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02/09/2006 - 15h30

Entidades reagem à campanha pelo voto nulo e apelam ao eleitor

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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

Preocupadas com o avanço das campanhas em favor do voto nulo, entidades de classe de vários segmentos começaram a se mobilizar e decidiram apelar para a consciência do eleitor. Exemplo disso é a AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), que lançou nesta sexta-feira uma campanha pelo voto consciente.

Outras entidades, como a CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) já manifestaram ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Com o slogan "não anule seu protesto, não anule o seu voto", a AMB pretende sensibilizar os eleitores a votar em candidatos que não estejam envolvidos em escândalos de corrupção, como o mensalão e a máfia dos sanguessugas.

"A melhor forma de dar respostas à crise ética vivida no país é votar bem. Se as pessoas se abstiverem na votação, estaremos contribuindo com os maus candidatos", disse Rodrigo Collaço, presidente da AMB.

A entidade escolheu a internet como ferramenta para difundir a campanha. A AMB enviou um vídeo em animação para os 14 mil associados de todo o país com uma mensagem contra o voto nulo. A AMB espera que cada um dos eleitores repasse o e-mail para amigos, o que ajudará a difundir a campanha.

"Decidimos instalar o debate na internet como um contraponto à campanha do voto nulo, que surgiu justamente na internet. Queremos mostrar que os argumentos deles não são verdadeiros", ressaltou Collaço.

Só no Orkut (site de relacionamentos na internet), há mais de 200 comunidades que discutem o voto nulo. A maior delas, intitulada de "mobilização voto nulo", tem mais de 32 mil associados e informa detalhes sobre como anular o votos na urna eletrônica.

Outro site --chamado Anule seu voto-- apresenta justificativas e argumentos para os eleitores anularem o voto neste ano.

Segundo a AMB, a maioria dos eleitores que pregam o voto nulo pertence à classes mais favorecidas, com amplo acesso à internet, e adotam o discurso de que o elevado índice de votos nulos vai mostrar o descontentamento da população com os políticos corruptos.

Collaço disse que a maior preocupação da AMB são os votos nulos para a escolha de deputados e senadores --eleições proporcionais.

"Os candidatos à Câmara e ao Senado são os maiores prejudicados. O voto nulo vai favorecer os maus políticos, já que esse protesto partiu justamente de camadas da sociedade que são formadoras de opinião e poderiam eleger bons candidatos", disse.

Heloísa Helena

A campanha da candidata do PSOL à Presidência, Heloísa Helena (AL), percebeu a força da mobilização pelo voto nulo e adotou o slogan: "Não vote nulo, vote nela".

A idéia dos coordenadores da campanha é que os votos de protesto favoreçam a candidata, que adotou o discurso de que pode ser uma alternativa aos discursos apresentados por Geraldo Alckmin (PSDB) e pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Segundo pesquisa Datafolha realizada nos dias 21 e 22 de agosto, 18% dos eleitores pretendem anular o voto na escolha de deputados federais, e 16% para deputados estaduais. As taxas são elevadas se forem comparadas às eleições de 2002, quando foram contabilizados 2,9% de votos nulos nas eleições para deputados federais e estaduais.

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