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04/09/2006 - 19h02

Heloísa Helena promete manter Bolsa-Família e quer dobrar ritmo de crescimento

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EPAMINONDAS NETO
da Folha Online

A candidata do PSOL à Presidência da República, senadora Heloísa Helena (AL), prometeu manter o programa de assistência social Bolsa-Família, mas não poupou o governo federal de críticas indiretas por um suposto uso eleitoreiro. A presidenciável do PSOL também prometeu dobrar a expectativa do crescimento do país, durante sabatina da Folha de S.Paulo.

A sabatina não fugiu ao estilo polêmico da senadora alagoana. A primeira metade foi bastante nervosa, com ela confrontando suas opiniões sobre política econômica com os questionamentos dos entrevistadores: Valdo Cruz (diretor-executivo da Sucursal de Brasília), Clóvis Rossi e Fernando Rodrigues (colunista da Folha) e Renata Lo Prete (editora do "Painel").

A temperatura da sabatina somente amenizou com o bloco de perguntas da platéia, quando a parlamentar se permitiu brincar com o "AeroLula" (o avião presidencial), que prometeu abrir para "visitação pública", caso eleita, já que manifestou intenção de usar aviões de carreira para se deslocar pelo país.

A economia foi o principal estopim da polêmica na sabatina. Segundo a senadora, o país tem condições de crescer 7% em vez dos 3,5% esperados pelo governo para este ano.

Questionada se tal taxa de crescimento não provocaria a volta da inflação, a candidata rebateu afirmando que Brasil não está sujeito a um surto inflacionário e indicou que, se preciso fosse, controlaria as tarifas públicas para conter a inflação. "Nunca na história o Brasil teve um surto inflacionário se não tivesse inflação também no resto do mundo", disse ela.

Heloísa disse que, em seu governo, esta meta de crescimento seria estabelecida em comum acordo com os ministros da Fazenda e do Planejamento e com o presidente do Banco Central.

A senadora também afirmou que, em seu governo, o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) definiria a taxa básica de juros do país "em função da meta de crescimento" definida pelo Executivo.

Heloísa também foi questionada sobre uma possível fuga de capitais caso seja eleita. Ela defendeu a necessidade de impor um controle de capitais e afirmou: "Só haverá [fuga de capitais] se o presidente deixar. Nem o Fernando Henrique [ex-presidente Fernando Henrique Cardoso] deixou".

Bolsa-Família

A candidata do PSOL à Presidência disse que espalharam "pelo país" de que encerraria o programa federal de assistência social Bolsa-Família. Ela afirmou que apenas questiona o fato de o programa não ter uma forma de "o pobre deixar de ser pobre".

A parlamentar não esqueceu de fazer críticas ao governo federal por um suposto uso "eleitoreiro" do programa. "É o mesmo estilo que nós nordestinos sempre condenamos no passado, de se apropriar da dor e da pobreza do desemprego de um pai e de uma mãe de família para de lá arrancar votos", disse durante sabatina da Folha

"Eu quero vincular [o Bolsa-Família] com a capacitação profissional, com inserção no mundo do trabalho, com a escola integral. O que eu não quero é essa coisa demagógica e eleitoreira', reiterou Heloísa.

Questionada sobre as cotas para afro-descendentes nas universidades públicas, a senadora defendeu que haja cotas para alunos vindos de escola pública e que dentro destas cotas haja cotas para afro-descendentes. "Por uma questão histórica", disse ela.

Sabatinas

Heloísa abriu hoje o ciclo de sabatinas da Folha com os principais candidatos à Presidência da República.

Amanhã, o entrevistado será Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo e candidato à sucessão presidencial pelo PSDB. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição pelo PT, ainda não respondeu se vai participar.

As sabatinas são realizadas no Teatro Folha (shopping Higienópolis, av. Higienópolis, 618, segundo piso), das 15h às 17h. Os interessados em participar podem se inscrever pelo telefone 0/xx/11/3224-3473, das 9h às 18h.

As entrevistas dos presidenciáveis encerram o ciclo de entrevistas da Folha. Foram ouvidos os candidatos Aécio Neves (PSDB) e Nilmário Miranda (PT) --em Minas--; Sérgio Cabral (PMDB), Marcelo Crivella (PRB) e Denise Frossard (PPS) --no Rio--; e Orestes Quércia (PMDB), Aloizio Mercadante (PT) e José Serra (PSDB) --em São Paulo.

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