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07/09/2006 - 15h00

Petistas e tucanos disputam espaço com manifestantes no Grito dos Excluídos

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ANDREA CATÃO
da Folha Online

Cabos eleitorais de candidatos do PT, PSTU e PSOL se misturaram no Parque da Independência, no Ipiranga, zona sul da capital paulista, aos participantes do ato público pelo Grito dos Excluídos --movimento apartidário que teve origem em 1995 em campanha da fraternidade da Igreja Católica que teve como tema a exclusão social.

Do lado de fora do parque, excluído, um caminhão de som do PSDB dava suporte a um comício pró-candidatura de José Serra ao governo do Estado, que não compareceu ao evento.

Mais de 5.000 pessoas estavam reunidas no Parque da Independência, conforme informações da Polícia Militar. No entanto, nem todos participavam do ato. Por conta de ser feriado da Independência do Brasil, e com o aparecimento do sol depois de vários dias frios, a área pública estava repleta de gente.

A organização do movimento informou outro número: 10 mil pessoas no Parque da Independência. Segundo os organizadores do evento, em todo o país, foram mais de 100 mil participantes.

Na capital, apesar da presença de militantes que faziam propaganda para diversos candidatos, os políticos não tiveram vez no Grito dos Excluídos. De acordo com Rosana Santos, da coordenação estadual do movimento e membro do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), todos poderiam participar como público e até manifestar suas preferências políticas por meio de adesivos e bandeiras, mas não teriam direito a discurso.

Mas política esteve em pauta no Grito dos Excluídos. Paulo Pedrini, da coordenação das pastorais sociais, disse que, por ser ano eleitoral, a orientação é de que a população não anule o voto, mas também não vote em candidatos acusados de corrupção, entre eles mensaleiros e sanguessugas.

No ato público, houve protesto contra a política econômica do governo, contra o desemprego e a falta de programas sociais que beneficiem as consideradas minorias e também a parcela da população que vive abaixo da linha da pobreza e, portanto, marginalizada.

Em São Paulo, devido à onda de violência imposta pelo PCC (Primeiro Comando da Capital), que tem feito ataques em série desde maio deste ano, o movimento também foi usado para promover a paz.

Indigência

A violência contra moradores de rua que vivem na capital foi muito lembrada durante o protesto da maioria das lideranças dos movimentos sociais. A morte de sete pessoas com golpes na cabeça na região central de São Paulo em agosto de 2004 foi lembrada.

O padre Júlio Lancelloti, da Pastoral de Rua e do Fórum pela Paz, disse que faria "um grito contra a Prefeitura de São Paulo", pois disse que muitos dos moradores de rua afirmaram que funcionários da administração municipal têm retirado cobertores e papelões que utilizam para dormir nas vias públicas.

"Se o Kassab [Gilberto Kassab (PFL), prefeito de São Paulo] tivesse de dormir na rua, os moradores dividiriam o papelão com ele, o cobertor e a comida. É por isso que temos de exigir paz, justiça e liberdade. Exclusão nunca mais", afirmou Lancelloti.

Francisvaldo Mendes, da direção nacional da Intersindical, organização de sindicatos não-ligados a centrais sindicais, também lembrou da violência contra moradores de rua, mas apontou a política econômica do governo como a causa do desemprego.

Ele defendeu ainda o envolvimento dos sindicatos nas causas sociais. "No Grito dos Excluídos, os sindicatos podem defender causas sociais e não apenas o emprego. Os sindicatos só têm representado o trabalhador com carteira assinada, mas não aquele que está desempregado, sem acesso à rede de proteção social", afirmou.

No ato da Praça da Independência, outras causas também foram defendidas. Durante o manifesto, metroviários passaram abaixo-assinado contra a privatização do metrô em São Paulo e outras associações também recolhiam assinaturas pedindo a anulação do leilão da companhia Vale do Rio Doce, privatizada pelo governo.

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