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13/09/2006
-
10h01
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O Ministério Público Federal acusou ontem a Polícia Federal de vazar dados sigilosos durante a Operação Mão de Obra. A PF investiga a suspeita de fraudes em licitações na contratação de funcionários terceirizados para o Senado e para outros órgãos públicos de Brasília.
Nas investigações da própria PF, empresários combinavam os valores das concorrências e ofereciam vantagens aos servidores para que eles manipulassem os resultados.
Segundo o Ministério Público, a PF avisou previamente o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que seria realizada uma busca e apreensão na Casa. Outros órgãos investigados na Operação Mão de Obra também teriam sido avisados.
O aviso ao presidente do Senado foi feito, segundo documento divulgado ontem pelo "Jornal Nacional", da Rede Globo, a "1h da madrugada" do dia da operação pelo superintendente da PF em Pernambuco, delegado Bergson Toledo Silva, responsável pelo caso.
O delegado pediu que fosse designado um funcionário para acompanhar a busca, quando, segundo a reportagem do "JN", teriam sido apreendidos computadores e cofres vazios.
"Meu trabalho, na realidade, era de facilitador, ou seja, em conhecendo o presidente do Senado melhor seria o contato para a abordagem", diz o delegado no trecho do documento divulgado pela Globo.
Renan designou para acompanhar a operação o diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, um dos investigados pela PF sob suspeita de participar do esquema de fraude.
Segundo a assessoria da Procuradoria da República no Distrito Federal, os procuradores Luciano Rolim e José Alfredo de Paula Silva encaminharam ofício ao ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) e ao diretor-geral da PF, Paulo Lacerda, pedindo esclarecimentos sobre a prática dos policiais de avisar ao superior hierárquico da instituição quando o alvo da operação é um órgão público.
"Os procuradores consideraram o resultado das buscas no Senado insuficientes. Por isso, solicitaram informações à PF. As respostas enviadas mostraram várias impropriedades cometidas durante a operação", sustenta a Procuradoria.
Outro lado
A assessoria da PF informou ontem que o aviso ao presidente do Senado foi feito depois de uma decisão institucional e por necessidade de haver um servidor do Senado disponível para acompanhar a operação. Para a PF, não houve prejuízo da investigação. A PF confirma que Renan foi avisado por volta de 1h da madrugada e a operação ocorreu na manhã seguinte.
Agaciel Maia negou ontem que tenha sido informado antecipadamente da ação da PF.
"Isso [o aviso] não procede. Eu cheguei junto com eles. Eram cerca de 15 policiais federais", disse. "Minha sala foi aberta pela secretária", completou. Maia negou também que falou do assunto com Renan, que não foi localizado na noite de ontem pela Folha.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre dados sigilosos
Ministério Público acusa PF de vazar dados
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O Ministério Público Federal acusou ontem a Polícia Federal de vazar dados sigilosos durante a Operação Mão de Obra. A PF investiga a suspeita de fraudes em licitações na contratação de funcionários terceirizados para o Senado e para outros órgãos públicos de Brasília.
Nas investigações da própria PF, empresários combinavam os valores das concorrências e ofereciam vantagens aos servidores para que eles manipulassem os resultados.
Segundo o Ministério Público, a PF avisou previamente o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que seria realizada uma busca e apreensão na Casa. Outros órgãos investigados na Operação Mão de Obra também teriam sido avisados.
O aviso ao presidente do Senado foi feito, segundo documento divulgado ontem pelo "Jornal Nacional", da Rede Globo, a "1h da madrugada" do dia da operação pelo superintendente da PF em Pernambuco, delegado Bergson Toledo Silva, responsável pelo caso.
O delegado pediu que fosse designado um funcionário para acompanhar a busca, quando, segundo a reportagem do "JN", teriam sido apreendidos computadores e cofres vazios.
"Meu trabalho, na realidade, era de facilitador, ou seja, em conhecendo o presidente do Senado melhor seria o contato para a abordagem", diz o delegado no trecho do documento divulgado pela Globo.
Renan designou para acompanhar a operação o diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, um dos investigados pela PF sob suspeita de participar do esquema de fraude.
Segundo a assessoria da Procuradoria da República no Distrito Federal, os procuradores Luciano Rolim e José Alfredo de Paula Silva encaminharam ofício ao ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) e ao diretor-geral da PF, Paulo Lacerda, pedindo esclarecimentos sobre a prática dos policiais de avisar ao superior hierárquico da instituição quando o alvo da operação é um órgão público.
"Os procuradores consideraram o resultado das buscas no Senado insuficientes. Por isso, solicitaram informações à PF. As respostas enviadas mostraram várias impropriedades cometidas durante a operação", sustenta a Procuradoria.
Outro lado
A assessoria da PF informou ontem que o aviso ao presidente do Senado foi feito depois de uma decisão institucional e por necessidade de haver um servidor do Senado disponível para acompanhar a operação. Para a PF, não houve prejuízo da investigação. A PF confirma que Renan foi avisado por volta de 1h da madrugada e a operação ocorreu na manhã seguinte.
Agaciel Maia negou ontem que tenha sido informado antecipadamente da ação da PF.
"Isso [o aviso] não procede. Eu cheguei junto com eles. Eram cerca de 15 policiais federais", disse. "Minha sala foi aberta pela secretária", completou. Maia negou também que falou do assunto com Renan, que não foi localizado na noite de ontem pela Folha.
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