador], eu apoio o Blairo [Maggi, do PPS, candidato à reeleição]. Eu vim defender o Antero por livre e espontânea vontade porque eu não gosto de injustiça", afirmou Rossi. "Nunca peguei dinheiro para dar ao Antero e nunca recebi nada por ele."
Rossi nega que tenha recebido propina e afirma que não vai renunciar. "Eu não vou renunciar o mandato. Vou enfrentar esse trem", disse.
É a segunda vez que Rossi sai em defesa de um congressista acusado por Vedoin. No início do mês, o deputado fez um comunicado por escrito dizendo que era de sua propriedade uma Van Fiat Dukato, a qual ficou na posse do senador Magno Malta (PL-ES) de setembro de 2003 a julho de 2005.
Vedoin afirma que o carro foi um adiantamento de propina ao senador. Magno Malta nega. A Van foi comprada por Vedoin e entregue a Rossi em janeiro de 2002.
"Eu estou na Serasa desde 2001. Eu não tenho vergonha nenhuma disso. Disputei uma campanha em 2000 e nunca mais consegui pagar minhas dívidas. Se eu fosse um cara do esquema, você acha que eu, um parlamentar, teria o nome na Serasa?", perguntou o deputado.
À Folha, Antero reiterou hoje que acha estranha a citação de seu nome só na entrevista à "Veja". O senador disse também que as emendas de 2001 para comprar ambulância foram canceladas depois de conversar com o então secretário de Saúde de Mato Grosso, que lhe disse que a compra de unidades móveis de Saúde não era uma boa política.
Segundo Antero, o dinheiro acabou indo, entre outras ações, para a construção de centros de saúde. "Essa propina é uma propina à portuguesa. Mandou uma propina para mim por que eu cancelei a emenda?", ironizou.
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