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29/08/2006
-
08h15
FÁBIO AMATO
da Agência Folha, em São José dos Campos
A 12ª edição do Grito dos Excluídos, movimento liderado pela Igreja Católica, irá pregar que a população volte a se indignar com os problemas sociais vividos pelo país, e em especial com a corrupção na política, disse ontem um de seus coordenadores, Luiz Bassegio, 55.
Para o ex-padre e atual secretário executivo da Pastoral dos Migrantes da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), o PT, aliado histórico do movimento, não será mais "bem-vindo" caso o governo Lula continue a defender a atual política econômica. Ele disse ainda que o PSOL, da senadora Heloísa Helena, não pode ser considerado uma alternativa porque "nasceu com os defeitos do PT adulto."
"O PSOL nasceu pequeno com os defeitos do PT adulto. Não vemos o PSOL como alternativa de jeito nenhum. Eu gosto da Heloísa Helena, é uma lutadora. Mas nós achamos que as mudanças não vêm só pelos partidos. Investimos demais nos partidos ao longo dos últimos 20, 30 anos. A gente precisa se dar conta de que o que muda é a sociedade civil organizada."
O Grito dos Excluídos acontece no dia 7 de setembro, no Santuário Nacional de Aparecida (167 km de São Paulo), no Vale do Paraíba. São esperadas cerca de 80 mil pessoas. O lema desta edição será "Brasil, na força da indignação, semente de transformação" e, segundo Bassegio, traz uma "conotação mais política" do que em anos anteriores.
"Precisamos resgatar a capacidade de nos indignarmos. Indignação diante do cara que está dormindo embaixo do viaduto. Indignação com as decisões macroeconômicas que estão sendo tomadas por quem governa o país. E também contra a corrupção, contra os desvios e contra o mensalão", disse.
De acordo com o coordenador, o Grito irá defender o fim do modelo de democracia representativa exercido no país e a substituição dele por uma democracia participativa e direta.
"A nossa proposta é que se realizem mais plebiscitos no país, não só aqueles que o governo quer, mas todos aqueles que o povo achar necessário, e o resultado deles tenha valor de lei."
PT e o PSOL
Bassegio, que está na coordenação do Grito dos Excluídos desde a sua formação, conta que no início existia uma relação muito forte entre o movimento e o PT, que foi se deteriorando principalmente após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"No começo da organização do Grito havia uma participação ativa de partidos como o PT e o PSTU. Mas aos poucos, à medida em que o Lula foi mudando o discurso e a prática, o PT foi se retirando e agora não está mais com a gente", disse. Segundo ele, se o PT "continuar com essa política", não será mais bem-vindo no movimento.
Bassegio informou que até o momento Heloísa Helena foi a única dos presidenciáveis a entrar em contado com a coordenação do Grito para negociar a presença em Aparecida. De acordo com ele, foi informado à campanha da senadora que a presença de qualquer candidato no evento é livre, mas que nenhum deles subirá ao palanque ou terá direito a se manifestar ao microfone.
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Grito dos excluídos prega "indignação"
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da Agência Folha, em São José dos Campos
A 12ª edição do Grito dos Excluídos, movimento liderado pela Igreja Católica, irá pregar que a população volte a se indignar com os problemas sociais vividos pelo país, e em especial com a corrupção na política, disse ontem um de seus coordenadores, Luiz Bassegio, 55.
Para o ex-padre e atual secretário executivo da Pastoral dos Migrantes da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), o PT, aliado histórico do movimento, não será mais "bem-vindo" caso o governo Lula continue a defender a atual política econômica. Ele disse ainda que o PSOL, da senadora Heloísa Helena, não pode ser considerado uma alternativa porque "nasceu com os defeitos do PT adulto."
"O PSOL nasceu pequeno com os defeitos do PT adulto. Não vemos o PSOL como alternativa de jeito nenhum. Eu gosto da Heloísa Helena, é uma lutadora. Mas nós achamos que as mudanças não vêm só pelos partidos. Investimos demais nos partidos ao longo dos últimos 20, 30 anos. A gente precisa se dar conta de que o que muda é a sociedade civil organizada."
O Grito dos Excluídos acontece no dia 7 de setembro, no Santuário Nacional de Aparecida (167 km de São Paulo), no Vale do Paraíba. São esperadas cerca de 80 mil pessoas. O lema desta edição será "Brasil, na força da indignação, semente de transformação" e, segundo Bassegio, traz uma "conotação mais política" do que em anos anteriores.
"Precisamos resgatar a capacidade de nos indignarmos. Indignação diante do cara que está dormindo embaixo do viaduto. Indignação com as decisões macroeconômicas que estão sendo tomadas por quem governa o país. E também contra a corrupção, contra os desvios e contra o mensalão", disse.
De acordo com o coordenador, o Grito irá defender o fim do modelo de democracia representativa exercido no país e a substituição dele por uma democracia participativa e direta.
"A nossa proposta é que se realizem mais plebiscitos no país, não só aqueles que o governo quer, mas todos aqueles que o povo achar necessário, e o resultado deles tenha valor de lei."
PT e o PSOL
Bassegio, que está na coordenação do Grito dos Excluídos desde a sua formação, conta que no início existia uma relação muito forte entre o movimento e o PT, que foi se deteriorando principalmente após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"No começo da organização do Grito havia uma participação ativa de partidos como o PT e o PSTU. Mas aos poucos, à medida em que o Lula foi mudando o discurso e a prática, o PT foi se retirando e agora não está mais com a gente", disse. Segundo ele, se o PT "continuar com essa política", não será mais bem-vindo no movimento.
Bassegio informou que até o momento Heloísa Helena foi a única dos presidenciáveis a entrar em contado com a coordenação do Grito para negociar a presença em Aparecida. De acordo com ele, foi informado à campanha da senadora que a presença de qualquer candidato no evento é livre, mas que nenhum deles subirá ao palanque ou terá direito a se manifestar ao microfone.
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