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05/09/2006
-
18h08
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
Durante quase cinco horas de depoimento ao Conselho de Ética do Senado, os empresários Luiz Antonio e Darci Vedoin, além do funcionário da Planam Ronildo Medeiros, confirmaram o suposto envolvimento dos senadores Magno Malta (PL-ES), Serys Slhessarenko (PT-MT) e Ney Suassuna (PMDB-PB) com a máfia das ambulâncias.
Segundo o presidente da CPI dos Sanguessugas, Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), os depoimentos comprovaram a ligação dos senadores com o esquema de liberação de emendas parlamentares para a compra superfaturada de ambulâncias. "Da minha parte não há dúvidas do envolvimento dos três senadores", disse.
Os relatores dos três processos de cassação no Conselho de Ética, no entanto, foram mais cautelosos ao comentar os depoimentos. O senador Demóstenes Torres (PFL-GO), relator do processo contra Magno Malta, disse que ainda não tem como formar juízo de valor a respeito do envolvimento do senador.
Mas revelou que Darci Vedoin, ao contrário do que afirma Malta, se encontrou com o parlamentar em 2002, quando ainda era deputado. "Foi um encontro com a participação do deputado Lino Rossi (PP-MT), mas não fomos tratar de negócios", afirmou.
Demóstenes também quer investigar um recibo apresentado por Malta que comprovaria a devolução do carro cedido por Lino Rossi ao parlamentar. O carro teria sido pago como propina ao senador em troca da liberação de emenda para a compra de ambulâncias, que acabou não saindo do papel. "O senador teria oferecido a emenda à Planam e não a liberou, por isso pegaram o carro de volta", afirmou o relator.
Já o senador Jefferson Péres (PDT-AM), relator do processo contra Ney Suassuna (PMDB-PB), disse que os Vedoin não recuaram nas acusações apresentadas anteriormente contra o senador, mas por outro lado não apresentaram novidades. "Ainda não tenho meu juízo de valor sobre o caso. Quero ouvir novas testemunhas", disse.
O deputado Biscaia, no entanto, considera que os depoimentos comprometem o senador peemedebista, já que os dois Vedoin foram muito "firmes" ao comentar o envolvimento de Suassuna. O ex-assessor do senador Marcelo Carvalho é acusado de ter recebido R$ 222,5 mil da Planam em nome de Suassuna. O assessor será ouvido amanhã pelo Conselho de Ética.
O senador Paulo Octavio (PFL-DF), relator do processo de Serys Slhessarenko, disse que os Vedoin afirmaram que nunca se encontraram com a senadora. Mas admitiram que o genro de Serys, Paulo Roberto Ribeiro, foi à Planam receber cheque no valor de R$ 35 mil. Depois de receber o montante, segundo os Vedoin, a senadora teria liberado emendas para a Planam. O genro da senadora também será ouvido amanhã pelo Conselho.
Defesa
O senador Wellington Salgado (PMDB-MG) saiu em defesa de Magno Malta ao final dos depoimentos. Disse que não há provas suficientes para o senador ser cassado e defendeu que Malta receba apenas uma censura formal.
Já em relação ao colega de partido, Ney Suassuna, Salgado afirmou que precisa ouvir a versão do ex-assessor Marcelo Carvalho para emitir opinião sobre o envolvimento do senador nas fraudes.
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da Folha Online, em Brasília
Durante quase cinco horas de depoimento ao Conselho de Ética do Senado, os empresários Luiz Antonio e Darci Vedoin, além do funcionário da Planam Ronildo Medeiros, confirmaram o suposto envolvimento dos senadores Magno Malta (PL-ES), Serys Slhessarenko (PT-MT) e Ney Suassuna (PMDB-PB) com a máfia das ambulâncias.
Segundo o presidente da CPI dos Sanguessugas, Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), os depoimentos comprovaram a ligação dos senadores com o esquema de liberação de emendas parlamentares para a compra superfaturada de ambulâncias. "Da minha parte não há dúvidas do envolvimento dos três senadores", disse.
Os relatores dos três processos de cassação no Conselho de Ética, no entanto, foram mais cautelosos ao comentar os depoimentos. O senador Demóstenes Torres (PFL-GO), relator do processo contra Magno Malta, disse que ainda não tem como formar juízo de valor a respeito do envolvimento do senador.
Mas revelou que Darci Vedoin, ao contrário do que afirma Malta, se encontrou com o parlamentar em 2002, quando ainda era deputado. "Foi um encontro com a participação do deputado Lino Rossi (PP-MT), mas não fomos tratar de negócios", afirmou.
Demóstenes também quer investigar um recibo apresentado por Malta que comprovaria a devolução do carro cedido por Lino Rossi ao parlamentar. O carro teria sido pago como propina ao senador em troca da liberação de emenda para a compra de ambulâncias, que acabou não saindo do papel. "O senador teria oferecido a emenda à Planam e não a liberou, por isso pegaram o carro de volta", afirmou o relator.
Já o senador Jefferson Péres (PDT-AM), relator do processo contra Ney Suassuna (PMDB-PB), disse que os Vedoin não recuaram nas acusações apresentadas anteriormente contra o senador, mas por outro lado não apresentaram novidades. "Ainda não tenho meu juízo de valor sobre o caso. Quero ouvir novas testemunhas", disse.
O deputado Biscaia, no entanto, considera que os depoimentos comprometem o senador peemedebista, já que os dois Vedoin foram muito "firmes" ao comentar o envolvimento de Suassuna. O ex-assessor do senador Marcelo Carvalho é acusado de ter recebido R$ 222,5 mil da Planam em nome de Suassuna. O assessor será ouvido amanhã pelo Conselho de Ética.
O senador Paulo Octavio (PFL-DF), relator do processo de Serys Slhessarenko, disse que os Vedoin afirmaram que nunca se encontraram com a senadora. Mas admitiram que o genro de Serys, Paulo Roberto Ribeiro, foi à Planam receber cheque no valor de R$ 35 mil. Depois de receber o montante, segundo os Vedoin, a senadora teria liberado emendas para a Planam. O genro da senadora também será ouvido amanhã pelo Conselho.
Defesa
O senador Wellington Salgado (PMDB-MG) saiu em defesa de Magno Malta ao final dos depoimentos. Disse que não há provas suficientes para o senador ser cassado e defendeu que Malta receba apenas uma censura formal.
Já em relação ao colega de partido, Ney Suassuna, Salgado afirmou que precisa ouvir a versão do ex-assessor Marcelo Carvalho para emitir opinião sobre o envolvimento do senador nas fraudes.
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