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13/09/2006 - 12h38

Para Alckmin, pacote habitacional é eleitoreiro; governista chama tucano de "perdedor"

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CLARICE SPITZ
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, no Rio e em Brasília

O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, aproveitou a visita à favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, para criticar o que ele chamou de caráter eleitoreiro do pacote habitacional anunciado ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Alckmin disse que em seu governo, a questão da habitação vai ser tratada pela sua importância e não pela questão "eleitoral". "Vamos trabalhar a questão habitacional pela sua importância e não pela questão eleitoral."

O vice-líder do governo na Câmara, deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), disse que o tucano faz acusações típicas de um "perdedor". "Se Lula não tivesse feito uma casa no governo dele, seria impróprio lançar o pacote neste momento. Mas é o governo que mais investiu em habitação. É o discurso de alguém que não conhece o governo. É uma acusação de perdedor."

A principal novidade do pacote anunciado ontem é a possibilidade de que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômica e Social) financiar empresas para que elas construam imóveis para seus funcionários. O risco da operação será do empregador. No entanto, há uma limitação. Os imóveis terão de ser próximos à uma nova fábrica, por exemplo.

Outra medida é o uso facultativo da TR (taxa referencial). No pacote, o governo permitirá apenas que os bancos que desejarem deixar de indexar seus empréstimos a essa taxa possam fazer isso utilizando recursos da caderneta de poupança para oferecer o crédito. A medida irá entrar em vigor nos próximos dias.

O tucano aproveitou para relembrar o episódio da quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, que tinha uma conta poupança na Caixa Econômica Federal --banco federal e principal operador de crédito imobiliário do país.

"A Caixa [Econômica Federal] ficou preocupada em violar o sigilo do Francenildo, do nordestino, caseiro e pobre. É dura e violenta com a pessoa humilde e fraquinha com a corrupção", disse ele.

Para Albuquerque, Alckmin manteve hoje a linha de agressão típica dos últimos dias. "Só que ele tem que lembrar que o povo brasileiro não é bobo de acreditar nesse tipo de discurso", afirmou.

O caso Francenildo

Nesta semana, o delegado da Polícia Federal Rodrigo Carneiro Gomes manteve o indiciamento de Antonio Palocci no inquérito da quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa por concluir que o ex-ministro foi efetivamente o mandante da violação do sigilo. O inquérito encaminhado para a 10ª Vara Federal mostra que todos os depoimentos de testemunhas envolvidos no episódio apontam para a participação direta de Palocci.

O documento enviado à Justiça Federal aponta que Palocci ordenou a Jorge Mattoso, ex-presidente da Caixa Econômica Federal, a violação do sigilo. "Mattoso não teria nenhum motivo pessoal para tal pesquisa, nem tampouco se interessaria ou envolveria pessoalmente", diz o inquérito.

O delegado derruba a tese apresentada por Mattoso de que teria agido por conta própria para violar o sigilo. Segundo o inquérito, Mattoso e o jornalista Marcelo Netto, ex-assessor de Palocci acusado de divulgar à imprensa a quebra do sigilo, são "figuras secundárias" no episódio.

O sigilo do caseiro Francenildo foi violado logo depois dele desmentir Palocci na CPI dos Bingos. Ele disse que o ex-ministro freqüentava uma mansão em Brasília usada por lobistas para fechamento de negociatas e festas com prostitutas.

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